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sábado, 27 de janeiro de 2018

Lavoura Arcaica (Lavoura Arcaica) 2001

"A produção difícil de Lavoura Arcaica (2001), longa de estreia de Luiz Fernando Carvalho, é bastante conhecida. O corte inicial do filme possuía 3h40, diminuída em uma hora para uma “versão comercial”, que obviamente clamava por um filme menor. O impasse mais curioso veio do Canal Plus, rede francesa que se interessou em co-financiar a obra juntamente com a VideoFilmes dos irmãos Salles, com peso especial na distribuição europeia. Se tivesse menos de duas horas, a obra apareceria como favorita à Palma de Ouro em Cannes (naquele ano, venceu O Quarto do Filho, de Nanni Moretti).
Depois do segundo corte, da insistência do diretor em não mexer mais na obra (apoiado pelo próprio Raduan Nassar, autor do livro adaptado) e concordância dos irmãos Salles com a opinião de Luiz Fernando Carvalho, o prazo para a inscrição do filme no Festival de Cannes foi esgotado, o financiamento do Canal Plus não aconteceu, e a opinião de alguns críticos brasileiros, pedindo que o filme não fosse mesmo inscrito, pois afastaria os votos da Academia, viu o sonho realizado. Com 2h43 minutos de duração, Lavoura Arcaica chegou aos cinemas. E arrebatou a todos os que mergulharam em sua história, mostrando que em alguns casos, o excesso programado, o perfeccionismo e a extrema fidelidade à obra original não necessariamente estragam um filme. É a forma como se manipula esses ingredientes que resulta em um bom ou mal produto. No caso de Lavoura Arcaica, o resultado é uma obra-prima. 
André (Selton Mello) é o foco do enredo. Ele representa o filho pródigo que deixa a casa vazia, triste, quando resolve fugir ao julgo do pai e do marasmo da fazenda onde mora. De família libanesa, onde o patriarca, interpretado de maneira soberba por Raul Cortez, administra a vida de todos em forte vigilância moral e valores demasiadamente arcaicos, André percebe que não há lugar para ele, o sujo, o epilético, o filho da “febre nos pés” naquele lugar. Ele é o filho que possui um desejo incestuoso pela irmã, chegando a realizá-lo, em uma espécie de “milagre divino da carne”, que serve tanto como descarga de sua libido, quanto como afronta a tudo o que o opressivo pai construiu e valorizou a vida inteira."
 Podem ler o resto do texto, aqui

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