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domingo, 15 de dezembro de 2019

Frankenstein e o Monstro do Inferno (Frankenstein and the Monster from Hell) 1974

O idoso Barão Victor Frankenstein (Cushing) está alojado num asilo de loucos, no qual exerce a função de cirurgião e tem uma série de privilégios, como por exemplo informações secretas sobre Adolf Klauss,, o diretor corrupto e pervertido do asilo (John Stratton). O Barão, sob o pseudónimo de Dr. Carl Victor, usa a sua posição para continuar as suas experiências na criação do homem. Quando Simon Helder (Briant), um jovem médico, chega ao asilo, o Barão fica impressionado com os talentos de Helder e decide torná-lo seu aprendiz. Juntos, eles trabalham no projeto de uma nova criatura. Sem o conhecimento de Simon, no entanto, Frankenstein promove a aquisição de partes de corpos dos seus pacientes assassinados. 
Depois do falhanço que foi "Horror of Frankenstein", o filme seguinte parecia uma reunião da antiga equipa da Hammer. Escrito por Anthony Hinds sob o pseudónimo de John Elder, a Hammer convenceu Terence Fisher a regressar de uma aposentadoria e Peter Cushing a regressar ao papel que o tornou famoso. Tinha tudo parar dar certo, no entanto a nostalgia dos bastidores não se traduziu na tela, e o último Frankenstein da Hammer acabaria por ser um esforço inglório para terminar um franchise que tinha feito história, um pouco ao jeito de Drácula no ano anterior. 
Embora possa ser uma tentativa de recapitulação de glórias passadas, o filme também tem algumas virtudes. O Barão de Cushing é o maior vilão de sempre, com referências a tendências homicidas e a procura de avanços científicos a qualquer custo e sem senso de moralidade. Cushing interpreta sempre bem esta personagem, e é, de longe a maior virtude do filme. 

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sábado, 14 de dezembro de 2019

Drácula Tem Sede de Sangue (Drácula Rites of Drácula) 1973

Na Londres dos anos 70, os investigadores da Scotland Yard acham que encontraram um caso de vampirismo. Chamam para investigar um pesquisador especialista em vampiros chamado Professor Lorrimer Van Helsing (um descendente do grande caçador de vampiros Abraham Van Helsing) para ajudá-los a acabar com uma série de crimes hediondos. Torna-se aparente que o responsável é o Conde Drácula, disfarçado de promotor imobiliário mas secretamente planeando libertar um vírus mortal no mundo.
Escrito por Don Houghton, "The Satanic Rites of Drácula" foi uma das últimas tentativas da Hammer de trazer sangue fresco aos velhos contos de vampiros, até que finalmente desistiram e se arrastaram para outras paisagens. Podia ter um fim melhor esta série, mas este último filme de Christopher Lee na pele do Drácula da Hammer parece ser uma mistura de vários géneros populares, misturados num enredo apocalíptico com um toque de domínio do mundo Fu Manchu, e alguma espionagem à mistura. 
Diz-se que é o menos interessante da série Drácula, e nem as personagens milenares interpretadas por Christopher Lee e Peter Cushing salvam o filme. Na realização está de novo Alan Gibson, que já tinha realizado o filme anterior da série, da qual este é uma sequela directa. Mesmo assim aqui fica o filme para os mais curiosos. 

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Kronos (Captain Kronus - Vampire Hunter) 1972


Captain Kronos (Horst Janson) precorre o século 19 da Europa, acompanhado pelo seu sócio Professor Grost (John Cater), procurando combater o mal. As suas viagens levam-nos para a aldeia de um outro amigo, Marcus (John Carson) que lhe conta que as jovens locais estão a ser misteriosamente encontradas, drenadas, não de sangue, mas de vida. Kronos e Grost imediatamente suspeitam de um vampiro, mas como destruí-lo, e quem será ele?
Para injectar uma vida nova nos filmes da Hammer, foram recrutados o argumentista Brian Clemens e o produtor Albert Fennell, e esta foi a obra em que os dois colaboraram para revitalizar o género "vampiro". Foi planeado para ser o primeiro de uma série, de Kronos, o caçador de vampiros, mas infelizmente este não foi um sucesso de bilheteira, e nunca mais se ouviu falar na personagem. Adicionando um herói de capa e espada a um ambiente familiar parecia ser uma boa idéia, mas mesmo assim tal não resultou.
Kronos era uma personagem muito nova, muito longe do velho Van Helsing dos filmes do Drácula. A personagem equivalente a Van Helsing é a de Grost, um corcunda com muita experiência, para combinar com as habilidades de Kronos. Clemens sabia que tinha uma história banal para trabalhar, mas consegue ultrapassar os clichés com um toque bastante inteligente. O vampiro não tem medo da cruz, e na verdade aparece como uma sombra em forma de cruz, pouco antes de atacar uma vítima na igreja. As flores murcham e morrem quando o vilão passa, e Kronos e Grost vão descobrindo que é muito difícil destruir esta personagem, ao qual estacas, fogo e o enforcamento parecem não ter efeito.
Todas as evidencias apontam para os Durwards, uma familia de nobres que exploram os aldeões. Mas há um twist em cima da mesa, que não é particularmente chocante, mas que nos dará um duelo de espadas que estávamos à espera, e logo um duelo muito bom.
Poderia ter sido uma série de sucesso da Hammer, mas o tema vampiro já estava por demais explorado.

