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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Candy (Candy) 1968

Baseado num livro clássico do mesmo nome, escrito por Terry Southern e Mason Hoffenberg, sob o pseudónimo de Maxwell Kenton. A história apresenta uma banda sonora bastante animada de música contemporânea, e goza com algumas das modas dos anos sessenta, como o uso de LSD, religiões orientais, protestos antimilitares e hippies. Os críticos denegriram "Candy", alegando que faltava um enredo coerente, mas o público gostou da sátira social e auto-crítica, pontuada por um elenco de excelência com estrelas de topo daquele período, como Charles Aznavour, Richard Burton, Marlon Brando, John Astin, Ringo Starr, Walter Matthau, James Coburn e John Huston. 
O filme é sobre o despertar sexual de uma jovem que embarca numa série de aventuras sexuais bizarras com um bando de personagens estranhas e perturbadoras. Ao longo do caminho para se tornar uma mulher, Candy encontra um médico que incentiva a masturbação prolífica e frequente, um ginecologista exibicionista que examina Candy publicamente, e um corcunda ladrão. Enquanto que a maior parte do filme se desenvolve como se fosse um filme pornográfico com enredo, uma trama subtil surge. Através das suas estranhas façanhas sexuais Candy torna-se uma adulta auto-suficiente, capaz de ter emoções e decisões independentes.
O filme, que defende a liberdade sexual e a experimentação, foi censurado quando estreou em França e nos Estados Unidos. A versão original tinha 124 minutos, mas foram cortados 14 para ser em exibido em França. Nos Estados Unidos, a reputação do livro, que tinha sido lançado 10 anos antes, era muito má,  o que levou muitos cinemas a rejeitarem o filme, mesmo depois dele receber a classificação "R" pelo MPAA. Em Jackson, no Mississippi, o director do cinema resolveu exibir o filme, e foi preso com o seu projecionista por exibir um filme obsceno. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Confrontação (Affliction) 1997

O xerife da cidade de New Hampshire (Nick Nolte) terá que resolver o problema de um amigo que, no primeiro dia de caça, deu um tiro acidental num rico homem de negócios. Apesar de ter inúmeros conflitos pessoais, este sossegado xerife decide investigar mais a fundo o caso, percebendo que tudo pode ter sido planeado.
"Affliction", de Paul Schrader, é um drama familiar poderoso e sombrio sobre a incapacidade trágica de um filho de não se tornar como o pai. Passado no frio intenso da temporada da caça ao veado de Lawford, New Hampshire, está repleto de temas sobre a violência geracional, o domínio dos homens sobre as mulheres, o domínio dos ricos sobre os pobres, o alcoolismo, e o abuso infantil. Como argumentista e realizador, Schrader sempre olhou para os recantos mais obscuros da experiência americana, como em "Taxi Driver", "Harcore" ou "American Gigolo", escolheu aqui talvez o canto mais obscuro de todos, mostrando como a violência do pai passa a ser a do filho, garantindo um ciclo interminável de violência e miséria.
Com um grande elenco, é um filme de actores. Garantiu um Óscar de Melhor Actor Secundário a James Coburn, que aparece no papel do pai, mas a verdadeira alma do filme é Nick Nolte, nomeado para melhor actor. Apesar do filme ter estreado no Festival de Veneza de 1997, só viria a ser exibido nos cinemas americanos mais de um ano depois. 
Legendas em espanhol. 


terça-feira, 9 de outubro de 2018

Aguenta-te, Canalha! (Giù la Testa) 1971

No México, na altura da revolução, Juan, o líder de uma família de bandidos, conhece John Mallory, um expecialista em explosivos do IRA em fuga dos britânicos. Ao ver a habilidade de John com explosivos Juan decide convencê-los a juntar-se aos bandidos para um assalto ao banco de Mesa Verde. Entretanto John fez contacto com os revolucionários, e pretende usar a sua dinamite neste serviço. 
Muito possivelmente a menos apreciada das obras-primas de Sérgio Leone, "Giù la Testa" pode não ter a presença icónica de Clint Eastwood, mas tem um argumento inteligentemente escrito e um realizador no pico dos seus poderes. É uma espécie de comédia, apesar do tratamento sério da guerra contra a opressão, com fortes comentários sobre como o poder elitista usava as classes mais baixas sem instrução, para cumprir as ordens enquanto continuam a recolher recompensas dos seus esforços. Enquanto muitos espectadores vai apreciar muito mais a comédia e a acção, é realmente a compaixão de Leone para com as lutas de classe que elevam este filme a um dos melhores westerns spaghetti de sempre.
O filme não se esforça para ter muita precisão histórica, mas permanece vital como uma alegoria interessante celebrando as virtudes do homem comum e os vícios dos poderosos e ricos. Em muitos aspectos, é um filme de tendências esquerdistas, não muito diferente de muitos que eram populares naquela época, mas não é um comentário a nenhum evento em particular, mas sim a uma ideologia. Embora não seja o clássico do género como outros filmes de Leone, a sua complexidade faz com que mereça a pena uma visualização.
Filme escolhido pelo Marco Santos.

