Joan Mitchell é uma dona de casa infeliz que vive nos subúrbios, que tem um marido empresário pouco comunicativo, e uma filha distante prestes a saír de casa. Pouco satisfeita com a vida que leva procura consolo na feitiçaria depois de visitar Marion Hamilton, uma leitora de tarot e líder de uma seita de artes obscuras chamadas que inspira Joan a seguir o seu caminho. Depois de se divertir um pouco com a feitiçaria, e de acreditar ter-se tornado numa bruxa a sério, mergulha num mundo de fantasia para aprofundar o seu novo estilo de vida, até que a linha entre a fantasia e a realidade se torna muito ténue, correndo o risco de acabar em tragédia.
Por vezes não é bom atingir o sucesso logo no primeiro filme, algo que George A. Romero aprendeu da forma mais dura, depois do enorme fracasso que foi "There’s Always Vanilla" (1971). Depois deste filme ter-se tornado um flop nas bilheteiras Romero voltou ao género de terror com "Season of the Witch", filmado com o título de "Jack’s Wife" mas lançado pelo distribuidor Jack Harris com o nome de "Hungry Wives". Tal como "Night of the Living Dead", "Season of the Witch" era uma parábola de horror que atingiu tumultuosamente a contra cultura da época. Para Romero o filme era apenas um thriller feminista onde o sobrenatural aparecia como uma metáfora da situação em que as mulheres se encontravam actualmente, com as promessas das segunda vaga de feminismo a dissolverem-se lentamente no narcisismo e nas emoções superficiais dos anos setenta.
A chave do filme, é que Romero nunca deixa completamente claro se a entrada de Joan na feitiçaria tem efeitos sobrenaturais genuínos ou se tudo está na sua cabeça (um tema que seria de novo explorado em "Martin"). Mas o filme é profundamente intrigante, e ajudou a cimentar a tendência de Romero a misturar a ideologia com o horror, o que dá aos seus filmes uma enorme profundidade.
O baixo orçamento do filme prejudica muito o resultado final, mas é interessante para os mais curiosos adeptos de Romero.
Imdb
Sem comentários:
Enviar um comentário