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O circo dos Vampiros (Vampire Circus) 1972

Os moradores de um vila invadem o castelo do Conde Mitterhaus, na verdade mora lá um vampiro assassino de crianças e destroem-no com uma estaca no coração. Antes de morrer, ele amaldiçoa toda a vila. Quinze anos depois, o local sofre com uma epidemia mortal que está a dizimar a comunidade. É quando um circo itinerante chega à cidade, prometendo "uma centena de encantos" e deixando a população fascinada pelas apresentações. No entanto, os exóticos artistas planeiam raptar as crianças do vila e drenar o seu sangue, para que Mitterhaus possa ressuscitar. 
1972 foi um ano em que a Hammer trouxe novos talentos para as suas obras, já tínhamos visto o caso de Alan Gibson, um realizador que vinha da televisão e realizava dois filmes seguidos de Drácula, e agora temos o caso do realizador Robert Young, um novato que se estreava com o pé direito em "Vampire Circus". Era uma tentativa de dar nova vida às suas produções de terror, e permanecer na vanguarda das produções do cinema fantástico.
Mas "Vampire Circus" era uma produção invulgar em relação ao que a Hammer tinha feito até então. Robert Young, era um documentarista, e tentava prestar homenagem aos seus maiores influenciadores, como Ingmar Bergman e Frederico Fellini através de visuais impressionantes e a atmosfera de um estranho circo itinerante. O filme é muito bem sucedido nesta estranha atmosfera, sem sangue, mas cheia de horrores indescritíveis, atraindo e matando crianças, para não falar numa troupe do circo que se dirige a uma cidade fechada pelos tremores de uma praga. Toda esta sensação de isolamento é reforçada pelos militares que bloqueiam todo o acesso para a cidade, deixando as pessoas apodrecerem e as origens da praga serem ligadas à maldição do barão, há muito morto na cidade.

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Drácula 72 (Drácula A.D. 72) 1972

Drácula, o conde vampiro da Transilvânia, é morto no século dezanove pelo seu perseguidor Abraham Van Helsing, mas as suas cinzas são guardadas por um estranho homem. Mais tarde, na moderna Londres em pleno século vinte, um jovem rebelde e desordeiro - descendente daquele misterioso homem - tem acesso a essas cinzas e, num macabro ritual satânico, traz de volta à vida o terrível senhor dos vampiros. Agora, o professor Van Helsing, descendente directo do antigo caçador de vampiros, tem de lutar novamente contra o senhor das trevas, mas desta vez, para proteger a sua neta, uma linda jovem, pela qual o vampiro está apaixonado. 
O último filme de período da série Drácula tinha sido "Scars of Drácula", de 1970, uma obra onde se nota a decadência em que esta série de filmes estava a entrar, e que nem vimos neste ciclo. A maioria dos cenários e argumentos já tinham sido utilizados, até que chegava Alan Gibson aos comandos da série, tendo a oportunidade de realizar dois filmes. A Hammer passava assim a acção das aldeias da Europa do Século XIX para a movimentada Londres do Século XX, e como bónus trazia Peter Cushing de volta na perseguição ao vampiro.
"Drácula AD" era um filme que deixava o público da Hammer com "mixed feelings". Lee é magnético como de costume, embora tenha pouco tempo de cena, e com muita pena não o vemos a varrer as ruas de Londres com a sua capa atrás. Peter Cushing já tem mais tempo para brilhar, e já o vemos a correr pelas ruas escuras de Londres enquanto veste o manto de herói e persegue um jovem vampiro. 
Mesmo com todos estes artefactos os resultados não foram os melhores, tendo o filme sido bastante criticado ao longo dos anos. No entanto, merece sem dúvida uma segunda oportunidade.