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sábado, 3 de dezembro de 2016

Capítulo 9 - Guerra

O cinema soube alimentar-se das grandes e pequenas guerras da história da humanidade. Encenando os grandes conflitos onde se projectava a eterna e suprema luta entre o bem e o mal, o cinema encontrou um cenário onde o espectáculo ganha uma nova dimensão. Na década de 80, a que estamos a analisar, fazia-se o rescaldo da Guerra do Vietneme, e o cinema americano explorou este filão ao máximo, com filmes tão contemporâneos como: "Apocalypse Now", "Coming Home", "Deer Hunter", "Platoon", "Born on the Fourth of July", "Full Metal Jacket", entre muitos outros. Mas, o cinema de guerra no tempo do VHS não vivia só sobre esta guerra, havia muito mais guerras. Aqui está a nossa seleção para o nono capítulo.

Feliz Natal, Mr. Lawrence (Merry Christmas, Mr. Lawrence) 1983
Baseado no livro de Sir Laurens der Post, relata o tenso conflito entre brutais comandantes japoneses e os seus obstinados prisioneiros ingleses. O ano é o de 1942, e o mundo está em guerra. Feito prisioneiro pelos japoneses num campo de concentração na ilha de Java, o oficial britânico Jack Celliers (David Bowie), inicia um conflito quando resolve não acatar as regras ditadas pelo Capitão Yonoi), um cruel comandante japonês. Mas, entre eles está o Coronel John Lawrence (Tom Conti), um homem que tem um grande amor pela cultura e língua japonesa, mas que se torna uma ameaça por ser o único a entender ambos os lados.
"Merry Christmas, Mr. Lawrence" é uma curiosa produção internacional do inicio dos anos 80. Produzido por Jeremy Thomas, um produtor britânico de mentalidade internacional (habitual colaborador de Bernardo Bertolucci), e realizado pelo Japonês Nagisa Oshima, num registo bem fora do habitual, e um argumento escrito pelo próprio Oshima e pelo crítico britânco Paul Mayersberg a partir de um romance semi-autobiográfico do escritor sul-africano Laurens Van der Post, com um elenco que misturava actores britânicos com japoneses, como David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto (também autor da banda sonora), e Takeshi Kitano.
Era uma lógica comparação (e contraponto) ao famoso "A Ponte do Rio Kwai", de David Lean, um filme ao qual Oshima parece reagir activamente de encontro a uma tomada deliberadamente modernista sobre tensões em tempo de guerra, dando uma genuína ênfase no conflito cultural, de ambos os lados, e um desenlace que sugere que ninguém está verdadeiramente certo, nem verdadeiramente errado, o oposto ao heroismo de David Lean.

 A Grande Batalha (Cross of Iron) 1977
Uma frente de soldados alemães luta para sobreviver aos ataques soviéticos na Segunda Guerra Mundial, contando com a liderança do novo comandante, o condecorado oficial Steiner, que busca apenas uma coisa: a Cruz de Ferro para honrar sua família.
"“Cross of Iron” (ou A Grande Batalha, o muito inspirado título português) é o único filme de guerra de Sam Peckinpah e retrata um pelotão não americano, mas alemão, liderado por Rolf Steiner (James Coburn), durante a 2ª Guerra Mundial. Anárquico tematicamente mas, também, estilisticamente, “Cross of Iron” é o filme, formalmente, mais radical do seu realizador. Violento, sim, mas anti-violência como (acredite-se ou não) todo e qualquer filme de Peckinpah: Orson Welles, depois de ter visto o filme achou-o o melhor filme anti-guerra alguma vez feito (pode não o ser, mas estará lá perto). Fora isso, é um “chupem-me” à montagem e narrativas tradicionais e aos produtores e estúdios que tanto atormentaram Peckinpah. E a Hitler, também, claro está.." Tirado daqui
Aconselho também uma leitura sobre este filme, daqui.

