terça-feira, 7 de setembro de 2021

Nunca aos Domingos (Pote tin Kyriaki) 1960

"Never on Sunday" foi escrito, realizado e produzido por Jules Dassin, um produtor e realizador de topo de Hollywood que emigrou para França no início da década de 50, depois de ter sido colocado na Lista Negra anticomunista durante a caça ás bruxas conduzida pelo Comité de Atividade Antiamericanas (HUAC) em Washington DC. Mesmo depois do sucesso deste filme, que custou 150 mil dólares a fazer, e rendeu 6 milhões a fazer, Dassin continuou sem conseguir trabalho alguns anos depois de ter sido ouvido pelo HUAC. 
O argumento gira à volta da animada e vivaz prostituta Ilya, que pratica a sua profissão de Segunda a Sábado e descansa aos Domingos. Trabalha independentemente, e recusa-se a trabalhar para um chulo chamado Noface, que lhe faz ofertas repetidas. Quando conhece Homer, um estudante americano que está de férias na Grécia, a sua natureza séria parece desafiá-la. 
O distribuidor americano para "Never on Sunday" não o inscreveu para o selo de aprovação do MPAA. Se o tivesse feito, provavelmente o selo tinha-lhe sido negado, porque ao contrário de outros filmes sobre prostitutas como "Butterfly 8" em que a heroína peca e depois morre, e apesar de Ilya trabalhar seis dias e depois descansar ao Domingo, ela não parece ter remorsos do que faz nos restantes dias da semana. O filme foi exibido em grande parte em cineclubes, e não teve problemas até pedir licença para exibição em Atlanta, Georgia. O censor de Atlanta exigiu que certos cortes fossem feitos, incluindo referências à profissão de Ilya, e à sua sua moralidade relaxada para que o filme pudesse ser exibido. O distribuidor fez um novo apelo aos censores da cidade, que decidiram que mesmo com os cortes pedidos primeiramente o filme não poderia ser exibido, porque poderia ser prejudicial para as crianças, e tentava vender uma ideia inaceitável. O caso seguiu para tribunal, com o Tribunal Superior do Condado de Fuldon a decidir que considerou que o filme não era obsceno, e os censores de Atlanta violavam as disposições da liberdade de expressão das constituições da Georgia e dos Estados Unidos.

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