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

As Servas de Drácula (Twins of Evil) 1971

Twins of Evil é o terceiro filme da Karnstein Trilogy, baseada na personagem Carmilla, criada em 1872 por Joseph Thomas Sheridan Le Fanu, para a novela com o mesmo nome. De Jean Rollin a Jess Franco, Carmilla foi uma grande fonte de inspiração na criação de vampiros do sexo feminino no cinema. Mas Twins of Evil não é uma adaptação directa da obra de Le Fanu pois a Mircalla Karnstein, reencarnada em Carmilla na novela, são concedidos apenas alguns minutos da trama. O destaque é dado às gémeas Maria (Mary Collinson) e Frieda (Madeleine Collinson), que, depois da morte dos pais, viajam de Veneza para Karnstein para serem adoptadas pelo tio Gustav Weil (Peter Cushing), líder de uma terrível irmandade responsável pela captura e morte de bruxas e de outros supostos seguidores do diabo. O conde de Karnstein (Damien Thomas), invocando o demo, ressuscita Mircalla (Katya Wyeth) e com a sua ajuda é transformado em vampiro. Uma das gémeas, Frieda, entediada com o isolamento que vive na aldeia, procura a companhia do conde, que a seduz e secretamente transforma em vampira. 
One uses her beauty for love! One uses her lure for blood. Which is the virgin? Which is the vampire? 
A Karnstein Trilogy é uma resposta dos estúdios Hammer ao esgotamento dos filmes protagonizados por Dracula e também à mudança de costumes no que diz respeito à utilização do sexo e da violência no panorama audiovisual da época. Desde o primeiro filme na Hammer e ao longo das sucessivas releituras, Dracula - interpretado por Christopher Lee - largara um certo ar romântico e acentuara a frieza e o sadismo. Em Dracula: Prince of Darkness (Terence Fisher, 1966), o conde não profere uma única palavra, bastando a sua figura aterradora. Scars of Dracula (Roy Ward Baker, 1970) marca o ponto mais alto na violência, até essa data. Mas os resultados críticos e de público tornavam-se desanimadores. A introdução de mulheres libidinosas e com orientações lésbicas foi a estratégia que o estúdio estabeleceu para revitalizar o género. Primeiro com The Vampire Lovers (Roy Ward Baker, 1970) e depois com Lust for a Vampire (Jimmy Sangster, 1971), ambos em torno da tentadora vampira Carmilla. No filme seguinte, Twins of Evil, a novidade recai no protagonismo entregue a duas irmãs gémeas, numa bela imagem do bem e do mal. Enquanto Maria aceita resignada a realidade que o tio lhe impõe, Frieda oferece a alma ao diabo e não se coíbe em condenar a irmã à morte. As irmãs Collinson chegam à Hammer depois de terem posado nuas para as páginas da Playboy, como Playmates do mês. Desenganem-se, desde logo, aqueles que procurarem Twins of Evil por este aspecto pois é muito comedido nas cenas de nudez (ou lésbicas), quando comparado com os outros dois filmes da série. A Hammer introduziu a nudez em The Vampire Lovers e, a partir daí, tornar-se-ia em algo vulgar nos filmes do estúdio. Algum pudor nas cenas de sexo também se perdera com o tempo, mas mantendo-se sempre dentro do socialmente aceitável e sob a vigia do British Board of Film Classification. Isto obrigava ao uso de subtilezas - algumas muito pouco subtis - que criam apontamentos camp, como no plano de Twins of Evil em que vemos a mão de Mircalla a agarrar-se a um candelabro quando, fora de campo, está deitada na cama com o conde. Na Karnstein Trilogy, há regras importantes da mitologia vampírica que assumem outras formas. Uma delas, a possibilidade de os vampiros caminharem sob a luz solar, provoca incerteza no espectador quanto à definição das personagens e alterações dramáticas significativas na relação dos vampiros com os mortais. Os dentes também aumentam de tamanho, acentuando a pose grotesca. 
Texto do Carlos Alberto Carrilho, daqui

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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

