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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Oitava Mulher do Barba Azul (Bluebeard's Eighth Wife) 1938



Michel Brandon (Gary Cooper) é um milionário norte-americano que gosta de casar, mas que não consegue permanecer casado. Teve já sete mulheres e está à procura da número oito. Na Riviera Francesa, conhece Nicole de Loiselle (Claudette Colbert), filha de um marquês francês falido que vê no casamento da filha uma oportunidade de negócio. Mas ao perceber que vai ser a 8ª mulher de Michael, Nicole engendra um plano para que não venha a ser apenas mais um número na lista das ex-mulheres de Michael.
Com um argumento escrito por Charles Brackett e Billy Wilder, e realização de Ernst Lubitsch, esta comédia romântica só poderia resultar em pleno. O filme era uma releitura do romance "The Taming of the Shrew", mas tem a distinção de ser uma das mais originais screwball comedies. Colbert a demonstrar que tem muito talento cómico, talvez até mais do que Cooper, com destaques ainda no campo das interpretações para Edward Everett Horton, no papel do pobre pai, e o britânico David Niven como outro pretendente.
O argumento era o primeiro de uma série de colaborações de sucesso entre Billy Wilder e Charles Brackett ((Ball of Fire, Ninotchka, Sunset Boulevard), e está cheio de grandes tiradas (”I only have to look at your pants to know everything”). Não é tão cruel como as obras posteriores dos dois, em especial de Wilder, mas ainda assim é um grande argumento. Também é um filme de Ernst Lubitsch, ele que é famoso pelo seu toque especial no campo da comédia, assim como aproveita da melhor maneira os cenários luxuosos da velha Europa, e da classe rica de Nova Iorque, repleta de maravilhosos hotéis, vestidos, jóias, e uma divertida série de empregados de hotel, tudo temperado com a fria batalha dos sexos, que era normal nas comédias da altura.
Não foi um sucesso de crítica na altura da sua estreia, mas com o tempo tornou-se num dos filmes mais importantes do realizador.
Foi uma escolha do Rui Alves de Sousa.

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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Loja da Esquina (The Shop Around the Corner) 1940



A acção tem lugar numa loja húngara durante o Natal. Os tempos estão difíceis, e os empregados sentem-se intimidados pelo seu patrão Mr. Matuschek (Frank Morgan). Quando dois empregados da loja, Alfred Kralik (Jimmy Stewart) e Klara Novak (Margaret Sullavan) se tornam "pen-pals" secretamente, sem conhecimento um do outro, têm de lidar com vários obstáculos para encontrar o verdadeiro amor. Um deles, é que se odeiam na loja.
O sub-plot envolvendo a descoberta da infidelidade da esposa de Morgan desempenha um papel importante no enredo em geral, mas no coração do filme está a relação amor/ódio desenvolvida entre Stewart e Sullavan. Sabemos desde início que eles são amantes secretos, mesmo sem saberem, e Stewart descobre a meio do filme, de modo que o ponto crucial da tensão narrativa gira em torno de como, e quando, ele vai decidir revelar o que descobriu.
O que há de mais especial neste filme é o sentimento de tristeza que o atravessa. Há um enorme sentimento de solidão nas personagens de Kralik e Karla, que pensam ter encontrado o amor na forma de alguém que nunca conheceram cara a cara (a internet de hoje em dia), alguém com quem apenas correspondem por cartas. Há mais do que uma ponta de desespero em ambas as personagens, elas investem tanto neste romance irreal que parece que é a última oportunidade que têm de ser felizes. No fim, descobrem que o objecto do seu amor estava mais próximo do que pensava.
Aparte de ser construído em torno de um conceito inteligente e engraçado, também é uma grande montra para o famoso "toque de Lubitsch", misturando inteligência e algumas observações sobre as pessoas nas suas vidas pessoais e profissionais, com comédia docemente romântica. Tudo é mantido por uma excelente perfomance cómica de James Stewart, um actor capaz de dominar uma comédia Lubitschiniana, como viria a fazer mais tarde aos psico-dramas de Hitchcock.
Foi alvo de dois remakes; In the Good Old Summertime (1949), com Judy Garland e Van Johnson, e, mais tarde You've Got Mail (1993), com Tom Hanks e Meg Ryan.

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