Jennifer Jason Leigh é Allegra Geller, uma das mais famosas designers de jogos electrónicos do mundo, e está a testar a sua mais recente obra, Existenz, num grupo de utilizadores. A meio da sessão um fan fanático irrompe na sala para a matar, utilizando uma arma orgânica bizarra. O episódio faz parte do próprio jogo o o filme faz-se disso mesmo. De uma época em que os personagens dos jogos electrónicos são humanos que se conectam a terminais orgânicos, feitos de tecidos animais, e são transportados para outra dimensão.
David Cronenberg de volta ao seu estilo tradicional. Embora todos os seus filmes mais recentes - "Naked Lunch", "Dead Ringers", "M. Butterfly", "The Fly", "The Dead Zone" - contivessem um pouco dessa linguagem exclusivamente cronenbergiana, na qual o mundo emocional é trazido à vida em termos de lógica e detalhe visceral, "eXistenZ" é o primeiro filme desde "Videodrome" (1983) que é inteiramente escrito por si, sem recorrer a uma adaptação de um trabalho já existente anteriormente. Tal como "Videodrome", "eXistenZ" coloca o corpo humano como receptáculo e gerador de um mundo sombrio de fantasia e realidade alternativa. Tudo isto não são meras metáforas para Cronenberg. Sexo e horror, prazer e morte, estão intimamente ligados no mundo do realizador.
Nas mãos de qualquer outra pessoa o filme não seria tão bem sucedido, e mesmo Cronenberg falha a explicar os seus motivos, preferindo dedicar-se a exercicíos surrealistas de lógica sonadora. Mas o seu estilo de horror minimalista evita os efeitos gerados por computador. Isto permite que ignoremos as galhas do filme, enquanto Geller e Pikul mergulham mais profundamente no jogo, ficando sem saber qual das realidades é a sua.
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