As Mãos do Estripador (Hands of the Ripper) 1971

Jack, o estripador finalmente é descoberto e perseguido pelos moradores de whitechapel, e na fuga ele mata a esposa à frente da sua filha pequena. A filha , já adulta e traumatizada, passa a incorporar a personalidade ou o espirito assassino, que a chama pelo nome "Ana". A jovem parece estar possuida, e quando está em transe comete assassinatos. O doutor Pritchard, médico psiquiatra, interessa-se pelo caso, tentando ajuda-la , mas novas mortes acontecem.
O estilo gótico da Hammer está bem presente neste thriller de suspense da Hammer, um filme já um pouco perdido no tempo, que deve muito à habilidade da realização de Peter Sasdy, a sua última colaboração com a produtora até ao seu regresso em 1980, na série de televisão "Hammer House of Horror". Sasdy tece os elementos psicológicos da história com delicadeza, paralelizando a tensão sexual entre o médico e a sua paciente, com o terror crescente do resultado inevitável. 
Está entre os filmes de época mais evocativos da Hammer, apesar de ser uma das produções do estúdio mais sangrentas. É também um conto em mais pequena escala sobre a crise de identidade de uma jovem mulher, e a determinação de um médico humanista em utilizar os novos teoremas de Freund para curar uma paciente ferida psicologicamente.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Provem o Sangue de Drácula (Taste the Blood of Drácula) 1970

Três distintos cavalheiros procuram por algo excitante nas suas vidas aborrecidas. Entram em contacto com um dos servos de Drácula e realizam uma cerimónia nocturna para trazê-lo de volta à vida. Os três homens matam o servo do Conde, e, como vingança, ele decide que os cavalheiros serão mortos, um a um, pelos seus próprios filhos.
A continuação de "Dracula Has Risen From The Grave," escrita novamente por Anthony Hinds, sob o pseudónimo de John Elder, serve de indicação para quanto terreno vampírico já tinha sido coberto por outros filmes do género. Banhado em cores doces que não são muito nativas da era vitoriana, há também a selecção de lentes de distorção de Peter Sasdy, que levam o filme a um terreno barroco surreal. 
Drácula regressa como o último rebelde da sociedade, mais lascivo do que os três snobs da alta sociedade que o fazem reviver. A vingança é o tema dominante na franquia de vampiros da Hammer, e quando Drácula envia as suas vítimas para os túmulos o vampiro mantém uma relação de proximidade com pelo menos duas mulheres, enquanto que a polícia da classe trabalhadora trata cada assassinato da classe alta com total desinteresse.

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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

The Vampire Lovers (The Vampire Lovers) 1970

A Condessa é chamada para cuidar de uma amiga doente, e pede ao General para aceitar a sua filha Marcilla como hóspede. Alguns dos habitantes da aldeia começam a morrer, e a filha do General começa a ficar pálida e fraca, mas Marcilla está lá para confortá-la. Os habitantes da aldeia começam a sussurrar sobre vampirismo, e Marcilla é a principal suspeita..
Quando a década de setenta chegou, já se tinham passado mais de 10 anos desde que a Hammer começara a tomar conta do mercado de terror, com os seus filmes góticos. Mas as coisas mudaram muito a partir desta altura. Apareceram filmes mais explicitamente violentos e realistas, deixando a Hammer para trás pela primeira vez em quase 15 anos. Ironicamente, o estúdio que ajudou a introduzir mais violência gráfica no grande ecrã, subitamente parece um pouco antiquado. Como resultado, a Hammer dos anos 70, muitas vezes por desespero, voltava-se para a violência e o terror gratuito, com o objectivo de permanecer relevante.
Mas não abandonou totalmente o seu estilo ou conteúdo. Na verdade, voltaram-se para aquilo que sabiam que poderia ajudar mais a revigorar a sua marca: os Vampiros. Enquanto que o franchise de Drácula continuava na década de setenta com tentativas forçadas de se manter na primeira linha, chegando mesmo a passar o Vampiro para a Londres da actualidade, a Hammer introduziu uma nova trilogia, a Trilogia Karnstein, que se iniciou com este "The Vampire Lovers". Embora nunca tenha conseguido os mesmos resultados que os Dráculas da década anterior, esta série seria um marco pela sua explicita sensibilidade lésbica.
Roy Ward Baker realiza, Peter Cushing aparece no seu papel do costume, mas a estrela do filme é a vampira vilã: Ingrid Pitt.

