segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Django Mata (Se sei Vivo Spara) 1967

Um bandido mexicano e o seu grupo são traídos e executados por um gang de ladrões americanos, que ajudaram a assaltar uma carruagem de transporte de ouro. Depois da poeira assentar, o bandido mexicano simplesmente conhecido como "The Stranger" consegue escapar com vida, e persegue os americanos que mataram os seus amigos.
Um spaghetti muito pouco convencional e bizarro, que tem muito pouco a ver com o "Django" (1966), de Sergio Corbucci, apesar do título internacional ser "Django Kills...If you Live, Shoot!", que levou o filme a ser promovido na américa como fazendo parte da série. Este acaba por ser um filme completamente sozinho, apesar de partilhar com o de Corbucci uma grande quantidade de cinismo e uma visão amarga do mundo que era pouco comum, mesmo nos westerns italianos. Esta espécie de desolação explorada em "Se Sei Vivo Spara", viria a tornar-se um esteio para todos os westerns da década de 70 (ver, por exemplo, "High Plains Drifter"), mas para 1967 era incrivelmente ousado e audacioso, e poucos filmes do género conseguiram alcançar uma atmosfera tão alienada. Giulio Questi, o realizador e argumentista do filme, não estava satisfeito com o nome que ele levou (e ainda menos com os diversos cortes que o filme sofreu nas mãos de diversos censores), preferindo apenas " If You Live…Shoot! ", que era uma representação muito mais precisa dos eventos do filme. Se bem quem, sem o prefixo "Django", o mais certo era ele desaparecer na obscuridade, no meio de tantos western spaghettis.
Superficialmente pode parecer um tradicional western de vingança, mas logo avança para uma mistura de terror gótico e filme de arte. Tomas Milian interpreta o arquétipo "stranger",  ou o "homem sem nome", traído e deixado para morrer pelo vilão de serviço. Trazido de volta para a vida por dois misteriosos índios que lhe dão um saco de balas de ouro de presente, ele vai partir para a vingança, acabando numa bizarra cidade, conhecida como “The Unhappy Place”. É aqui que o tom do filme muda drasticamente, quando Milian percebe que a cidade e os seus habitantes são loucos desviados sexualmente, com um desejo de violência sadomasoquista. 
Injustamente esquecido durante muitos anos, tomado como um rip-off de "Django", "Se Sei Vivo Spara" tem tanto em comum com o filmes de Luis Buñuel como com os de Leone. um dos spaghettis mais alternativos, sem qualquer dúvida.

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1 comentário:

Emanuel Neto disse...

Para mim, um dos melhores westerns-spaghetti de sempre! Simplesmente genial!