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terça-feira, 28 de junho de 2022

O Prisioneiro de Zenda (The Prisoner of Zenda) 1979

O idoso Rei Rudolf da Ruritânia morre num acidente de balão e o herdeiro, príncipe Rudolf, que se encontra em Londres, torna-se alvo do seu irmão, o Duque Michael, que quer matá-lo para assumir a coroa. Na viagem de Londres até à Ruritânia, Rudolf é ajudado pelo cocheiro Syd Frewin, um sósia que toma o seu lugar.
A habilidade do comediante Peter Sellers em desempenhar vários papéis no mesmo filme tornou-se uma muleta em alguns filmes do final da carreira do actor, incluindo "A Vingança da Pantera Cor de Rosa", contando com o truque de esconder Sellers atrás de acentos patetas, e fantasias ainda mais patetas. Em "O Prisioneiro de Zenda" Sellers interpreta um monarca em extinção e o seu sósia plebeu. Embora o romance original de Anthony Hope no qual o filme se baseia tenha uma narrativa bastante sólida, que a história tenha sido adaptada várias vezes,  mas aqui os argumentistas optaram pela sátira, que por vezes deixa um pouco a perder. 
Realizado pelo americano Richard Quine, que termina a sua carreira com os dois mesmos filmes de Peter Sellers, tinha no elenco de apoio nomes como Lynn Frederik, Lionel Jeffries, Elke Sommer, Jeremy Kemp, entre outros. 

sábado, 2 de maio de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: “A Morte Espera no 322”, de Richard Quine

O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga e o My Two Thousand Movies associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “Cinema em Tempos de Cólera: 40 dias, 40 filmes”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O trigésimo segundo convidado é a escritora e cinéfila Ana Teresa Pereira, que confessou a paixão por Kim Novak e as relações com Hitchcock, oferecendo-nos o texto abaixo.

Sinopse: O polícia honesto Paul Sheridan é incumbido de recuperar 200 mil dólares roubados de um banco. Ele e os seus outros colegas mantêm vigilância de 24 horas sobre Lona McLane, namorada de um dos assaltantes. Sheridan acaba por se apaixonar por Lona, que, quando descobre que ele é um polícia, tenta persuadi-lo a matar Harry Wheeler, de forma que os dois possam ficar com o dinheiro. No início, ele resiste, mas com o tempo concorda. Após o assassinato, Sheridan percebe que também tem de trair seu colega detective Paddy Dolan e enganar seu parceiro Rick McAllister e seu chefe Tenente Eckstrom e não deixar pistas. Quase toda a acção se passa à noite no apartamento em forma de U, onde Lona e uma testemunha chave, a vizinha Ann Stewart, vivem.


THE LITTLE BLACK DRESS 
ANA TERESA PEREIRA 


«Would it make any sense if I told you it’s never happened before?» 
«Maybe.» 
(“Pushover”) 

«Will you tell me something? Has this ever happened to you before?» 
«What?» 
«Falling… into San Francisco Bay.» 
(“Vertigo”) 


A rapariga é a mesma: Kim Novak. Os homens são Fred MacMurray e James Stewart. Para quem conhece “Vertigo”, ver “Pushover” pela primeira vez pode ser inquietante. Há elementos familiares: partes do diálogo, movimentos de câmara, cenas inteiras (Kim Novak a conduzir o automóvel e a parar junto à casa do homem que a persegue); o vestido preto que Scottie força Judy a usar quando tenta transformá-la em Madeleine (e que supostamente Hitchcock imaginara para Vera Miles), é o vestido preto de Lona em “Pushover”. Nas suas entrevistas com Truffaut, Hitch menciona o facto de Judy não usar soutien quando Scottie a encontra. No primeiro encontro de Lona e Paul, Quine filma-a de modo a tornar isso evidente.
“Pushover” foi o primeiro filme de Kim Novak. Foi também o princípio da sua história de amor com Richard Quine. Fizeram vários filmes juntos; o último e talvez o mais belo é “Strangers When We Meet” (a casa que, no filme, Kirk Douglas está a construir, era a casa que Quine ia oferecer a Kim). Quase nada no romance de Bill S. Ballinger, que inspirou o argumento de Roy Huggins, sugere a personagem de Lona no filme. Lona não é uma “femme fatale”; ela precisa de dinheiro (as pessoas são sujas, o dinheiro não) porque precisa de segurança. A forma como Quine a filma torna-a enternecedora, quase pura: uma rapariga apaixonada.
Hitchcock detestava Kim Novak. Mas a irrealidade de Madeleine, a presença carnal de Judy, não revelam isso. A câmara segue a actriz apaixonadamente, como a seguira três anos antes em “Pushover”. Esse foi um dos golpes de génio de Hitchcock. Filmar a actriz como um homem que a amava.

Amanhã a escolha de Manuel Mozos

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