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Barão Frankenstein (Frankenstein Must Be Destroyed) 1969

O Barão Frankenstein viaja para uma nova cidade para conhecer o Dr. Brandt, com quem tinha correspondido e com quem espera trabalhar. Quando chega, no entanto, descobre que ele está numa instituição mental, tendo ficado completamente louco. Fica numa pensão administrada pela jovem Anna, que por acaso está noiva de Karl, um médico que trabalha no estabelecimento onde o Dr. Brandt está internado. Quando Frankenstein descobre que Karl andava a roubar drogas do hospital, faz-lhe chantagem para que o ajudem a libertar o Dr. Brandt.
A imagem principal deste filme ocorre logo no início, quando um monstro hediondo remove o seu rosto para se revelar o Doutor Frankenstein a usar uma máscara. O quinto capítulo da saga Frankenstein da Hammer vê a transformação completa do médico em monstro. O retrato de Peter Cushing sobre o Barão de Frankenstein é de uma total insanidade e ódio, ao contrário do génio incompreendido (se não ético) dos filmes anteriores. Frankenstein transplanta o cérebro de um médico louco para o corpo de Freddie Jones, criando uma fera patética e disforme enquanto faz uso de outros vícios como a chantagem e violação para controlar as pessoas ao seu redor.
Diz-se que este era o filme preferido de Terence Fisher,  e o seu ritmo e a composição raramente foram melhores. Freddie Jones é óptimo a comunicar a desorientação e a agonia da sua condição, e a personagem de Cushing é mais unidimensional do que é habitual. Ainda haveria mais dois filmes da série de Frankenstein, mas agora Fisher só voltaria para o último.

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domingo, 1 de dezembro de 2019

O Sinal de Drácula (Dracula Has Risen from the Grave) 1968

Quando uma jovem é encontrada enforcada na igreja com marcas de dentes no pescoço, os aldeões suspeitam logo que Drácula (Christopher Lee) esteja por detrás do crime. Embora ele supostamente esteja morto há algum tempo, o vampiro é o principal suspeito. O Monsenhor (Rupert Davies) é chamado para exorcizar o castelo onde Drácula viveu. A próxima vítima de Drácula será a sobrinha de Monsenhor, que trabalha no Pub local.
O quarto filme da franquia de Drácula não é das coisas mais bonitas da Hammer, centrado principalmente numa história de amor aborrecida, enquanto que Christopher Lee se esconde nas sombras. No entanto, com o ex director de fotografia Freddie Francis atrás das câmaras, os visuais quase psicadélicos transformam a pequena história numa delirante história de terror aos quadradinhos.  Acaba por ser muito divertido, com momentos atraentes, incluindo um cadáver pendurado dentro do sino de uma igreja.
Não são muitos os temas religiosos no argumento de Anthony Hinds, que resolveu renovar a franquia com algum humor deliciosamente obsceno, principalmente entre o par amoroso do filme. Francis projectou o estilo visual usando cores mais realistas, mas adicionando um filtro âmbar a cada shot de Drácula, dando ao demónio um olhar alucinatório que se intensifica na intensificação das cores.

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O Diabo à Solta (The Devil Rides Out) 1968

No interior de Inglaterra o duque de Richelieu, também conhecido como Nicholas, acolhe o seu velho amigo Rex Van Ryn, que voou para se encontrar com ele e com Simon Aron, que é filho de outro velho amigo dos dois que já falecera, e a quem os dois prometeram cuidar. Nicholas e Rex visitam Simon de surpresa, para descobrirem que ele está a receber 12 convidados misteriosos, mas, depressa, Nicholas, que é conhecedor de magia negra, descobre que os 12 convidados são membros de um culto satânico...
Poucas pessoas podiam escrever melhor sobre o oculto como Dennis Wheatley, provavelmente porque ele acreditava nisso e estudou-o extensivamente. O seu trabalho deu aos estúdios da Hammer alguns trabalhos fortes, e "The Devil Rides Out", em particular, impressiona bastante. Pode ter algumas fraquezas estruturais, e até sofrer de alguma considerável descrença, mas é forte na atmosfera e tem alguns desempenhos muito interessantes, como o de Christopher Lee, num papel bem diferente do habitual. 
A incursão da Hammer no satanismo foi adiada por alguns anos. Era para ter sido feita no início dos anos sessenta, mas havia fortes possibilidades de serem reprimidos os seus elementos mais demoníacos. Finalmente foi lançado em produção em 1967, com base num argumento de Richard Matheson, um argumentista americano que já havia trabalhado com Roger Corman várias vezes. 
O resultado é um dos filmes espirituais mais uniformes do estúdio, que dispensa tanta a ambiguidade moral como a sedução das franquias de Frankenstein e Drácula, que tentavam fazer dos seus personagens anti-heróis. Não é o que acontece aqui, pois o tema predominante parece ser "em frente soldados cristãos", liderados por um Christopher Lee de rosto severo, que pela primeira vez está disposto a livrar o  mundo do mal, em vez de espalhá-lo.

