Uma história de luta de classes que se passa durante um verão seco na zona rural da Turquia. Como consequência das condições climáticas quentes e secas os agricultores que vivem na aldeia não podem regar os seus campos. O proprietário da única terra com nascente de água não deixa os outros proprietários usarem a sua água, construindo um dique, e ambos os lados entram em conflito a propósito do uso deste recurso natural.
Desta forma, este conflito transforma-se numa disputa de propriedade, que é um dos assuntos preferidos do realizador Metin Erksan. Além disso, o realizador usa a obsessão do proprietário para seduzir a jovem e encantadora esposa do irmão, que acaba por tomar partido dos outros agricultores para fortalecer esta questão de propriedade.
A beleza deste filme vem da sua simplicidade visual. Faz lembrar muito os grandes clássicos do neorealismo italiano, mas tem um espírito mais livre, que lhe confere uma identidade verdadeiramente única. O foco da atenção é a moralidade flexível dos principais protagonistas. Ao longo do filme, aos três personagens principais (os dois irmãos e a esposa e de um deles) são apresentados dilemas difíceis, que os obrigam a tomar decisões difíceis, decisões que indirectamente desafiam e expõem as falhas dos entendimentos tradicionais turcos sobre responsabilidade e respeito. Impressionante também é o tom erótico do filme, com algumas imagens da actriz Hülya Koçyigit a ultrapassarem surpreendentemente os censores turcos da altura.
Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Berlim de 1964, e da Biennale do Festival de Veneza desse mesmo ano, foi o primeiro sucesso internacional do cinema turco. Contudo, as coisas não foram muito fáceis interinamente. Foi retirado da circulação pelas autoridades turcas pouco tempo depois da estreia.
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1 comentário:
Chico! olha, está em baixo... será pedir muito, pedir-te para voltares a pôr o link a funcionar?
obrigada!
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