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domingo, 25 de abril de 2021

Mahler, Delírio Fantástico (Mahler) 1974

Durante uma viagem de comboio para Viena, o compositor Gustav Mahler e a sua esposa Alma falam sobre os motivos que levam o seu casamento a falhar. A conversa evoca memórias do passado de Mahler, contando a sua história através de uma flutuação entre o passado e presente.
O nome de Ken Russell continua a ser um sinónimo de excesso, e poucos que já viram filmes como "The Devils", "Tommy" ou "Crimes of Passion" dificilmente conseguirão argumentar do contrário. Mas o desejo de chocar o público era apenas parte do seu repertório, e as habilidades que ele desenvolveu como cineasta para a série de documentários Omnibus da BBC são exemplificadas por este filme biográfico atípico sobre o compositor Gustav Mahler. Interpretado de forma severa por Robert Powell, a vida do compositor é explorada numa estrutura de flashbacks, com ênfase na religião e família. Há também um forte sentido pictórico das paisagens. Russell frequentemente reclamava da falta de filmes britânicos no campo, e o Lake District onde é filmada parte da acção, é um cenário pitoresco.
Há um pequeno cameo de Oliver Reed, e há uma sequência de sonho anacrónica com nazis, mas Russell mantém o controle, e oferece-nos uma imagem austera e digna do génio musical,  desprovido de qualquer sensacionalismo porque Russell era regularmente criticado. Quase ninguém viu o filme quando estreou nas salas, mas teve honras de passar em Cannes, e concorrer para o prémio principal.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Os Diabos (The Devils) 1971

Na cidade francesa de Loudun, em 1604, as freiras num mosteiro começam a agir como se estivessem possuídas por demónios. A intervenção da Inquisição leva a consequências sangrentas. Passado durante o violento regime católico que tomava conta da França no passado século XVII, parte da suposta possessão de uma madre-superiora (Redgrave no papel de Sister Jeanne) cujas fantasias sexuais com o mais proeminente padre da localidade de Loudon (Urbain Grandier, interpretado por um surpreendente Oliver Reed) resulta num dos mais sangrentos episódios daquela época.
Vaga interpretação de um evento histórico infame na França do século XVII baseia-se numa adaptação do livro de Aldous Huxley, "The Devils of Loudun," e numa peça onde John Whiting se baseou no mesmo livro. É Ken Russell na sua melhor excessividade visual, e pior dramaticidade. Esta versão de Russell é diabolicamente engraçada como filme camp, muito valiosa em termos visuais graças aos cenários de Derek Jarman, aqui alguns anos antes de se tornar num realizador de créditos firmados.
O status de gigante esquecido tem perseguido Russell ao longo dos anos. Para cada realizador que ele inspira, para cada filme que presta homenagem aos seus conceitos esotéricos parece ter ficado ainda mais esquecido. Ao longo das décadas de sessenta e setenta a sua reputação de bad boy do cinema britânico era rivalizada apenas pelos grandes filmes que realizava, clássicos pós-modernos como "Women in Love", "The Music Lovers" ou a sua adaptação dos The Who, "Tommy". Hoje é uma influência importante entre muitos, excepto entre os mais eruditos cinéfilos. "The Devils" é considerado uma das suas maiores obras nos tempos correntes, mas difícil de ser visualizado
Filme escolhido pelo Alexandre Mourão.

