Mostrar mensagens com a etiqueta Christopher Walken. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Christopher Walken. Mostrar todas as mensagens

domingo, 10 de janeiro de 2021

O Funeral (The Funeral) 1996

Nos anos 30, os irmãos Ray (Christopher Walken), Chez (Chris Penn) e Johnny (Vincent Gallo) trabalham para a máfia. Quando Johnny é assassinado por ordem de um mafioso rival, os irmãos ficam abalados. Ray quer vingança, apesar de sua esposa tentar convencê-lo do contrário, temendo uma onda de violência.
Este drama de gangsters de Abel Ferrara, é quase de certeza o filme mais clássico do realizador, o que não quer dizer que não seja cheio de violência sangrenta, sexo explícito, linguagem perversa, e uma grande quantidade de angústia, mas o fortíssimo elenco, com algumas interpretações acima do normal, levam o filme a outro nível: Christopher Walken, Chris Penn, Vincent Gallo, Annabella Sciorra, Isabella Rossellini e Benicio del Toro.
Escrito pelo colaborador oficial de Ferrara, Nicholas St. John, "The Funeral" estabelece um mistério desde início, quem matou Johnny e porquê?, enquanto grande parte do filme é-nos apresentado em flashback, rasteando os últimos dias de Johnny, rapidamente fica claro de que o realizador está menos interessado nisso do que explorar o efeito da sua morte nos seus irmãos, e restante família. 
Chris Penn ganhou o prémio de melhor actor secundário no festival de Veneza.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Os Viciosos (The Addiction) 1995

Um dos meus filmes preferidos, The Addiction é um curto filme de vampiros que lida com o vício e o controlo do impulso de matar. Uma jovem é atacada por uma jeitosa a meio da noite numa rua escura. Chega a casa com uma dentada profunda no pescoço e aos poucos percebe que as coisas mudaram. A sintomática vampírica vai-se revelando e ela tem que aprender a lidar com o vício do sangue. Tenta manter a sua personalidade mas rapidamente a sua repulsa por humanos acaba por vencer. 
Não é por ser um filme de vampiros ou sequer por ser um filme sobre dependência que gosto dele, mas pela vertente filosófica e a explicação sobre a existência dos grandes pensadores da História da humanidade, a sua visão sobre a imortalidade, a inevitabilidade da mudança, a futilidade da resistência e a nossa evolução enquanto indivíduos (mesmo que nos tornemos em algo que sempre abominámos). Filmado em preto e branco, mais preto do que branco, negro como a noite mais fria e polvilhado de analogias e metáforas para a vida real, para enfrentar a vida dura dos tempos modernos, da solidão dentro da multidão. Fez tanto sentido quando saiu, no tempo existencialista do grunge e da “geração rasca” às voltas com a incerteza do futuro e do fim da festa, com faz hoje em dia, num momento em que a lei da selva aplicada â economia e ao quotidiano impera.
Filme escolhido pelo Pedro Cinemaxunga, que também escreveu o texto.

Link
Imdb

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

New Rose Hotel (New Rose Hotel) 1998

Num futuro próximo, um brilhante engenheiro de genética japonês, Hiroshi, é o prémio que disputam 2 mega empresas, uma japonesa e outra alemã. Os revolucionários descobrimentos do cientista têm o poder de transformar o mundo e gerar biliões de benefícios. Hosaka contrata uma equipa de espiões formado por X e Fox, para ganhar a confiança de Hiroshi em prejuízo de Maas. A estratégia destes mercenários consistirá em atrair Hiroshi utilizando os encantos de uma jovem e bela prostituta.
Uma adaptação sombria por Abel Ferrara de uma história curta de William Gibson, o autor de "Neuromancer" e "Johnny Mnemonic", onde o mundo do cyberpunk é acompanhado pela obsessão do realizador por homens de meia idade perdidos em busca da redenção através da cura sexual. "New Rose Hotel" é passado num mundo vagamente futurista cheio de escuridão, neon, espelhos e vidros. Os nossos heróis vão passando por vários bares e quartos de hotel que podem ser localizados em qualquer lugar, desde Nova Iorque a Tóquio. Mas o filme funciona, sobretudo, graças ao desempenho dos seus dois protagonistas: Christopher Walken e Willem Dafoe. Ferrara deixa estes dois gigantes improvisarem em grande parte do diálogo em conjunto, combinando perfeitamente. Asia Argento contracena com eles.
Tal como grande parte dos filmes de Ferrara, teve lançamento limitado, mas foi exibido no festival de Veneza de 1998, onde ganhou dois prémios, e concorreu para o Leão de Ouro.

Link
Imdb

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Capítulo 11 - Western

Estávamos muito reduzidos no que tocava a Westerns lançados durante os anos 80. Não mais do que uma dezena (ou nem tantos), dignos de nota, de um género que nunca se recompôs do desastre financeiro que foi o seu último épico, "As Portas do Céu", de Michael Cimino. Mas o Western não estava esquecido, enquanto era comum passar na televisão, agora tinha outra fonte de divulgação, o mercado de VHS, principalmente a venda directa, que aos poucos lançava todos os seus grandes sucessos.

