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domingo, 5 de abril de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: “Cassandra Crossing”, de George Pan Cosmatos

O “Jornal do Fundão“, os “Encontros Cinematográficos”, o “Lucky Star – Cineclube de Braga“, o “My Two Thousand Movies” e “A Comuna” associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blogue “My Two Thousand Movies”.
O quinto convidado é o jornalista Rui Pelejão: “Porque é um filme terrível. Lembra-me um pouco a história de um amigo meu que tem pânico em andar de avião, tal como o personagem interpretado por Richard Harris neste filme. A terapia ocupacional deste meu amigo é ver sites de desastres aéreos com as comunicações dos últimos minutos das caixas negras dos aviões. Este filme de 1976 é terrível por isso, porque nesta época de pandemia, nos confronta com os nossos medos de uma forma crua.
Datado no tipo de produção, com um impressionante elenco de estrelas (Sophia Loren, Richard Harris, Ava Gardner, Martin Sheen, Burt Lancaster, Alida Valli, Lee Strasberg e até OJ Simpson) co-produção italiana e um realizador pouco virtuoso George P. Cosmatos (também realizou Rambo II e o filme Cobra, ambos com Sylvester Stallone), Cassandra Crossing é um filme sobre o medo e a forma como lidamos com ele, pessoal e politicamente. 
Nada como um bom filme catástrofe para um domingo à noite, para expiarmos os nossos demónios e ver como neste momento a Humanidade está confinada no mesmo comboio em direção a uma Cassandra Crossing, seja ela qual for.”

Sinopse: Na sequência de um assalto à sede da Organização Mundial de Saúde em Genebra, um terrorista penetra num laboratório onde se executam perigosas experiências bacteriológicas. Contaminado por um poderoso e devastador vírus, o terrorista refugia-se a bordo de um comboio que parte em direção a Estocolmo. Assim que a sua localização é descoberta, e face ao potencial perigo de contaminação que ele representa, o comboio é desviado para a Polónia, onde deverá permanecer com todos os seus passageiros de quarentena num antigo campo de concentração. Mas a viagem vai ser particularmente acidentada, sobretudo com a incrível passagem de uma ponte perigosa. 
Cassandra Crossing”, com co-produção europeia, é um espetacular e emocionante thriller de aventuras em atmosfera de filme-catástrofe sobre a acidentada viagem de um comboio transcontinental que leva a bordo um terrorista contaminado com um perigoso e devastador vírus. George Pan Cosmatos, gerindo os importantes meios postos à sua disposição por Lew Grade e Carlo Ponti, constrói um filme trepidante, pleno de suspense, que se desenrola quase inteiramente a bordo de um comboio e que assenta acima de tudo num elenco de grandes vedetas, entre elas Sophia Loren, Burt Lancaster, Ava Gardner e Richard Harris.

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sábado, 29 de outubro de 2016

Capítulo 1 - Terror

Vamos começar esta viagem ao mundo do VHS pelo género de Terror, que ao mesmo tempo irá ser a nossa forma de festejar o Halloween. O terror foi ganhando popularidade com o passar dos anos, e se durante muito tempo era um género tabu, hoje em dia é dos mais procurados. Principalmente a partir dos anos 80 tivemos um boom considerável, em parte por causa da evolução dos efeitos especiais. Graças a isso muitas obras deste género tornaram-se mainstream durante esta década: "O Uivo da Fera", "Companhia dos Lobos", "A Mosca", "Gremlins", "Um Lobisomem Americano em Londres", "The Evil Dead", "Pesadelo em Elm Street", "The Shining", "Poltergeist", entre outros.
Vamos então fazer uma viagem por este género, não pelos filmes de primeira linha, mas pelos outros que vêm logo a seguir. Estes foram alguns dos filmes presentes na prateleira de terror.

