Em Rookie of the Year John Ford e John Wayne não estão a escrever histórias de Índios e Cowboys – como Wayne, o jornalista desportivo diz ao miúdo paquete da redacção – mas também estão, pois, como vemos diariamente em qualquer dos nossos três jornais desportivos (viva ao luxo! Nem a Alemanha…), tudo é um bacanal e vale tudo por uma notícia bombástica mesmo que não tenha pés nem cabeça, mesmo que seja passível de destruir o futuro de um jovem ou o legado de um gigante.
Rookie of the Year é uma contenda jornalística a la Sam Fuller onde o furacão ético de um acontecimento de contornos bíblicos que aglutina a épica de David e Golias e a longevidade de Matusalém é engolido a bílis ou para a arca de Noé das narrativas privadas e preciosas – como as amantes ou o euro milhões não ganho por estupidez - para ceder passo a uma criança que ama o taco de basebol.
Furacão ético assim resolvido por um Matusalém que dispensou a imortalidade fácil de uma narrativa que mais do que sensacionalista poderia resultar na Great American Novel, cessando o dilúvio das parangonas com o seu pequeno sonho de infância, que está nesse plano derradeiro absolutamente Fordiano – Wayne, o cowboy dos cowboys, com uma bola na mão, um sorriso de criança, o lançamento, o homerun e a traquinice; traquinice que no caso foi limpar um bocado da fossa da imprensa. Wayne, como um puto, brilho nos olhos igual ao de Patrick Wayne, o jogador do ano, na vida real seu filho e no filme filho da verticalidade de Ward Bonde – tudo entrelaçado, uno e lógico na humanidade do mais humanista dos cineastas. Pois com coisas sagradas, like ball stuff, boy oh boy, não se brinca.
* Texto de José Oliveira
Legendas em Espanhol, em anexo.
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Legenda em espanhol
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