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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Psico (Psycho) 1960

"Um dos filmes de terror mais famosos de sempre e, muito possivelmente, o mais influente de toda a História, "Psico", de Alfred Hitchcock, trocou os seres sobrenaturais do passado do género - vampiros, lobisomens, zombies e companhia - por um monstro até demasiado humano. O filme fez de Norman Bates um nome conhecido por todos e garantiu de forma definitiva o estatuto do seu realizador como mestre do suspense.
Adaptado por Joseph Stefano, de um arrepiante, mas esquecido, romance de Robert Bloch, que baseou a personagem de Norman num assassino em série real do Wiscoin, Ed Gein, "Psico" conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma bonita mulher que rouba 40.000 dólares do local de trabalho. Deixa então a cidade sem um plano, a não ser um vago desejo de passar a noite com o namorado, que é casado. Conduzindo a noite inteira à chuva, Marion pára finalmente num Motel, onde o gerente é um rapaz desajeitado mas suficientemente simpático chamado Norman (interpretado com perfeição subtil por Anthony Perkins). Numa reviravolta chocante que pôs o público literalmente a gritar na plateia, Marion é apunhalada até à morte, na mesma noite, quando tomava um duche, por o que parece ser uma velha com uma faca de trinchar de 30 cm. Nunca até ali, um personagem central fora assassinado tão brutalmente e a menos de metade do filme!. Depois do detective da companhia de seguros, incumbido do caso, Milton Arbogast (Martin Balsam), ser também abafado, Lila (Vera Miles) a irmã de Marion e o namorado Sam Loomis (John Gavin) seguem o rasto da desaparecida até à casa da família Bates, situada na mesma estrada do Motel.
Quando "Psico" estreou, recebeu críticas pouco entusiastas - embora de longe muito melhores do que o veneno que acolheu o sinistramente familiar, "Peeping Tom", também distribuido no mesmo ano. Contudo, a reacção do público ao filme foi assombrosa, com as pessoas a formarem fila à volta dos quarteirões para obter bilhetes. A gerar mais publicidade, estava a nova "política especial" de Hitch de não deixar ninguém entrar nas salas depois do genérico de abertura. Claramente, este cineasta nascido em Inglaterra encontrou um meio para tocar directamente na psique colectiva da América: ao tornar o Monstro tão normal, e ao unir sexo, loucura e assassinato numa fantasmagórica e sórdida crónica, Hitchcock antecipou efectivamente as primeiras páginas dos maiores casos criminais das próximas décadas"
Texto de SJS.

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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Harper, Detective Privado (Harper) 1966

Lew Harper é um investigador privado de Los Angeles cujo casamento com Susan Harper, que ele ainda ama, está em vias de chegar ao fim, porque ela não suporta vir em segundo lugar, depois do seu trabalho. A sua última cliente é Elaine Sampson, que quer que ele encontre o seu marido, desaparecido faz 24 horas, logo depois de chegar ao aeroporto de Van Nuys, em Vegas. Ninguém parece gostar de Ralph, incluindo a sua esposa, que acredita que ele está com outra mulher. Seja como for, o trabalho de Lew éncontrá-lo, e ao mesmo tempo tentar salvar o que resta do seu casamento.
Paul Newman a assumir o papel de um detective privado que tenta encontrar um milionário desaparecido no meio da vida exuberante de Los Angeles. O resultado seria um sucesso memorável, e um dos maiores sucessos de Newman nos anos sessenta, que ajudava a estabelecer a sua reputação de actores mais cool da grande tela. 
Harper ficou conhecido no mundo como Lew Archer, o herói de uma séries de livros iniciados pelo escritor de mistério Ross Macdonald, com o primeiro livro a chamar-se "The Moving Target". A série seria aclamada por adicionar uma grande densidade psicológica aos livros de detectives, e fez de Macdonald um dos escritores de maior sucesso das novelas de mistério, com o seu nome a ser colocado ao lado de outros como Dashiell Hammett ou Raymond Chandler.
Isso não impediu Newman de mudar o nome ao famoso detective de Macdonald, impulsionado pelo facto dos seus dois filmes de maior sucesso começarem pela letra "H", "Hud" e "The Hustler", Newman pediu que o nome do seu detective fosse alterado de Archer para Harper. Para além deste pormenor, o filme ficou fiel ao livro de Macdonald, e ajudou a trazer novos leitores para o escritor. O papel ficou tão associado a Newman que ele entraria numa sequele nove anos depois, "The Drowing Pool". 
"Harper" também mostrou respeito pelos filmes noir do passado, onde vai buscar inspiração, principalmente na escolha da actriz que interpreta a Mrs. Sampson, Laureen Bacall. O elenco conta ainda como nomes como Arthur Hill, Julie Harris, Janet Leigh, Shelley Winters e Robert Wagner.

