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sábado, 3 de dezembro de 2016

Capítulo 9 - Guerra

O cinema soube alimentar-se das grandes e pequenas guerras da história da humanidade. Encenando os grandes conflitos onde se projectava a eterna e suprema luta entre o bem e o mal, o cinema encontrou um cenário onde o espectáculo ganha uma nova dimensão. Na década de 80, a que estamos a analisar, fazia-se o rescaldo da Guerra do Vietneme, e o cinema americano explorou este filão ao máximo, com filmes tão contemporâneos como: "Apocalypse Now", "Coming Home", "Deer Hunter", "Platoon", "Born on the Fourth of July", "Full Metal Jacket", entre muitos outros. Mas, o cinema de guerra no tempo do VHS não vivia só sobre esta guerra, havia muito mais guerras. Aqui está a nossa seleção para o nono capítulo.

Feliz Natal, Mr. Lawrence (Merry Christmas, Mr. Lawrence) 1983
Baseado no livro de Sir Laurens der Post, relata o tenso conflito entre brutais comandantes japoneses e os seus obstinados prisioneiros ingleses. O ano é o de 1942, e o mundo está em guerra. Feito prisioneiro pelos japoneses num campo de concentração na ilha de Java, o oficial britânico Jack Celliers (David Bowie), inicia um conflito quando resolve não acatar as regras ditadas pelo Capitão Yonoi), um cruel comandante japonês. Mas, entre eles está o Coronel John Lawrence (Tom Conti), um homem que tem um grande amor pela cultura e língua japonesa, mas que se torna uma ameaça por ser o único a entender ambos os lados.
"Merry Christmas, Mr. Lawrence" é uma curiosa produção internacional do inicio dos anos 80. Produzido por Jeremy Thomas, um produtor britânico de mentalidade internacional (habitual colaborador de Bernardo Bertolucci), e realizado pelo Japonês Nagisa Oshima, num registo bem fora do habitual, e um argumento escrito pelo próprio Oshima e pelo crítico britânco Paul Mayersberg a partir de um romance semi-autobiográfico do escritor sul-africano Laurens Van der Post, com um elenco que misturava actores britânicos com japoneses, como David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto (também autor da banda sonora), e Takeshi Kitano.
Era uma lógica comparação (e contraponto) ao famoso "A Ponte do Rio Kwai", de David Lean, um filme ao qual Oshima parece reagir activamente de encontro a uma tomada deliberadamente modernista sobre tensões em tempo de guerra, dando uma genuína ênfase no conflito cultural, de ambos os lados, e um desenlace que sugere que ninguém está verdadeiramente certo, nem verdadeiramente errado, o oposto ao heroismo de David Lean.

 A Grande Batalha (Cross of Iron) 1977
Uma frente de soldados alemães luta para sobreviver aos ataques soviéticos na Segunda Guerra Mundial, contando com a liderança do novo comandante, o condecorado oficial Steiner, que busca apenas uma coisa: a Cruz de Ferro para honrar sua família.
"“Cross of Iron” (ou A Grande Batalha, o muito inspirado título português) é o único filme de guerra de Sam Peckinpah e retrata um pelotão não americano, mas alemão, liderado por Rolf Steiner (James Coburn), durante a 2ª Guerra Mundial. Anárquico tematicamente mas, também, estilisticamente, “Cross of Iron” é o filme, formalmente, mais radical do seu realizador. Violento, sim, mas anti-violência como (acredite-se ou não) todo e qualquer filme de Peckinpah: Orson Welles, depois de ter visto o filme achou-o o melhor filme anti-guerra alguma vez feito (pode não o ser, mas estará lá perto). Fora isso, é um “chupem-me” à montagem e narrativas tradicionais e aos produtores e estúdios que tanto atormentaram Peckinpah. E a Hitler, também, claro está.." Tirado daqui
Aconselho também uma leitura sobre este filme, daqui.

Fuga Para a Vitória (Victory) 1981
Num campo alemão de prisioneiros de guerra o major Karl von Steiner (Max Von Sydow), que já tinha pertencido à seleção alemã de futebol, tem a idéia de fazer um jogo entre uma seleção dos prisioneiros aliados, liderados pelo capitão John Colby (Michael Caine), um inglês que era um conhecido jogador de futebol. Colby também teria a tarefa de selecionar e treinar a equipa, para enfrentar a selecção alemã no Estádio Colombes, em Paris. Enquanto os nazis, com a excepção de Steiner, planeiam fazer de tudo para vencer o jogo e assim usar ao máximo a propaganda de guerra nazi, os jogadores aliados planeiam uma arriscada fuga durante a partida. 
O projecto original era um drama sério, baseado na história verídica de um grupo de prisioneiros de guerra aliados desafiado para uma partida de futebol pelos alemães. O acordo era que se os alemães ganhassem os prisioneiros de guerra eram libertados na Suiça. Se fossem os prisioneiros a ganhar, seriam fuzilados. Os prisioneiros decidiram pela vitória, ganharam a partida, e, consequentemente, foram fuzilados.
Realizado por John Huston, já em periodo final da sua carreira, contava com um elenco de estrelas, formado por actores e jogadores de futebol reais, como Pelé, Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, John Wark, entre outros. Sylvester Stallone também fazia parte do elenco, como guarda-redes dos aliados. Já era na altura uma estrela em ascenção, em parte por causa do êxito de "Rocky", e insistiu para que fosse ele a marcar o golo da vitória, e o elenco de jogadores de futebol tentou convencê-lo do absurdo que seria o guarda-redes marcar o golo da vitória, mas era apenas para massajar o seu ego. 
Imdb

