Dois gémeos ruivos de vinte anos, Beatriz e Armando realizam o seu sonho tornando-se bombeiros. No exercício dessa função Armando acode a uma linda vizinha em apuros. Entre eles nasce uma calma amizade, mas que se transforma nas conversas com a irmã, numa paixão escaldante. Beatriz começa então a sentir estranhos sintomas: ouve fogos! Para se proteger do ruído destas imaginárias fogueiras ela compra um walkman, coisa que contribui para a isolar dos outros e sobretudo do irmão. Até que, por acaso, descobre a cura: beijos. É simples: basta que alguém a beije para que o silêncio volte à sua cabeça. Passa então de homem em homem, escolhendo de preferência turistas, que ela não verá nunca mais....
Alguns dos filmes portugueses mais interessantes dos anos noventa eram sobre a adolescência, e a forma como tentavam construir a sua subjectividade. Joaquim Pinto constrói uma bela, tocante e intensa história em torno de dois irmãos gémeos, um rapaz e uma rapariga, ambos bombeiros que se deixam perturbar muito mais pelo fogo interior das suas paixões, desejos e receios, que pelo fogo real que combatem no quotidiano. Pinto mais uma vez traça o retrato de jovens almas em conflito num filme sensível e amargo que conta com a participação de Leonor Silveira, Armando Cortez e Márcia Breia no elenco.
Contribuição de Joaquim Pinto para a série “Os Quatro Elementos” (co-produção Madragoa, RTP, La Sept) em que lhe coube filmar o Fogo, ao lado de João César Monteiro (a Água: "O Último Mergulho"), João Mário Grilo (a Terra: "O Fim do Mundo") e João Botelho (o Ar: "No Dia dos Meus Anos").
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