A SEITA DO MAL (The Believers) 1987
Ao investigar o brutal assassinato de dois jovens, um detetive perde o equilíbrio mental. O psicólogo da polícia descobre que a insanidade do colega está diretamente relacionada com um culto religioso especializado em sacrifícios humanos.
O filme fala sobre a religião de Santeria, uma fé que teve a sua origem no comércios de escravos, quando os nativos africanos foram transportados à força para as Caraíbas e foram e foram convertidos aos catolicismo. A fim de manter as suas crenças nativas, misturam conceitos da sua religião com os principios de Roma. Estima-se que 35000 pessoas pratiquem Santeria nos Estados Unidos. 
Baseado no livro "The Religion" de Nicholas Conde, e adaptado por Mark Frost (antes de se envolver em "Twin Peaks"), foi um dos melhores filmes sobre o oculto realizados nos anos 80. Realizado pelo britânico John Schlesinger, que aos poucos tentava regressar à boa forma do seu inicio de carreira, este acabaria por ser o seu melhor filmes pós-1980, a par com "Pacific Heights", que veremos mais para a frente. Martin Sheen é o protagonista.

 ARACNOFOBIA (Arachnophobia) 1990
Toda a gente tem medo de alguma coisa...mas a fobia do Dr. Ross era muito estranha. Quando ele se muda com a família para uma cidade do interior, aquilo que o apavorava transforma-se numa crescente ameaça para todos os moradores do lugar. As aranhas estão prestes a destruir a cidade inteira. A única hipótese de salvar todo mundo é superar este medo infantil - mas pode ser tarde demais...
Atrás deste projecto estava a Amblin Entertainment, e logo a equipa de produção de alguns dos maiores êxitos dos anos 80, "ET", "Poltergeist", "Indiana Jones e o Templo Perdido", "Goonies", "Regresso ao Futuro", logo as expectativas eram bastante elevadas. Frank Marshall era um dos cabeças do estúdio, junto com Steven Spielberg e Kathleen Kennedy, salta pela primeira vez para atrás das câmaras, e pode-se dizer que fez um bom trabalho. Estava-se no auge da popularidade da Amblin, e tinha-se que aproveitar o momento.
É um filme um pouco reminiscente de "Gremlins". A pequena cidade a ser invadida por criaturas. O facto de serem aranhas, dá um tom um pouco mais realista ao filme, e os efeitos especiais são do melhor da altura. Destaque para a curta interpretação de John Goodman, apesar do protagonista ser Jeff Daniels.

 A FELINA (Cat People) 1982
Natassia Kinski é Irene, uma bela jovem que ao descobrir o seu primeiro amor, apercebe-se que uma explosiva experiência trazer-lhe-á trágicas consequências. Esta poderosa paixão ultrapassa todo o caos à sua volta, incluindo as bizarras exigências do seu próprio irmão (Malcolm McDowell) uma vez que a puxa para um destino bizarro.
"Cat People" era um remake do filme do mesmo nome realizado por Jacques Tourneur. Em plenos aos oitenta, com a pouca facilidade em descobrir cinema, o filme original era uma obra completamente obscura, ao passo que hoje é muito mais conhecido. Era um projecto de Paul Schrader, um argumentista ligado aos Movie Brats (Coppola, De Palma, etc), e que tinha já no seu historial argumentos tão importantes como "Yakuza", "Taxi Driver", ""Obsession", "Rolling Thunder", e que procurava um lugar ao sol no campo da realização, sendo este já o seu quarto filme. E pode-se dizer que até aqui a sua carreira corria muito bem.
Como cinema fica bastantes furos abaixo do original, mas é um óptimo projecto de promoção à actriz Natassia Kinski, uma das maiores sex symbol dos anos 80.

O DESVENDAR DE UM MISTÉRIO (The Changeling) 1980
Desde a trágica morte da sua família, o compositor John Russell abandonou Nova York e agora vive numa casa solitária na esperança de continuar compondo e encontrar a paz. Enquanto aprecia o silêncio e a solidão de sua nova residência, começa a ver constantemente o corpo de um rapaz. Nas suas andanças pela casa, descobre uma entrada secreta para um antigo quarto de criança que permanecia esquecido. Nele John encontra uma cadeira de rodas e uma caixinha de música e tem o pressentimento de que alguma coisa terrível aconteceu naquele quarto. 
 Um dos bons filmes sobre casas assombradas que se fez no período entre final dos anos setenta, e principio dos anos oitenta. Passou um pouco ao lado de uma carreira de sucesso, talvez por ter sido uma produção canadiana, mas o elenco de velhas estrelas é do melhor que se podia encontrar: George C. Scott, Trish Van Devere, Melvin Douglas e Jean Marsh. É bastante superior a "The Amityville Horror" de Stuart Rosenberg, mas inferior a "The Shining" de Kubrick, do mesmo ano. A realização é de Peter Medak.
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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Rapariga do Fim da Rua (The Little Girl Who Lives Down the Lane) 1976

