segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Odd Obsession (Kagi) 1959


Um velho especialista em antiguidades (Ganjiro Nakamura), de Kyoto, no Japão, tenta ressuscitar a sua virilidade em decadência, ao apresentar a sua linda e mais nova esposa (Machiko Kyo),  ao namorado da filha (Tatsuya Nakadai).
"Odd Obsession", como é conhecido internacionalmente, de Kon Ichikawa, seria a primeira de muitas adaptações para o grande ecrã do livro de Tanizaki, "Kagi", cujo assunto seria irresistível para muitos realizadores dos chamados "pinku movies", filmes com uma grande carga sexual, assim como fonte para um dos melhores filmes de Tinto Brass. É um filme extremamente perverso, até pervertido, ainda por cima feito debaixo da censura vigente em 1959.
Mas os filmes japoneses eram muito mais abertos do que os americanos quando o assunto era o sexo, durante o final da década de cinquenta, tanto que seria comercializado em 1961 com o slogan: "the most daring motion picture ever made". Mas não era um filme sobre nudez, ou sexo dissimulado, o sexo aqui era uma obsessão, mas também era uma arma e uma armadilha para todos os personagens envolvidos.
Como as motivações das personagens nunca são claras, nunca sabemos o que esperar delas, e assim, ficamos em suspenso do principio ao fim. A personagem de Kyo é particularmente inescrutável, nunca sabemos o quanto ela sabe dos planos do marido, e o argumento do filme nunca nos deixa prever o que se passa pela sua cabeça, ao contrário do livro, que vai alternando entre a narração do marido e da mulher.
Por esta altura Ichikawa já gozava de enorme sucesso internacional. O filme ganhou o grande prémio do Júri no Festival de Cannes de 1960, e ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira, que partilhou em conjunto com outros 4 filmes, entre os quais "Morangos Silvestres" e "Orfeu Negro".
Legendas em português.

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