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Esporas de Aço (The Naked Spur) 1953



Um rancheiro (James Stewart) regressa a casa depois da Guerra Civil, para descobrir que a sua noiva vendeu a quinta e fugiu com o dinheiro. Desolado ele tenta ganhar a recompensa para um assassino astuto e manipulador (Robert Ryan), para assim poder recuperar a sua quinta, e vai ver-se no meio de uma trama com um prospector (Millard Mitchell), um ex-soldado (Ralph Meeker), e a namorada confusa do seu alvo (Janet Leigh).
Os westerns de Anthony Mann são duros moralmente e estilisticamente emocionantes, e "The Naked Spur" é um dos seus melhores, menos directo do que o tradicional "bom vs mau" de "Bend of the River" e "The Far Country", e um pouco menos pretensioso do que os seus filmes shakesperianos, como "The Man From Laramie". É um filme todo passado na vida selvagem, longe das cidades, onde os personagens são despidos pelos acontecimentos violentos, para revelarem a sua verdadeira natureza.
Além do argumento perfeito, Mann conta com um sentido visual magistral, elevando a câmera até ás rochas, e mostrando a violência na nossa cara. A câmera em Technicolor de William Mellor absorve o belo, mas perigoso cenário, dando ao filme uma paisagem psicótica. Os protagonistas deste filme de Anthony Mann, mais uma vez deixam que o seu desejo por vingança consuma as suas qualidades inerentes de honra e decência. A jornada torna-se um processo quase religioso de revelação, que finalmente permite a um deles amargamente alcançar o estado de graça.
Conseguiu uma nomeação para o Óscar de Melhor Argumento, para Sam Rolfe, e Harold Jack Bloom.

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Grand Slam (Ad ogni costo) 1967



Heist movies dificilmente serão melhores do que isto, um clássico perdido do final dos anos 60 que, embora obviamente influenciado por "Rififi" de Jules Dassin (qual será o filme de assalto que não tenha sido influenciado por esta obra-prima francesa?) tem twists suficientes, e planos engenhosos para manter o mais exigente dos fãs do crime satisfeitos. Realizado por Giulano Montaldo, é uma co-produção europeia/norte-americana, filmada principalmente em exteriores no Brasil, passou despercebido por muito tempo e merece encontrar um lugar ao lado de outras grandes obras do género, como o já mencionado Rififi. 
Edward G Robinson interpreta um professor bem-educado, o professor James Anders, um trabalhador americano no Rio de Janeiro. Anders, aborrecido com anos de ensino, decide montar uma equipa para executar um roubo de diamantes durante o Carnaval do Rio de Janeiro. No crime, uma equipa de quatro especialistas internacionais estão reunidos para realizar o roubo: um especialista em segurança, um mestre ladrão, um génio mecânico, e um playboy (para seduzir a única mulher com a única chave para o edifício onde está o diamante, a bela Janet Leigh).
Dos ladrões, é Klaus Kinski quem rouba a cena como um psicótico (claro) especialista em explosivos que sempre parece estar à beira de quebrar e trair o resto do grupo. Ninguém pode fazer o olhar com os olhos arregalados de um louco tão bem como Kinksi (provavelmente devido ao facto dele ser um psicótico maluco na vida real) e aqui ele aplica toda a sua intensidade habitual. Também é óptimo ver uma lenda de Hollywood como Edward G. Robinson, mastiga o cenário como "o homem com o plano", e, embora tenha estado disponível para apenas alguns dias de filmagens (todos os exteriores com ele andando pelas ruas são de estúdio), faz sua presença ser sentida apenas como um ator da sua magnitude pode. 
O assalto clímax é uma peça incrível de cinema nervoso, levando 20 minutos de sequência de assalto silencioso (mais uma vez Rififi). O sempre confiável Ennio Morricone mantém as coisas interessantes com uma banda-sonora que faz uso pesado de batidas de samba tradicional brasileiro e uma fotografia muito bem composta por Antonio Macasoli. "Grand Slam" viria a ser considerado o primeiro filme da série dos Poliziotteschi.
Atenção que este filme não tem legendas, é falado em inglês.