Rynn Jacobs (Jodie Foster) é uma jovem de treze anos, que vive numa casa isolada numa pacata comunidade à beira-mar, que o seu pai alugou. Sempre que alguém da cidade tenta satisfazer a curiosidade, o pai nunca está por perto, e a menina aparece sempre sozinha. Rynn é colocada à prova por várias pessoas, que tentam descobrir o segredo que ela está a esconder, incluindo a senhoria snob e o seu filho desprezível.
Uma atmosfera assustadora, cativante e cheia de suspense, é o que se pode encontrar neste filme. Feito com um orçamento muito pequeno para a American International Pictures (AIP), e filmado no Canadá. Destaca-se como um thriller psicológico original, com um excelente argumento de Laird Koenig, baseado num livro seu. Era, sobretudo, um veículo para a jovem Jodie Foster, que no mesmo no entraria em "Bugsy Malone" e "Taxi Driver", onde conseguiria uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Nicholas Gessner, um realizador de nacionalidade hungara, dirige como se fosse uma peça de teatro, com muita imaginação.
Na altura do seu lançamento foi um pouco chocante, por ter uma jovem de treze anos a morar sozinha, ter relações sexuais, e matar pessoas, sendo ainda por cima uma estrela da Disney, mas com o passar dos anos foi recolhendo uma série de seguidores, tornando-se um filme de culto.

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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Noivos Sangrentos (Badlands) 1973



Estados Unidos, 1959. Kit é um criminoso em fuga, procurado pelas mortes de várias pessoas. Acompanhado pela sua nova namorada Holly, que presenciou os crimes, perde-se num mundo de fantasia em que a violência e o crime são as únicas constantes. Os dois habitam um universo só seu, mas o rasto de balas e sangue que vão deixando enquanto fogem da lei, pelas paisagens desoladas do Dakota e Montana, é muito real.
A estreia de Terence Malick como realizador foi um sucesso estrondoso, tendo criado um conto popular seminal e inovador sobre jovens sem rumo. Passado no final da década de cinquenta, numa pequena cidade da Dakota do Sul, este road movie inovador tornou-se num clássico filme de culto, misturando assassinatos, banalidades, cultura pop, amor e romance, alienação, tudo misturado apanhando a vaga de rebeldia deixada por James Dean. É uma leve dramatização da matança levada a cabo por Starkweather e Fugate no final dos anos 50. Kit Carruthers (Martin Sheen) é um jovem colector de lixo com uma semelhança extraordinária com James Dean, que se vai apaixonar por uma jovem de 15 anos chamada Holly Sargis (Sissy Spacek).
Terrence Malick não romantiza ou julga os fugitivos, apenas conta a sua história tal como ela é, apenas deixa o espectador juntar os pedaços da história em falta. Isto funciona tão bem que poderia ser creditado ás fantásticas prestações de Sheen e Spacek. A beleza do filme é que revela apenas uma história simples que se esconde por detrás de um complexo conjunto de motivações das personagens. Embora essas motivações não estejam explícitas na história, deixam o espectador a pensar sobre a razão para toda aquela violência. Os dois desajustados encontram alegria em tornar celebridades nacionais e parecem muito distantes da realidade, e na sua simplicidade e falta de motivação parecem simpáticos, apesar da violência dos seus actos. O que tem significado para Kit é que o seu novo estatuto na sociedade eleva-o a uma espécie de herói popular, alguém que nunca pensou sobre a vida e a morte. Kit é um produto dos tempos materialistas, onde a televisão e os filmes coloram as suas acções. Estas, embora nunca sejam explicadas, dizem muito mais de que se tivesse sido tentado explicado. Malick apanhou algo sobre os subúrbios da América e a sua juventude desajustada, que é perturbador mas muito real.

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