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domingo, 30 de outubro de 2016

Capítulo 1 - Terror

Cemitério Vivo (Pet Sematary) 1989
Para muitas famílias, mudar de casa significa recomeçar. Mas para os Creed pode estar a começar o fim. É que eles mudaram-se para próximo de um lugar que as crianças construíram com desilusões, o Cemitério Vivo. Trata-se de um estreito pedaço de terra, que oculta um misterioso sepulcro indígena com poderes de ressurreição. O mestre do terror, Stephen King, leva todos ao inferno, mas os Creed não tem passagem de volta. O guia turístico é o gentil Jud Crandall (Fred Gwynne), o vizinho simpático que conhece os segredos da vida, mas que já viu o suficiente para acreditar firmemente que às vezes a morte é bem melhor.
Era apenas a segunda obra de Mary Lambert, e a primeira que Stephen King adaptava directamente para o cinema um dos seus romances. Sendo o livro um best-seller, o filme acabou por se tornar também um êxito de bilheteira, mesmo tendo em conta o tom mórbido filmado por Lambert, e o componente dos slasher movies. Rendeu 57 milhões só nas bilheteiras americanas, tendo em conta o budget de 11,5 milhões, sendo de longe o filme de terror com melhores resultados nesse ano.
Não é das melhores nem mais importantes adaptações de Stephen King, mas é das mais bem sucedidas. Teve uma sequela 3 anos depois.

A Catedral (La Chiesa) 1989
Na Idade Média uma catedral é construída com o propósito de abrigar corpos de pessoas consideradas possúidas pelo Demónio. Séculos depois um jovem bibliotecário liberta o mal que está sobre a construção removendo uma pedra nas catacumbas. Ao redor, uma série de eventos macabros começa a acontecer, e o Padre Gus parece ser o único que não está possuído. Portanto, cabe a ele a tarefa de evitar o caos na cidade encontrando um segredo, na própria igreja, libertando a cidade dos demónios.
Produzido e com argumento de Dario Argento, e realizado por um dos seus protegidos, Michele Soavi, segue um pouco a história de "Demons" de Lamberto Bava, usando o mesmo dispositivo de uma presença maligna a enclausurar pessoas inocentes num prédio, com os mais pobres de espírito a serem afectados pela presença demoníaca. Um truque eficaz, muito bem explorado por Soavi, aqui um jovem de 32 anos ainda na sua segunda longa metragem, conseguindo uns momentos de choque bastante eficazes.

Os Olhos da Floresta (The Watcher n the Woods) 1980
O espírito de uma criança, assombra os filhos de um casal americano na sua nova residência, uma bela casa cercada por uma floresta na Inglaterra. As duas filhas do casal começam a ver coisas e ouvir vozes. A mais velha das meninas procura desvendar o desaparecimento de uma rapariga ocorrido há trinta anos.
Produzido pela Disney, numa das suas raras incursões ao território do terror, é baseado num livro de 1976 de Florence Engel Randall. O filme teve vários problemas de produção, tendo sido retirado da circulação logo depois de ter estreado, em 1980, tendo sido novamente lançado depois de uma nova montagem. A primeira versão foi realizada por John Hough, especialista em cinema de terror que já tinha realizado, por exemplo, "The Legend of Hell House".
Destaque especial para duas velhas glórias de Hollywood em final de carreira: Bette Davis e Carroll Baker.

Jardim do Mal (The Lair of the White Worm) 1988
Ao fazer escavações nas terras de um convento, o arqueólogo Angus Flint encontra uma estranha caveira que lembra a cabeça de um dinossauro, e um mosaico romano. Há uma lenda local sobre uma antiga serpente morta na caverna de Stone Rigg. Paganismo e cristianismo entram em conflito, porque segundo a lenda essa cobra monstruosa pode transformar-se em mulher.
Campy, erótico, gory, por vezes intencionalmente engraçado, filme sobre vampiros, aqui sob a forma de uma mulher serpente adorada por um velho culto religioso. O britânico Ken Russell injecta na história as suas típicas alucinações e sonhos surreais. O filme é vagamente baseado no último trabalho conhecido de Bram Stoker, antes de morrer. Embora não tão conhecida como "Drácula", a história ainda tinha um número considerável de fãs.
Interpretado por um Hugh Grant muito jovem, alguns anos antes de se tornar famoso, e duas beldades: Amanda Donohoe e Catherine Oxenberg.
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