quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lord Jim (Lord Jim) 1965



Baseado num conto de Joseph Conrad, "Lord Jim" é uma história de um homem em busca de redenção, por um acto de covardia que surgiu a partir da própria fragilidade humana. "Lord Jim" conta com Peter O'Toole na pele do personagem do título, um jovem oficial na Marinha Mercante, que se desgraça ao abandonar o navio. Desonrado procura uma forma de aliviar o seu erro, não apenas perante os olhos da marinha inglesa, mas também perante si próprio. Entretanto, recebe a dura missão de entregar um carregamento de dinamite, algures num local desconhecido do Oriente, e acaba por se unir aos nativos locais na sua luta contra O General (Eli Wallach), um rude opressor. Pelo caminho ele conhece Brown (James Mason), um pirata que tem um plano misterioso e que irá colocá-lo em confronto com o seu verdadeiro destino.
Realizado por Richard Brooks, no auge da sua popularidade, durante a década de sessenta, "Lord Jim" é um filme que viveu na sombra de uma outra grande obra interpretada pelo mesmo protagonista, Peter O´Toole. Estou a falar, é claro, de "Lawrence da Arábia", de David Lean. Há uma relação simbiótica entre estes dois filmes, isto porque a personagem do romance de Conrad deu a hipótese a O'Toole de trabalhar mais um anti-herói, igualmente forte e mentalmente desgastante. O filme de David Lean era um exercício de poética cinematográfica, construido sobre uma estrutura de estudo de personagem, Brooks oferece uma estrutura filmíca rigorosa. Enquanto as versões anteriores de Brooks de obras de Dostoyevsky, Williams, e Fitzgerald foram prejudicadas pelos caprichos de Hollywood, "Lord Jim" abriu-lhe uma janela para ele fazer o filme que quisesse, sem falsos finais felizes impostos, mas a sua visão acabou por irritar mais gente do que era esperado.
Estilisticamente, Lord Jim é um retrato da técnica cinematográfica em transição, dividida entre a mística de Hollywood e autenticidade de uma abordagem mais moderna. Não foram apenas as raízes de Conrad que fazem "Lord Jim" parecer um precursor de Apocalypse Now, entre outros, mas o seu desejo de se envolver mais a sério em temas como a raça e a sexualidade, política e o carácter pessoal, deixam o filme um pouco abaixo das suas expectativas. Ainda assim é um grande épico da década de 60.

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