domingo, 27 de novembro de 2016

Capítulo 8 - Heróis do VHS

O tempo do VHS era o tempo dos grandes heróis de acção. Aqueles que entrassem em que filme entrassem, era sempre um sucesso garantido. Se não fosse nos cinemas, era nos clubes de vídeo. Quem é que nunca saíu de um clube de vídeo com uma cassete do último filme do Sylvester Stallone ou do Chuck Norris? Vamos ver alguns destes filmes nos próximos três dias.

Os Falcões da Noite (Nighthawks) 1981
Quando Wulfgar (Rutger Hauer), o mais temido terrorista da Europa, de forma repentina e explosiva, anuncia a sua presença na cidade de Nova Iorque, dois agentes secretos, Deke DaSilva (Sylvester Stallone) e Willis Fox (Billy Dee Williams) são destacados para a tarefa praticamente impossível de localizá-lo antes que ataque novamente. No jogo de gato e rato brutal que se segue, o terrorista fere Willis, mantém diplomatas das Nações Unidas e suas famílias como reféns num teleférico sobre a cidade e consegue estar a um passo à frente de Deke DaSilva.
"Nighthawks" é um filme com um passado muito sórdido. Começou por ser a terceira parte de "French Connection", mas quando Gene Hackman saíu o projecto afundou. Depois tornou-se no filme que conhecemos hoje, mas com bastante tumulto ao longo do caminho. Sylvester Stallone, que gozava de alguma reputação por causa da saga Rocky (já ia no segundo episódio), resolveu fazer a vida negra ao seu antagonista, Rutger Hauer (primeiro filme na América, ainda antes de "Blade Runner"), e a tensão cresceu durante as rodagens. O realizador original, Gary Nelson, foi substituído por Bruce Malmuth e Stallone teve algumas cenas cortadas por causa da violência, e problemas com a MPAA.
Para Sylvester Stallone era o início de uma nova fase da sua carreira, a de herói de acção. No ano seguinte entrava no primeiro Rambo, e a partir daqui, até, pelo menos meados dos anos noventa, entraria num elevado número de filmes de acção com relativo sucesso, independentemente da qualidade dos filmes.

Cobra - O Braço Forte da Lei (Cobra) 1986
Cobra é um policia que sabe tudo sobre o submundo da cidade grande, e, também, é um especialista em tarefas impossíveis que ninguém mais quer fazer. O seu nome faz estremecer de medo a sociedade marginal, e os seus métodos pouco ortodoxos criam uma paranóia extrema, mesmo entre os colegas policias. Agora, um terror igualmente mortal acelerou o pulso da cidade, e Cobra foi escolhido: ele tem total liberdade de ação para encontrar o assassino que anda a matar, de forma impiedosa e selvagem, como uma besta que escapou do inferno. Mas este monstro não age sozinho. Ele é o líder de um bando de assassinos psicopatas, auto denominados Nova Ordem, determinados a eliminar a única testemunha que pode ameaçar o anonimato do grupo: uma bela modelo (Brigitte Nielsen) que felizmente está sob a custódia protetora de Cobra.
Um dos filmes mais polémicos de Sylvester Stallone que abriu inúmeras discussões em relação ao tema abordado pela história, mostrando uma visão distorcida do policia e do seu papel na sociedade, fazendo justiça pelas próprias mãos. Foi também dos filmes de acção mais violentos dos anos oitenta.
Apesar de toda a polémica, acabou por se tornar um êxito, tornando-se uma das personagens mais famosas do actor. O realizador era George Pan Cosmatos, que já tinha realizado no ano anterior a segunda parte de Rambo, e o elenco contava com a super sexy Brigitte Nielsen, uma famosa modelo dinamarquesa então casada com Stallone, e que já tinha protagonizado "Red Sonja".

