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sábado, 18 de março de 2017

Sonho de Uma Noite de Verão (A Midsummer Night's Dream) 1935

Teseu vai casar com Hyppolyta, rainha das Amazonas. Demetrius está apaixonado por Hermia, mas Hermia ama Lysander. Helena ama Demetrius. Oberon e Titania, do reino das fadas têm uma ligeira discussão na floresta, mas eles não estão ali sozinhos.Hermia e Lysander têm ali um encontro, Helena e Demetrius também lá estão, assim como um grupo de actores que estão a ensaiar para uma peça que vai ser exibida no casamento de Teseu e Hyppolyta.Devido a alguns mal-entendidos de Puck as coisas vão ficar confusas...
O primeiro filme falado de uma versão de William Shakespeare, "A Midsummer Night’s Dream" ergue-se como uma das criações mais originais da Hollywood dos anos 30. A peça foi originalmente escrita para os palcos de Londres por volta de 1595, com o seguinte slogan: “Three hundred years in the making!”. Este filme, por sua vez, também bate vários recordes. 
Foi a primeira adaptação de uma peça de Shakespeare a ser nomeada para um Óscar de Melhor Filme, embora o viesse a perder para "Mutiny on the Bounty". Foi a primeira e única vez que alguém não nomeado levou um Óscar para casa (aconteceu com o director de fotografia Hal Mohr). Também foi o filme de estreia de Olivia de Havilland, apesar de só ter estreado depois do lançamento dos seus segundo e terceiro filmes: "Alibi Ike" e "The Irish in Us".
Esta interpretação cinematográfica da peça foi inspirada pela produção altamente influente do génio do teatro Max Reinhardt. O próprio Reinhardt tinha descoberto a jovem de 18 anos, de Havilland, numa peça do Mills College em Oakland, e fez questão de a incluir no elenco deste filme, no papel de Hermia.
Na sua ilustre carreira pelos palcos europeus Reinhardt inspirou uma série de cineastas, como F.W. Murnau, Fritz Lang, Ernst Lubitsch, Otto Preminger e William Dieterle Na verdade, Dieterle seria escolhido para co-realizador, porque Reinhardt estava pouco familiarizado com as produções pomposas de Hollywood, e Dieterle tinha chegado a Hollywood cerca de quatro anos antes, e tinha nesta altura já cerca de duas dezenas de filmes realizados, embora a maioria fossem obras menores. O resultado seria uma obra-prima visual que caracterizava uma mistura interessante de estilos, juntando o clássico inglês com a Grécia antiga.
O elenco era formado por algumas estrelas da Hollywood de então, James Cagney, Dick Powell, Ian Hunter, mas quem rouba o filme é um jovem actor chamado Mickey Rooney, com apenas 14 anos, no papel do perverso Puck. É dele a famosa linha “Lord, what fools these mortals be!”

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Cliente Morto Não Paga a Conta (Dead Men Don't Wear Plaid) 1982

Juliet Forrest (Rachel Ward) está convencida de que a morte reportada do seu pai, num acidente de carro na montanha, não foi um acidente. O pai era um famoso cientista de queijos, que trabalhava numa receita secreta. Para provar que aconteceu um crime, ela contrata os serviços do detective privado Rigby Reardon (Steve Martin). Este encontra um pedaço de papel com uma lista de pessoas intitulado "os amigos e inimigos de Carlota". Ao procurar respostas vai esbarrar com homens e mulheres perigosos, que eram as marcas dos filmes de detectives clássicos dos anos 40 e 50. 
O realizador Carl Reiner (que escreveu o argumento com George Gipe e Steve Martin) faz uma autêntica homenagem ao film noir, e dá a este filme um toque muito especial, integrando na acção clips de 18 filmes dos anos 40 e 50. Um exemplo, Humphrey Bogart, como Marlowe, aparece como o assistente arruinado de Reardon, incluindo cenas reais de filmes como In a Lonely Place, Dark Passage, ou The Big Sleep. Ao longo do filme, e por trás dos ombros das nossas personagens, vão aparecendo actores como Alan Ladd, Ray Milland, Burt Lancaster, Barbara Stanwyck, Cary Grant, Ava Gardner, Ingrid Bergman, James Cagney, e Bette Davis, que parecem interpretar ao lado dos protagonistas de hoje em dia.
"Dead Men Don't Wear Plaid" funciona melhor para quem conhece de raíz o movimento do film noir. Steve Martin tem um desempenho de alto nível, Rachel Ward era uma estrela em ascenção, na sua terceira longa metragem, e dá ampla evidência da sua beleza e talento. A montagem de Bud Molin e a fotografia de Martin Chapman também merecem elogios pelo seu esforço hercúleo em misturar pedaços de filmes antigos, com filmagens novas. 

