A história gira em torno de Collé (Coulibaly), a do meio de três mulheres, numa vila isolada do Burkina Faso. Ela já não cai nas graças dos restantes habitantes por ter deixado a sua filha (Traoré), saltar o ritual da purificação da excisão do clitóris, um ritual (tortura) habitual em África, e que pode levar as adolescentes à morte, como agora também deu guarida a quatro jovens que pretendem fugir a este mesmo ritual invocando a moolaadé (uma protecção sagrada invocada por uma corda colorida). Mas os líderes da aldeia estão fartos da rebelião de Collé, e pressionam o marido para que ela retire a protecção, nem que para isso tenha de chicoteá-la.
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A mensagem transmitida é que algumas tradições devem mudar, e que nenhuma comunidade pode impedir a modernização, ou o seu povo ficará ignorante para sempre. É uma declaração forte para o povo africano, mesmo já no século 21, e um caminho que deve ser seguido. Como um todo "Moolaadé" é fantástico, e surpreendentemente envolvente, um grande exemplo de cinema africano e uma declaração dos verdadeiros problemas que envolvem a independência africana. Filme muito premiado, que saíu vencedor do prémio Un Certain Regard Award em Cannes, na edição de 2004. Era o último filme de Ousmane Sembène, que morreria três anos depois em Dakar.
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