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sábado, 30 de novembro de 2019

O Mundo das Trevas (Quatermass and the Pit) 1967

Enquanto escavam numa nova linha de metro em Londres, uma equipa de construção descobre, primeiro um esqueleto, e depois o que eles pensam ser um velho míssil alemão da Segunda Guerra Mundial. Depois de uma análise mais aprofundada descobre-se que o "míssil" parece não ser um objecto terreste, e o famoso cientista Bernard Quatermass é chamado a investigar.
Um filme de terror da Hammer sobre uma invasão extraterrestre pode parecer antiquado para os tempos que correm, mas "Quatermass and the Pit" é muito mais do que isso. Uma história cuja premissa central é solidificada por referências ao mito, o filme foi desenvolvendo uma solidez que resiste ao teste do tempo. É uma história antiga, com todo o peso que isso implica, mas não datada.
A série de TV de Nigel Kneale "Quatermass" gerou uma breve série de filmes durante o período de 11 anos. "Quatermass and the Pit" era o terceiro, estreado nos Estados Unidos como "Five Million Years to Earth" Com uma equipa muito diferente, Andrew Kier a substituir Brian Donlevy no papel de Quatermass, e Roy Ward Baker a substituir Val Guest na realização, este filme começa com uma descoberta científica desconcertante, que levará a conclusões chocantes sobre as origens da raça humana. 

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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Frankenstein Criou Uma Mulher (Frankenstein Created Woman) 1967

A "Evil of Frankenstein" seguiu-se esta sequela, novamente com Peter Cushing como o cientista louco obcecado com a reanimação de cadáveres e a criação de criaturas sobre-humanas. O seu último projecto envolve transferir a mente de um homem erradamente executado para o corpo da sua amante, cujo suicídio a deixou terrivelmente desfigurada. 
"Frankenstein Created Woman" está perto de estar entre os melhores filmes da Hammer, dirigido com muito estilo por Terence Fisher e apresentando uma interpretação muito subtil mas sinistra de Peter Cushing como o Barão de Frankenstein. A mulher que ele cria é Susan Denberg, uma playmate da playboy lembrada com carinho pelos fãs de "Star Trek" como uma das "Mudd´s Women". Tal como em muitos filmes da Hammer, a melhor parte é apreciar a rica fotografia de Arthur Grant e o design de produção de Bernard Robinson. O argumento da autoria de Anthony Hinds apresenta uma interessante mudança de género, invulgar para filmes da década de sessenta. 
O quarto filme da série de Frankenstein era o regresso à forma depois do desastre que tinha sido "Evil of Frankenstein". A Hammer mexeu na fórmula, e tentou aproximar o filme com a fórmula da Universal de 1932. Fisher tinha estado fora no capítulo anterior, mas tem aqui um regresso em grande.

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Drácula - O Príncipe das Trevas (Drácula: Prince of Darkness) 1966

10 anos depois do desaparecimento do Conde Drácula (Christopher Lee), um grupo de viajantes incautos, dois irmãos e as suas esposas, viajam pelos bosques dos Cárpatos, ignorando insensatamente os conselhos de um padre, e passam a noite num castelo amaldiçoado, onde um misterioso criado atende todas as suas necessidades.  Mas, naquela noite, tudo vai ser diferente..
O terceiro filme da série de Drácula, da Hammer, depois do excelente "The Brides of Drácula" trouxe Christopher Lee de volta à série, estabelecendo um modelo que o estúdio seguiria nos anos setenta. Daí em diante, Drácula seria ressuscitado, transformaria uma vitima agradável numa noiva vampira devassa, perseguiria um casal de jovens amantes, e confrontaria um velho sabichão. No entanto, apesar da forma ter ficado obsoleta, ele aqui ainda consegue ir um pouco mais longe. Apesar de não ter diálogos, o Drácula animalesco de Christopher Lee, exala um grande sentido de ameaça. De certa forma, foi o "Texas Chainsaw Massacre" dos seus tempos.
O filme também vai buscar algumas ideias aos westerns americanos, ao retratar os Cárpatos rurais como uma terra sem lei, invadida pelo medo e pela superstição, com o Padre Sandor (Andrew Kier) a aparecer como um John Wayne numa batina. A ausência de Peter Cushing é lamentável, mas esta personagem de Kier é um substituto digno. É claro que nos filmes de terror da Hammer a classe trabalhadora é sempre supersticiosa, e os ricos são todos uns monstros. Todas as pessoas boas são da classe média. Terence Fisher de novo na realização.