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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O Fugitivo (Run For Cover) 1955

Quando Matt Dow (Cagney) e Davey Bishop (Derek) se conhecem rapidamente se tornam amigos, mas os eventos parecem estar contra eles quando são confundidos com dois assaltantes de comboios que assaltam um comboio que se dirigia para a cidade de Madison. Perseguidos por uma legião de Madison, de onde Bishop é natural, são obrigados a limpar o seu nome, acabando por se juntar ao lado certo da lei, na cidade. Mas, há muitos segredos para serem descobertos nesta cidade...
Nicholas Ray traz-nos um filme meditativo, sobre a temática das famílias substitutas, conflitos de gerações, justiça popular, corrupção dos jovens, todos eles motivos tratados pelo realizador delicadamente. Há um sopro de "High Noon" na forma como Matt Dow inevitavelmente terá de ficar sozinho, e também porque terá de lutar contra a agitação popular contra as injustiças e lidar com as decepções.
Filme menor de Nicholas Ray, um pouco por força de ter sido produzido no meio dos seus dois filmes mais importantes, "Johnny Guitar" (1954), e "Rebel Without a Cause" (1955). Era um dos poucos westerns interpretados por James Cagney, cuja figura é sempre mais associada aos filmes de gangsters. Era também uma tentativa de valorizar a carreira de John Derek, então uma estrela em ascenção. Tinha-se estreado num filme de Ray, "Knock on Any Door", e desde então vinha a participar em obras notáveis, como "All the King's Men" (1949) mas nunca passaria de uma promessa do cinema americano.
Ainda assim é um western bastante curioso.

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domingo, 27 de setembro de 2015

Fúria Sanguinária (White Heat) 1949



"Sabes o que tens de fazer?", grita Cody (James Cagney) ao seu comparsa no inicio de um audacioso assalto a um comboio; quando o tipo começa a responder, Cody interrompe-o: "Fa-lo e deixa-te de conversa!" Esta atitude frontal, de acção pura, resume o vigor dos filmes de Raoul Walsh,  que (conforme comentou certa vez Peter Lloyd) "toma o pulso a uma energia invividual" e a implanta numa "trajectória demente, e a partir daí constrói um ritmo". Poucos filmes são tão concisos, contidos e económicos nas suas narrativas como "Fúria Sanguinária".
Walsh é um realizador persistentemente linear, progressivo, cuja obra evoca o cinema mudo - como naquela emocionante cena de abertura "carro-encontra-comboio". Mas também explora as possibilidades intrigantes, complexas, da psicologia do século XX. Em serviço, Cody mata sem piscar. Uma vez trancafiado num esconderijo com o seu bando como um animal enjaulado - porque dali a pouco irá preso -, a sua psicopatologia começa a aflorar: indiferença ao sofrimento alheio, a fixação numa mãe severa, e enxaquecas terriveis que o deixam à beira da loucura.
Cody, imortalizado no prodigioso desempenho de Cagney, personifica a suprema contradição que dá cabo dos gangsters dos filmes: egotismo fantástico e sonhos de invencibilidade minados por dependências e vulnerabilidades profundamente humanas.         Por Annalee Newitz 

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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Heróis Esquecidos (The Roaring Twenties) 1939

Como "Little Caesar" e "The Public Enemy", "The Roaring Twenties" é passado na década de 20, na era da Lei Seca, quando a lei activa abriu novas oportunidades para o crime organizado, mas esta produção está, na verdade, dividida em duas partes: uma viagem nostálgica para a história original de Mark Hellinger, e um compêndio com os melhores momentos de James Cagney, que depois se afastaria deste tipo de papéis durante quase 10 anos, até "White Heat". Cagney estava claramente cansado dos papéis de gangster e precisava de uma saída,  mas o conceito de Hellinger oferecia uma colecção intrigante de personagens que valia a pena dizer sim.
O dilema do actor era simples: ele era demasiado bom para interpretar constamente vilões. Os argumentistas transformaram o papel de Eddie Bartlett num decente veterano da Primeira Guerra Mundial, que chega a casa e descobre que o seu patrão não se preocupou em aguentar o seu trabalho, numa altura em que opções de trabalho eram inexistentes, e como um veterano da guerra, ninguém parecia se preocupar com o que era feito da sua vida, excepto os seus colegas veteranos, o aspirante a advogado Lloyd Hart (Jeffrey Lynn) e o psycho Killer George Hally (Humphrey Bogart). Há personagens que vêm para casa da Grande Guerra, e encontram a desilusão e a falta de oportunidades e apoio, um cocktail tóxico que irá empurrar Eddie para uma carreira desesperada.
O Eddie de Cagney é, na verdade, a sombra do meio do que são as três facetas de um personagem: ele é um homem duro, mas de bom coração, que tentou manter alguma justiça e confiança durante a sua carreira do crime subconsequente, mas tornou-se uma força letal, porque é assim que ele consegue sobreviver.
Raoul Walsh mostrou que tinha um dom especial para a acção e a comédia irónica, e foi por isso que os estúdios da Warner o puxaram para a lista A, dos seus principais realizadores, e entregaram-lhe em mãos "High Sierra"(1941), novamente com Bogart, e vários filmes com Errol Flynn, incluindo obras de propaganda da segunda guerra mundial como "Objective, Burma" (1945), "Uncertain Glory" (1944) ou "Northen Pursuit (1943).

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