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terça-feira, 28 de março de 2017

O Retrato de Jennie (Portrait of Jennie) 1948

Eben Adams (Joseph Cotten) é um pintor talentoso mas fracassado lutando na era da Depressão em Nova Iorque, mas que nunca foi capaz de encontrar inspiração para uma pintura. Um dia, depois de encontrar, finalmente, alguém em comprar um quadro seu, conhece uma estranha jovem chamada Jennie Appleton (Jennifer Jones), com quem começa uma amizade invulgar.
 Numa tarde de Inverno de 1932, um artista frustrado encontra uma jovem misteriosa no Central Park, e a sua vida será transformada pela sua presença assombrosa. Uma produção prestigiosa de David O. Selznick, "Portrait of Jennie" (1948) é uma incursão de Hollywood na espiritualidade romântica, reminiscente de filmes como "The Enchanted Cottage" (1945), "The Ghost and Mrs. Muir" (1947), assim como do conto sobrenatural de 1990, "Ghost". Selznick tentou dar a "Portrait of Jennie" um certo brilho artístico,   contratando um argumentista e escritor de prestigio como Ben Hecht, que já tinha então brilhado em vários filmes, e conquistado várias nomeações aos Óscares, uma delas em "Notorious", de Alfred Hitchcock, outra em "Wuthering Heights", de William Wyler, só para dar dois exemplos. Hetch escrevia apenas o perfácio, embora não fosse creditado.
Dirigido por William Dieterle, realça-se o tom estranho, com sequências de cor deslumbrantes, como o furação de New England na parte final do filme, cujas nuvens da tempestade são de um verde doentio, e no retrato final magistral de Adams a pintar Jennie, revelado num impressionante Technicolor. 
Selznick estava tão apaixonado por Jennifer Jones que depois de a roubar do seu anterior marido, Robert Walker, dominaria a actriz emocionalmente e profissionalmente. Segundo o que é contado, ele só escolhia para contracenar com a actriz, actores com relações estáveis, e que fossem conhecidos pela sua fidelidade, como eram os casos de Gregory Peck e Joseph Cotten, que contracenou com Jones em diversos filmes, incluindo este. Embora a produção de "Portrait of Jennie" fosse um sacrifício emocionamente por causa da relação da actriz com o produtor, acabaria por ser um impulso para as suas estrelas. Joseph Cotten ganharia o prémio de Melhor Actor no Festival de Veneza, e mesmo que Jennifer Jones não tivesse sido nomeada para um Óscar, foi elogiada pela crítica em geral como a problemática heroína. O filme ganhou o Óscar de Melhores Efeitos Especiais. 

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terça-feira, 26 de março de 2013

O Vento (The Wind) 1928



"The Wind" era o épico de Victor Sjöström que explodiu nas salas quando os mudos estavam a ser ultrapassados pelos sonoros. Tanto "The Wind" como "The Jazz Singer" entraram em produção ao mesmo tempo, mas como poderia Sjöström ter previsto toda a nova tecnologia que o outro filme estava prestes a revelar?, condenando "The Wind" a ser um filme datado mesmo antes de ser lançado. Isto era uma pena, pois este era provavelmente um dos últimos grandes filmes mudos a serem lançados.
Victor Sjöström, trabalhando a partir de um romance de Dorothy Scarborough, faz grande uso da luz e da sombra, técnica que parece emprestada das obras dos realizadores alemães, como FW Murnau e Fritz Lang. Este filme, além de "The Informer", de John Ford, era provavelmente o mais próximo que qualquer filme americano esteve do surrealismo gritante dos expressionistas alemães. "The Wind" também apresentava um grande desempenho por parte de Lillian Gish (no seu último filme mudo), que expande o tipo de personagem "anjo-angustiado" que ela criou em "Broken Blossoms" de DW Griffith, em 1919.
Em The Wind, ela interpreta Letty Mason, uma jovem de bom coração que se muda da Virginia para morar com o primo Beverly (Edward Earle) e a sua esposa Cora (Dorothy Cumming) num rancho do Texas, no meio da bacia de poeira. Depressa Cora começa a sentir ciúmes dela, especialmente por causa do seu afecto para os filhos. 

Letty veio para o oeste, para o implacável deserto do Texas. Hipnotizada por tempestades de areia que parecem não ter fim, mas logo descobre que tem um problema maior, o facto de que, mesmo antes de saír do comboio, já se está a tornar num objecto de desprezo e luxúria.
A desolação implacável é o que faz "O Vento" resultar, e não um final feliz. Sjöström cria uma paisagem desolada e ameaçadora, não só na paisagem física, mas também na paisagem social, de que Letty não pode escapar. Quase todos os homens que se aproximam dela fazem-no com intenções lascivas. Ela também não encontra conforto na companhia feminina, porque a mulher mais próxima dela seria Cora, que a rejeita mesmo antes de conhece-la. 
Há muitas coisas sobre Gish que merece ser recordadas, numa carreira que se prolongou por mais de 75 anos. Aos 19 anos podia parecer ter 90, e aos 90 ter 19. A sua beleza era eterna. No cinema mudo participu em algumas das obras mais importantes, "O Nascimento de uma Nação", "Intolerância", mas a sua longa carreira expandiu-se pelo cinema sonoro, tendo sido nomeada ao Óscar uma única vez, num papel secundário em "Duelo ao Sol", acabando por ganhar um Óscar honorário em 1971. O seu último filme seria em 1987, "As Baleias de Agosto", de Lindsay Anderson, em que contracenava com algumas velhas glórias, como Bette Davis, Vincent Price, Anne Sothern, Harry Carrey Jr, entre outros.

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