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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

The Witches (The Witches) 1966

Quando estava em África, a professora Gwen Mayfield (Joan Fontaine) enfrentou um problema relacionado com tribalismo, com a sua sanidade a ser colocada à prova, sendo forçada a fugir quando praticantes de voodoo a atacaram. Alguns meses depois, quando já se sente melhor, candidata-se a um emprego numa pacata vila inglesa, que pensa que será mais seguro do que o seu trabalho anterior.  O padre Alan Bax (Alec McCowen) garante que ela será a pessoa ideal para o trabalho, mas algo de estranho se passa naquela localidade...
Diz a lenda que Joan Fontaine decidiu comprar os direitos do livro "The Witches" como um possível veículo para si pópria. Durante a década de sessenta muitos dos actores seus contemporâneos andavam a aparecer em filmes de terror, mas Fontaine não queria um papel de louca mas sim de heroína, e foi desta forma que preparou terreno para tal, num filme com produção da Hammer, tal como Bette Davis tinha feito no ano anterior com "The Nanny". Por ter sido o seu último filme no grande ecrã, gerou algum interesse ao longo dos anos, e também por ser uma das poucas incursões da Hammer no mundo da feitiçaria. 
O argumento era escrito por Nigel Kneale, o homem que tinha trazido o sucesso para a Hammer com os filmes de Quatermass, mas que fora desse território, entre a ficção ciêntifica e o terror, não tinha conseguido grande êxito, e que hoje é mais conhecido pelo seu trabalho inovador na televisão. Não se pode dizer que, de facto, seja um grande trabalho para a Hammer. Mas vale pela curiosidade.

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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Rasputin, o Monge Louco (Rasputin: The Mad Monk) 1966

A história do lendário místico Russo Grigori Rasputin recebe um tratamento altamente ficcional da Hammer, com esta mistura liberal de terror e fresco histórico, que apresenta o sábio misterioso como uma criatura demoníaca e de outro mundo. Christopher Lee é o monge do título, que entra no mundo do czar russo lançando um feitiço sobre dois cortesões, o Dr. Zargo (Richard Pasco) e a bela Sónia (Bárbara Shelley). Tornando-se um assessor de confiança e confidente da Czarina, Rasputin ameaça a estrutura do poder nacional. 
A lenda de Rasputin sempre teve elementos do bizarro e do sobrenatural, mas este argumento de Anthonhy Hinds reinventa o conto como uma história de terror completa. Christopher Lee tem um interpretação, extraordinariamente exagerada como o monge enlouquecido, que usa a sua capacidade mística de cura e poderes de hipnose para abrir caminho à confiança da czarina russa, destruindo qualquer um que se interponha no caminho. Diz-se que antes de rodar o filme Lee conheceu a filha e os assassinos de Rasputin, para o ajudarem na caracterização do personagem. 
Com Don Sharp na realização, este filme foi feito nos mesmos cenários de "Drácula: Prince of Darkness", de Terence Fisher, com muitos actores em comum entre as duas obras, com o filme de Sharp a ser talvez mais extravagante. Estreou nos cinemas em sessão dupla com "The Reptile", que também já vimos aqui.

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The Plague of the Zombies (The Plague of the Zombies) 1966

Jovens trabalhadores estão a morrer por causa de uma misteriosa epidemia numa pequena vila da Cornualha. O doutor Tompson está desamparado e pede ajuda ao professor James Forbes. O professor e a filha chegam, e coisas terríveis começam a acontecer, para lá da imaginação e da realidade. De repente, os mortos começam a viver de novo, e o professor Forbes acredita que magia negra esteja envolvida, e alguém com um poder extraordinário estela por trás disto...
O realizador John Gilling tem um lugar especial no coração dos fãs da Hammer, principalmente por causa de dois filmes consecutivos lançados em 1966, "The Plague of the Zombies" e "The Reptile", que podem ser visto como dois filmes irmãos estilisticamente, pois partilham cenários, exteriores, e ambos têm a mesma estrutura básica (um estranho que investiga acontecimentos estranhos na tranquila cidade da Cornualha, em que um amigo ou parente é, ou era, residente). Ao vê-los juntos o espectador verá ainda mais semelhanças. 
"The Plague of the Zombies" é um filme de terror atmosférico da Hammer que diverge bastante das versões bem sucedidas dos monstros clássicos da Universal no território dos Zombies, um género que ainda não tinha recebido a sua infusão de sangue novo com o clássico de Romero "The Night of the Living Dead", que só estrearia dois anos depois. O incrível argumento de Peter Bryan, que deve muito a "White Zombie" (1932), tem um interessante subtexto sobre as diferenças entre a aristocracia britânica e a classe trabalhadora explorada, mas o filme não é uma alegoria política, mas sim mas sim uma obra de terror atmosférico, das melhores que a Hammer fez. 