Fuga Para a Vitória (Victory) 1981
Num campo alemão de prisioneiros de guerra o major Karl von Steiner (Max Von Sydow), que já tinha pertencido à seleção alemã de futebol, tem a idéia de fazer um jogo entre uma seleção dos prisioneiros aliados, liderados pelo capitão John Colby (Michael Caine), um inglês que era um conhecido jogador de futebol. Colby também teria a tarefa de selecionar e treinar a equipa, para enfrentar a selecção alemã no Estádio Colombes, em Paris. Enquanto os nazis, com a excepção de Steiner, planeiam fazer de tudo para vencer o jogo e assim usar ao máximo a propaganda de guerra nazi, os jogadores aliados planeiam uma arriscada fuga durante a partida. 
O projecto original era um drama sério, baseado na história verídica de um grupo de prisioneiros de guerra aliados desafiado para uma partida de futebol pelos alemães. O acordo era que se os alemães ganhassem os prisioneiros de guerra eram libertados na Suiça. Se fossem os prisioneiros a ganhar, seriam fuzilados. Os prisioneiros decidiram pela vitória, ganharam a partida, e, consequentemente, foram fuzilados.
Realizado por John Huston, já em periodo final da sua carreira, contava com um elenco de estrelas, formado por actores e jogadores de futebol reais, como Pelé, Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, John Wark, entre outros. Sylvester Stallone também fazia parte do elenco, como guarda-redes dos aliados. Já era na altura uma estrela em ascenção, em parte por causa do êxito de "Rocky", e insistiu para que fosse ele a marcar o golo da vitória, e o elenco de jogadores de futebol tentou convencê-lo do absurdo que seria o guarda-redes marcar o golo da vitória, mas era apenas para massajar o seu ego. 
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terça-feira, 8 de março de 2016

Major Dundee (Major Dundee) 1965

Durante o último inverno da Guerra Civil o Oficial da Cavalaria Amos Dundee (Charlton Heston) leva um grupo de tropas de contenciosos do exército, prisioneiros confederados e batedores, numa expedição ao México, para destruir um grupo de Apaches que vinha a destruir bases americanas no Texas. O oficial que ele coloca no comando dos prisioneiros confederados é o capitão Benjamin Tyreen (Richard Harris), um velho inimigo de Dundee que promete lealdade só até os Apaches serem destruídos.
Um dos mais infames casos de um estúdio a tomar conta da pós-produção de um filme, e libertar um produto final sem a aprovação do realizador, "Major Dundee" ainda carrega a marca do lendário épico que nunca foi, uma obra-prima perdida, e a marca de um génio que tentaram silenciar. Teve de esperar quase 50 anos para ter uma versão que lhe fizesse alguma justiça. Na versão teatral foram-lhe retirados 34 minutos, 20 pelos produtores e 14 pelos distribuidores, com Sam Peckinpah a tentar retirar por tudo o seu nome dos créditos finais.
O papel principal é interpretado por Charlton Heston, um papel muito obscuro sobre um homem atormentado por obsessões: o ódio racial, um sentimento forte em provar a si próprio ser capaz de tudo, frustração sobre fracas experiências amorosas, frustrações sobre fracassos militares, e um sentimento amargo persistente de alienação, que ele não consegue escapar.
Hoje, "Major Dundee" é muitas vezes visto como um aquecimento para "The Wild Bunch", principalmente porque Peckinpah reciclou elementos deste filme no filme posterior, determinado a salvar a essência da sua arte, depois da sua primeira obra ter sido tão mal tratada. Mesmo assim, é considerado uma obra prima.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O Lutador da Rua (Hard Times) 1975

Um desempregado durante a Grande Depressão cuja única alternativa é lutar nas ruas. Chaney (Charles Bronson), é um desafortunado que embarca num comboio para Nova Orleans. Lá, no lado mais pobre da cidade, tenta ganhar dinheiro fácil, da única maneira que conhece, com os punhos. Chaney aproxima-se de Speed (James Coburn) e convence-o de que pode ganhar um bom dinheiro para ambos. Ganha algumas lutas ilegais mas Speed tem um débito com um gang de assassinos, o que força Chaney a lutar pela última vez com Street, um monstro enorme numa luta sem regras ou árbitro.
Walter Hill era ainda um novato, e já tinha chamado a atenção como argumentista de dois filmes:  "The Getaway" de Sam Peckinpah, e "The Mackintosh Man", de John Huston, quando teve a hipótese de pegar numa realização pela primeira vez. Escolheu um terreno um pouco diferente dos seus trabalhos como argumentista, um drama bastante tranquilo sobre um lutador viajante, que tenta fazer um pouco de dinheiro para si, da melhor forma que pode.
Co-escrito por Bryan Gindoff e Bruce Henstell, "Hard Times" é um filme perfeito: grandes interpretações de dois tipos duros, uma fabulosa montagem de Roger Spottiswoode, um futuro realizador que também já tinha dado os primeiros passos com Peckinpah, na montagem de "Straw Dogs" e "Pat Garret & Billy the Kid", montagem essa que enfatizava Bronson, nesta altura já na casa dos 50 anos.

