Na Idade Média, o diabo assume a forma humana, atende pelo nome de Leonardo, e viaja em volta da Terra para ver como os seres humanos evoluíram. Ao fazer isto, ele mente, rouba, seduz, mata e torna-se rico no processo. Pelas suas viagens, ele adopta um jovem, Tomás, e faz dele seu servo, ensinando-lhe os maus caminhos.
Os críticos que não se tinham entusiasmado muito com os filmes de terror do actor e argumentista Paul Naschy, desde este "El Caminante" reavaliaram a sua carreira, principalmente os seus trabalhos mais significativos. O próprio Naschy considerou este o seu filme mais significativo: uma fantasia medieval satírica e descarada, muito na veia de Luis Buñuel ou Pier Paolo Pasolini. Ambicioso e acompanhado pelo excepcional director de fotografia Alejandro Ulloa, que já tinha filmado "The Diabolical Dr. Z" (1965) para Jess Franco, "Perversion Story" (1969), para Lucio Fulci, ou "Companeros" (1970) de Sérgio Corbucci, e uma série de clássicos da exploitation, o filme tem um ambiente apocalíptico muito mais inquietante do que qualquer outro filme de terror de Naschy, e na sua essência nem sequer é um filme de terror, funcionando muito mais como uma comédia.
Naschy também tem o papel de protagonista, que lhe assenta como uma luva, um arrogante fanfarrão com uma cintilação diabólica e maliciosa nos seus olhos. Neste contexto, finalmente faz sentido todas as mulheres caírem a seus pés. Observando o seu Satanás crucificado a olhar para o céu e amaldiçoando Deus pela sua parte de culpa em dar vida a todos nós "porcos", é talvez a cena mais pungente e poderosa que o actor já fez.
Naschy participou com dois filmes nesta primeira edição do Fantasporto. O segundo veremos mais para a frente.
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