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domingo, 24 de novembro de 2019

A Mulher-Serpente (The Reptile) 1966

Harry Spalding e a sua esposa Valerie herdam uma casa de campo numa pequena vila, depois do irmão dele morrer misteriosamente. Os habitantes locais são hostis e o seu vizinho Dr. Franklyn (doutor de teologia), sugere que eles se vão embora. Eles decidem ficar, para descobrir que um mal misterioso assola esta comunidade.
O género de terror transborda com monstros masculinos, e demónios machistas, porque monstros no feminino sempre foram uma raridade. A produtora deste filme, a Hammer, sempre tentou contrariar esta tendência com inúmeros filmes de terror gótico, como The Brides of Dracula (1960), The Gorgon (1964), Frankenstein Created Woman (1967), Countess Dracula (1970) and Dr. Jekyll and Sister Hyde (1971). Um dos mais negligenciados e subestimados filmes da Hammer, que contava com uma mulher monstro foi este "The Reptile". Foi filmado ao mesmo tempo que outro filme de John Gilling, usando os mesmos cenários em Cornwall, o clássico "The Plague of the Zombies", mas na altura do lançamento acabou por estrear com "Rasputin, the Mad Monk", de Don Sharp, um filme de pequeno orçamento, acabando assim por ficar enterrado no box-office. Merecia melhor sorte este "The Reptile", que hoje é visto como um clássico menor. De certa forma, "The Reptile" faz lembrar os filmes de terror atmosférico de Val Lewton (como I Wlaked With a Zombie ou Cat People), e os clássicos de terror da Universal, pelo menos no que diz respeito a atmosfera.
Jacqueline Pearce foi a única actriz da Hammer a interpretar dois monstros no cinema (em "The Reptile" e o cadáver ressuscitado em "The Plague of Zombies"), era mais conhecida entre os fãs de Sci-fi, pelo seu papel de Servalan na série de TV, "Blake's 7". Em "The Reptile", o seu lado negro, e a beleza sensual são usados para efeitos de arrefecimento, especialmente na sequência em que ela se contorce na cama, em resposta a um estranho cântico de Malay. 
"The Reptile" tem uma elegância visual, e uma sensação de morte eminente que o colocam numa posição de destaque em relação a muitos outros filmes de série b. Há ecos de tragédia negra na obscura relação entre o Dr. Franklyn e a sua filha (a terrível maldição é fruto da curiosidade científica do seu pai).Ken Russell presta uma homenagem a este "The Reptile" com "The Lair of the White Worm" (1988).

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A Velha Ama (The Nanny) 1965

Bette Davis é uma ama inglesa que tem à sua carga um jovem perturbado de 10 anos, que recebeu alta de uma casa de correcção depois de lá ter passado dois anos, por supostamente ter afogado a irmã no banho. Regressa para um pai que não o ama, uma mãe frágil, e a ama, que ele odeia. A suspeita surge novamente quando a mãe é envenenada e o jovem continua a insistir que a ama é a culpada. O jovem, Joey, afirma que a ama foi a responsável pela morte da irmã mais nova, e apenas a jovem vizinha de cima acredita nele.
Este pequeno exercício de suspense é um dos melhores filmes não sobrenaturais da Hammer durante a década de sessenta. Com um argumento forte e muito bem elaborado por Jimmy Sangster, que infunde os arrepios habituais com um pouco de comentário social sobre o sistema de aulas inglês, e define as expectativas do espectador com algumas reviravoltas inesperadas. A realização cuidada de Seth Holt faz justiça a este argumento, dando ao espectador uma falsa sensação de segurança na primeira metade do filme, para depois fazer uma transição hábil para as revelações surpresas da segunda metade. 
As interpretações são outro dos pontos fortes do filme: William Dix tem uma força muito interessante no papel da criança problemática, Wendy Craig mostra uma figura muito simpática como a mãe vulnerável e muito vaidosa, e claro que o maior destaque tinha de ser para Bette Davis, no papel da ama. Uma estrela aparentemente em decadência, mas que ainda consegue dar uma força impressionante aos seus personagens. 

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