Tango e Cash (Tango & Cash) 1989
Ray Tango (Sylvester Stallone) e Gabriel Cash (Kurt Russell) são dectetives do departamento de narcóticos. Ambos são extremamente bem sucedidos na carreira mas, no entanto, não se "cruzam" muito. Enquanto isso Yves Perret (Jack Palance), um chefe do crime, está furioso por perder muito dinheiro, porque Tango e Cash atrapalham os seus "negócios". Assim, Perret articula um plano no qual os dois detectives são incriminados pela morte de um agente, em que além de estarem ao lado da vítima quando foram presos a arma do crime era o revólver de Cash, que foi encontrada no local do crime.
De todos os filmes de acção dos anos oitenta de grande orçamento este tem de ser o mais estupidamente divertido de todos. Um buddy cop movie na tradição de "Lethal Weapon", onde dois polícias se autoproclamam o policia número um de Los Angeles. Nunca se encontram em trabalho, por causa dos seus egos, mas depois de irem parar à cadeia vão ter de se unir para sobreviverem e capturarem os culpados.
Realizado pelo russo Andrey Konchalovsky, que nunca tinha feito algo parecido, o mais próximo tinha sido "Runaway Train", sobre dois proscritos em fuga, num comboio sem travões, tem algumas cenas de acção impressionantemente encenadas, e basicamente é um filme só para os fãs da acção pura e dura.

domingo, 23 de agosto de 2015

Juventude à Solta (The Lord's of Flatbush) 1974

Butchey (Henry Winkler) forma um gang de casacos de couro, numa escola em Brooklyn durante a década de 50. O grupo é formado por Stanley (Sylvester Stallone) que é forçado a casar com a namorada depois de a engravidar, e Chico (Perry King) que anda envolvido com uma nova rapariga na escola chamada ane (Susan Blakely). À medida que vão entrando na idade adulta vão-se afastando, porque novos interesses começam a acontecer.
Pode ser melhor descrito como uma "série B" de "American Graffiti", que tinha sido lançado no ano anterior. Os valores de produção são de má qualidade, com uma imagem granulada que parece ter sido com uma câmera de filmar não profissional. A história é apresentada num estilo fragmentado, mais no estilo de vinhetas do que um real enredo. Os actores também não foram muito bem escolhidos, todos eles perto dos 30 anos e a interpretarem personagens de 18.
Realizado a quatro mãos, por Martin Davidson e Stephen Verona, tem a curiosidade de contar com Sylvester Stallone num dos seus primeiros papéis de protagonista, e um dos últimos antes do mega-sucesso de "Rocky". Só para curiosos. 

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Imdb 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Beco do Paraíso (Paradise Alley) 1978



O enredo gira em torno dos irmãos Caboni: Cosmo (Stallone), Lenny (Armand Assante) e Victor (Lee Canalito) que vivem no Hell's Kitchen, Nova York e logram escapar da pobreza que circunda a sua comunidade. Cosmo é um vigarista que vive a executar golpes constantemente, a fim de fazer algum dinheiro rápido. Envolve-se com o chefe local, Stich Mohan (Kevin Conway) e vê no wrestling profissional como uma oportunidade para se tornar rico. Ele convence o seu simples e bondoso irmão Victor, para entrar no ringue, a fim de ganhar algum dinheiro fácil. O outro irmão, Lenny é contra a idéia, porque vê nisto um dos golpes de Cosmos e fica preocupado. Depois de Victor bater o campeão local, Lenny tem uma mudança de coração e torna-se no gerente de Victor, dando-lhe o nome de "Kid Salami".
"Paradise Alley" teve luz verde depois do sucesso de Rocky e emula a mesma fórmula, mas desta vez usando o wrestling como pano de fundo. É uma história um pouco confusa, sendo primeiramente sentimental e, de seguida, mudando para tons de comédia.
Rocky não só foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos setenta - arrecadando mais de 225 milhões de dólares, num orçamento de apenas um milhão, tornando-se um dos filmes mais rentáveis de todos os tempos - mas também era uma obra comovente, bem-feita, sobre personagens que, na verdade, parecem reais. O filme ganhou críticas universalmente positivas, com muitos críticos a proclamarem Sylvester Stallone (acreditem ou não) como um candidato digno do trono de Marlon Brando. Assim, com elogios da crítica e o público do seu lado, Stallone decidiu fazer um outra obra para os fãs do filme anterior, com ele mesmo na cadeira de realizador. Enquanto Rocky era inspirado na Idade de Ouro corrigida para os anos setenta, Beco do Paraíso leva as coisas um pouco mais longe, situando o drama em 1946. Era um retrocesso aos dramas policiais dos anos 40, onde actores como Cagney ou Raft subiam a escada do poder até ao topo, mas está longe de ter o seu ritmo ou força.
Além dos três protagonistas, o filme tinha um elenco interessante, com alguns actores em inicio de carreira: Frank McRae, Anne Archer, Kevin Conway, e Tom Waits. Waits tem a sua estreia no papel de Mumbles, e também colabora em duas músicas da banda sonora: "(Meet Me in) Paradise Alley" e "Annie's Back in Town". Tinha 29 anos nesta altura.
Filme sem legendas.

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Imdb