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sábado, 27 de junho de 2015

O Homem que Luta Só (Ride Lonesome) 1959

O assassino Billy John (James Best), é capturado por Ben Brigade (Randolph Scott), um caçador de recompensas, que pretende levá-lo até Santa Cruz para ser enforcado. Brigade pára numa estalagem onde salva a esposa do gerente de um ataque de índios e pede ajuda a dois foras-da-lei para o acompanharem na sua jornada com mais segurança. Contudo, o ataque dos índios continua, e os foras-da-lei têm outros planos...
O penúltimo filme na série "Boetticher/Scott é considerado por muitos como o melhor, e também dos melhores da carreira do realizador. Tal como o título do filme indica, Ben Brigade, o personagem de Scott, é um herói solitário, um caçador de recompensas que guia o seu prisioneiro para ser julgado, mas na realidade, na maior parte do filme, Brigade não cavalga sozinho.
O argumento é basicamente um compêndio de todos os padrões do western: o ataque dos índios, os vilões a perseguirem os heróis para um confronto final, e a mulher da fronteira que precisa de ser protegida (Karen Steel, que era uma habitual nos filmes de Boetticher). Tal como James Stewart em "The Naked Spur", Brigade é um caçador de recompensas pouco relutante, não o tipo de pessoa que esperaríamos perseguir alguém por dinheiro. É óbvio que nem tudo é o que parece, e Brigade tem motivos ocultos para aquilo que está a fazer.
Como é habitual, Boetticher é extremamente imparcial ao lidar com os seus personagens principais, com personalidades bem desenvolvidas, nunca permitindo que Boone e Whit se tornem os vilões do filme, apesar de conspirarem contra Brigade. Isto porque o vilão principal, Frank, o irmão de Billy (Lee Van Cleef), pouco está presente no no filme, e era preciso algum antagonismo contra a personagem principal.
Era a estreia absoluta de James Coburn nas longas metragens, no papel de Whit.

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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Os Sete Magníficos (The Magnificent Seven) 1960



Um bandido aterroriza uma pequena aldeia mexicana. Os habitantes mais velhos enviam três camponeses para os Estados Unidos, para encontraram pistoleiros para os defenderem. Conseguem apenas sete, e cada um concorda em ajudar por diferentes razões. É preciso preparar a cidade para se defender de um exército de 40 bandidos, que vai chegar para lhes roubar a comida.
"The Magnificent Seven", é uma americanização do magistral épico japonês, "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa, e na verdade não lhe fica muito atrás. Não apenas inspirou muitos westerns futuros, mas revitalizou a popularidade dos westerns na década de 60. Como é lógico o filme de John Sturges não compete com o de Kurosawa em termos de destreza visual e complexidade temática, mas ainda assim é uma história de aventuras empolgante, que não só inclui um elenco brilhante, mas também explora algumas das contradições mais profundas do nobre mítico bandido, que era tão importante para o western americano.
Sturges conduz o filme com grande eficiência, não desperdiçando um frame, ou uma linha de diálogo ao longo de todo o filme. Isto garante um ritmo rápido, e um maior envolvimento do do público, ainda que sacrificasse algumas das qualidades humanas que fazem de "Os Sete Samurais" um filme tão distinto.
Eli Wallach faz um excelente trabalho no papel de Calvera, o chefe dos bandidos mexicanos, mostrando o quanto próximos eles estava dos membros dos Sete Magnificos. Afinal eles são todos pistoleiros e bandidos, e a única diferença é o lado da linha em que eles estavam aqui. Isto faz o filme ser muito mais complexo do que aparenta, uma vez que torna cada vez mais difícil fazer as distinções entre o bem e o mal. Claro que somos sempre levados a optar pelo lado dos Sete Magníficos, mas somos constantemente lembrados que eles são bandidos sem vínculo aquela terra, família, nação. Algo que era habitual nos heróis dos westerns americanos, mas nunca conscientemente explorado.
Uma nota final para os actores que fazem de sete magníficos: Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, Robert Vaugh, Brad Dexter, James Coburn, e Horst Buchholz.

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