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sábado, 27 de abril de 2013

O Nevoeiro (The Fog) 1980


"The Fog" foi o filme de terror de John Carpenter que seguiu o grande sucesso de "Halloween", e embora não tão conseguido como o seu antecessor, ainda apresentava bastante qualidades da velha escola de terror de série B, e com classe suficiente para torná-lo num dos filmes mais importantes do período.
A cidade de Antonio Bay está prestes a comemorar o centésimo aniversário da sua fundação. Contudo, os fundadores da cidade escondem um segredo que poderia destruí-la. Quando o Padre Malone (Hal Holbrook) descobre este segredo, percebe que a história da cidade é uma fraude. Uma jovem de passagem chamada Elizabeth Solley (Jamie Lee Curtis) e um habitante local chamado Nick Castle (Tom Atkins) começam a perceber que algo está errado quando a tripulação de um barco de pesca é encontrada morta, e a DJ Stevie Wayne (Adrienne Barbeau), também anda a descobrir algo. Kathy Williams (Janet Lee) tenta organizar os festejos do centenário ... mas um nevoeiro bastante espesso está a chegar, e lá dentro trás algo de muito mau. 
Começa com uma citação de Edgar Allen Poe seguido de um close-up de um relógio de bolso pendente, com uma criança a observar que é iluminada pelo brilho da luz de uma fogueira. Este é o prólogo do filme, entregue a um velho capitão interpretado pelo veterano produtor/actor John Houseman, que se senta à frente de uma fogueira e conta a um grupo de crianças histórias de assombrar. Em voz baixa, ele relata a história do The Elizabeth Dane, um navio afundado cuja tripulação fantasma virá um dia levantar-se do mar, envolta pela neblina que levou ao seu naufrágio, exactamente cem anos atrás.
O significado do título torna-se aparente quando é mostrado claramente que os fantasmas do Elizabeth Dane só podem movimentar-se dentro dos limites do nevoeiro, e se ficarmos de fora dele, então ficamos fora de perigo. Na verdade, Carpenter explora a história num ritmo bem vagaroso. Desde muito cedo que nos tornamos conscientes da maldade dentro do nevoeiro, mas apenas quando o filme avança, lentamente, é que conseguimos perceber as origens do terror. Muitos realizadores teria atirado fora toda a exposição de uma só vez, mas a revelação gradual dos factos funciona perfeitamente.
Uma vez mais, a banda sonora electrizante, está a cargo do próprio John Carpenter. 

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sábado, 13 de abril de 2013

O Enviado da Manchúria (The Manchurian Candidate) 1962



Durante a Guerra da Coreia na década de 50, um pelotão de soldados americanos é capturado e levado por três dias, onde aparentemente sofrem uma lavagem cerebral com idéias e instruções que eles têm que cumprir, mas das quais vagamente se lembram. Avancemos para os Estados Unidos, 10 anos depois, onde esses homens têm pesadelos sobre a experiência, alguns dos quais incluíam a morte de dois dos homens às mãos do sargento Raymond Shaw (Harvey), sob ordens, enquanto em hipnose. Shaw, vencedor da Medalha de Honra do Congresso por feitos heróicos que os seus homens foram condicionados a pensar acontecer, é também o enteado de um senador de destaque (Gregory), que será o próximo candidato à vice-presidencia, enquanto que os homens sobreviventes sabem que alguma coisa aconteceu na Coreia do Sul, que levou aos crimes de Shaw, mas que eles parecem não se conseguir lembrar . Os comunistas têm Shaw sob o seu poder, com grandes planos para algo que irá acontecer nos mais altos cargos dos Estados Unidos, e é o Major Marco (Frank Sinatra) que terá de descobrir que trama nefasta está prestes a acontecer, e pará-la antes que seja tarde demais.
Fascinante e cheio de suspense, The Manchurian Candidate é um filme altamente sofisticado e bastante polémico que continua a ser um dos melhores thrillers políticos, mesmo até aos dias de hoje. Baseado no romance de Richard Condon (Prizzi's Honor), o realizador John Frankenheimer tece uma teia de decepção tão bem montada, que não conseguimos adivinhar as voltas que o argumento irá dar. Perfeitamente sincronizado com o medo que se fazia sentir no país nesta altura, também é eficaz na premonição de um dos incidentes mais angustiantes que o país iria enfrentar no ano seguinte, o assassinato de John F. Kennedy. É bem possível que muitas das teorias da conspiração sobre as ligações de Oswald tenham muito a ver com este filme, ainda fresco na psique de muitos norte-americanos na época. As semelhanças com o mundo real levaram o filme a ser arquivado por quase 25 anos.
Tão grave como o assunto que trata, é realmente o humor negro que faz "O Enviado da Manchúria" ser um thriller tão admirável. Os estranhos personagens que povoam o filme e as conversas embaraçosas são muitas vezes divertidas superficialmente, e o sentido satírico acusando tanto o comunismo como macarthismo é feito com subtileza e igual sucesso. Apesar de já ter alguns anos, o filme, no entanto, é atravessado por uma sensação muito moderna, muito mais vibrante e rica textualmente do que muitos outros filmes que saíram na mesma época. Embora o clima político tivesse mudado muito desde então, o assunto ainda tem relevância hoje em dia, ainda mais evidenciada pelo remake de 2004.

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