"Taiwan nos anos 50: a vida de Ah Xiao, uma criança, é uma sequência, aparentemente interminável, de jogar aos berlindes, correr atrás dos colegas, e ouvir os planos da avó que planeia voltar para a China Continental. Depois de um primeiro e traumatizante contacto com a morte, porém, a vida torna-se mais sombria, e o rapaz transforma-se num adolescente violento, apanhado entre sentimentos de dever filial e a necessidade de afirmar o seu valor entre os bandos de rua.
Em muitos aspectos, o filme autobiográfico de Hou Hsiao-Hsien acerca da entrada na idade madura marca um claro avanço sobre a sua obra anterior, "Um Verão com o Avô" (1984). A película abriu caminho para "Beiqing Chengshi" (1989) e a sua estrutura narrativa mais complexa, com o seu uso de análise de uma personagem individual para explorar as dinâmicas da sociedade taiwanesa num determidado momento. Aquilo que dá forma à infância e adolescência de Ah Xiao é uma comunidade insegura acerca da sua identidade e futuro, desde a sua separação do continente comunista, despoletando emoções contraditórias, que podem potencialmente conduzir à delinquência e crime, ou, como no caso de Hou, a uma idade adulta mais realizada. A direcção de "Tempo Para Viver, Tempo Para Morrer" é não-enfática, mesurada, reflectiva, ao estilo de Ozu, tomando mais poderosos os paroxismos de uma emoção excruciante quando eventualmente se lhes é permitido incendiar o grande ecrã. O filme é um trabalho de assinalável maturidade, desenvoltura e clareza". GA
Entre os vários festivais que participou, conta-se o Festival de Berlim, onde venceu o Forum of New Cinema.
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