sábado, 2 de maio de 2015
O Sal da Terra (Salt of the Earth) 1954
""how shall I begin my story that has no beginning? My name is Esperanza, Esperanza Quintero. I am a miner's wife. This is our home. The house is not ours. But the flowers... the flowers are ours. This is my village. When I was a child, it was called San Marcos. The Anglos changed the name to Zinc Town. Zinc Town, New Mexico, U.S.A. Our roots go deep in this place, deeper than the pines, deeper than the mine shaft....""
Começa assim "Salt of the Earth", baseado num acontecimento real, sobre a luta dos mineiros mexicanos pela igualdade com os mineiros americanos. No final, a maior vitória para os trabalhadores e as suas famílias, é a percepção de que o preconceito e o pobre tratamento são condições que nem sempre são impostas por forças externas.
"Salt of the Earth" é talvez um dos filmes mais controversos de todos os tempos. Normalmente um filme com tal reputação seria de esperar que transgredisse propriedades sociais no que diz respeito ao sexo e à violência. Contudo, não é este o caso, já que o filme debruça-se sobre uma greve de mineiros. "Salt of the Earth" foi o filme que mais sofreu durante a caça ás bruxas McCarthistas, que se passou durante os primeiros anos da década de 50. Sem querer condenar as atitudes políticas da época, é facil de compreender porque é que este filme foi uma das mais importantes peças de agitação que se possa imaginar.
O que faz o filme ser uma obra esquerdista tão fascinante e poderosa é o duplo foco no coração do filme. Não apenas contra os políticos americanos dominantes na altura, que suspeitavam contra tudo o que fosse socialista, mas também por se envolver com questões relativas aos direitos das mulher, que, literalmente, nunca tinham sido documentado em filme antes. A reformulação da esfera doméstica da comunidade mineira, com a demonstração de práticas discriminatórias a serem confrontadas e ultrapassadas, funcionam como um microcosmos na exposição das questões políticas mais amplas em jogo, dentro da américa.
A estrela do filme é a actriz mexicana Rosaura Revueltas, mas de notar que este tem apenas cinco actores profissionais no seu elenco. Além de ser a principal voz narrativa do filme, é também o ponto de contacto humano e empatia, com o público. A sua força de carácter e coragem trazem para a comunidade um maior sentido de igualdade social e solidariedade. Considerando que Ramon e os outros homens da comunidade se deixam intimidar pela autoridade, tornando-se presas cada vez mais fáceis para as tácticas de divisão e fura-greves, quando Esperanza e as outras mulheres da comunidade apresentam uma frente organizada mais atraente e teimosamente resistente.
"Salt of the Earth" foi também um filme gravemente maltratado, para além das dificuldades que colocaram na lista negra de Hollywood Herbert J. Biberman (o realizador), Paul Jarrico (o produtor), e Michael Wilson (o argumentista), sofreu muito durante a sua produção, com constantes boicotes durante a sua rodagem. Tanto Biberman como Jarrico mal trabalharam em Hollywood depois destes acontecimentos, e Revueltas foi deportada para o México ainda durante a rodagem do filme. Apenas Wilson continuou a trabalhar, tendo conquistado mais um Óscar, por "A Ponte Sobre o Rio Kwai", em 1957.
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1 comentário:
Um grande filme!
Os trabalhadores do século XXI teriam muito a aprender (e muito a ganhar) com as lições desta película.
Pena que a grande maioria da classe trabalhadora viva aterrorizada pelo medo das ameaças do desemprego ou "subornada" pelas migalhas lançadas pelos patrões.
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