As Portas do Céu (Heaven's Gate) 1980
1890, Estado de Wyoming, EUA. Um xerife (Kris Kristofferson) faz o possível para proteger fazendeiros imigrantes dos ricos criadores de gado, em guerra por mais terras. Ao mesmo tempo, ele luta pelo coração de uma jovem (Isabelle Huppert) contra um pistoleiro (Christopher Walken).
Tal como as colunas de fumo e as nuvens de poeira que sopram em qualquer épico com mais de 200 minutos, o desastre incial crítico e comercial deste filme de Michael Cimino perdurará para sempre, obscurecendo as suas maiores qualidades artísticas, que digamos que eram muito boas, levando o filme hoje a ser muito mais apreciado do que era na altura.
"Heaven’s Gate" marcava o fim de uma época. Produzido e distribuído pela Unites Artists, o estúdio fundado pelo realizador D.W. Griffith, e pelos actores Charles Chaplin, Douglas Fairbanks, e Mary Pickford, como forma de escapar ao controle dos grandes estúdios sobre a sua arte, este filme era suposto ser o ponto mais alto da chamada “New Hollywood”, que tinha tomado conta do cinema nos anos 70, formada por jovens realizadores como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, o próprio Cimino, entre outros, e que eram um cruzamento entre o cinema de arte europeu, e o cinema clássico de Hollywood. Se este filme tivesse vingado, a história do cinema seria muito diferente hoje em dia.

Silverado (Silverado) 1985
Kevin Kline, Scott Glenn, Kevin Costner e Danny Glover são quatro heróis involuntários que têm no seu caminho a esquecida Silverado, a cidade em que os seus pais vivem e que foi tomada por um xerife corrupto e por um cruel ladrão de terras. Está nas suas habilidades com as armas a salvação da cidade. Mas primeiro eles têm que tirar uns aos outros da cadeia e aprender quem são os seus verdadeiros amigos.
"Silverado" era um retrocesso do Western que não se incomodava de  tentar reinventar o género numa nova fórmula. Abrange todos os velhos clichés e fórmulas dos velhos tempos, actualizando-os com uma nova geração de estrelas que não cresceu a vê-los. Na altura do seu lançamento foi considerada uma grande revisão, mas com o passar dos anos, e a quantidade de tempo entre o seu lançamento e o declínio do western, já não parece um filme tão importante.
Mesmo assim merece ser visto ou revisto, não só pelo realizador, Lawrence Kasdan, como pelo fantástico elenco, que para além dos nomes mencionados em cima, contava ainda com John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Jeff Goldblum, Linda Hunt, Jeff Fahey,  entre outros.

O Bando de Jesse James (The Long Riders) 1980
"The Long Riders" era mais uma entrada (entre muitas) nos westerns sobre o bando dos irmãos James-Younger, os famosos assaltantes de bancos, mas também um dos esforços mais interessantes para cobrir o território. O realizador Walter Hill tem um dos seus melhores trabalhos por trás das câmeras, o seu primeiro filme directamente no território do Western, com um certo pendor Peckinpah-esque (talvez um pouco demais, até) capturando a brutalidade e a violência sangrenta do pistoleiro ocidental. Hill tem fama de ser o verdadeiro sucessor de Peckinpah, a até chegaram a trabalhar juntos, e, definitivamente, este foi dos filmes que mais ajudou para o mito. 
Grande parte do filme conta a história da queda do bando dos irmãos James-Younger, como a agência de detetives Pinkerton conseguiria apanhá-los nas suas casas das famílias do Missouri, enquanto os cofres tornavam-se cada vez mais difíceis de arrombar. Para dar maior realismo, o elenco de irmãos na tela é interpretado por irmãos na vida real - os três Carradines (David, Keith e Robert) como os Youngers, os dois Quaids (Dennis e Randy) como o Millers, e dois Keaches (Stacy e James) como os irmãos James. Mesmo o elenco de apoio tem irmãos na forma de Christopher Guest e Nicholas Guest como os irmãos Ford. Curiosamente, os irmãos não são pintados nem como bons, nem como maus, eles têm respeito uns pelos outros, mas irão cometer alguns atos hediondos, incluindo assassinatos, que só pode ser visto como repreensível. 
Alugar
Imdb

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Paragem no Bairro Boémio (Next Stop, Greenwich Village) 1976



Um jovem judeu aspirante a actor sai de casa dos pais, um apartamento em Brooklyn, para procurar fama e fortuna na vida boémia de Greenwich Village, em 1953. Eles esforça-se por não discutir com a natureza dominadora da mãe, enquanto também tenta manter a relação com a namorada. No seu novo lar vai criar amizade com um grupo de pessoas bastante estranha...
Um olhar autobiográfico para as experiências de Mazursky como um jovem actor em Greenwich Village, durante os primeiros anos da década de cinquenta, uma altura em que o teatro criativo e as leis do senador Joseph McCarthy estavam a florescer. Greenwich estava cheio de artistas e actores esperançosos, escritores e aspirantes a argumentistas, poetas e músicos. Era uma zona desmilitarizada definida pelo conformismo ético do período pós-guerra.A vida boémia estava a passar por uma fase difícil, e a meio da década evoluiria para o chamado "Beat Movement". O cenário de "Next Stop, Greenwich Village" é a linha divisória entre o conservadorismo, corporativismo  e os valores suburbanos dos chamados "yawps" da "Beat Generation". Mazursky recria este momento na perfeição.
A realização de Mazursky mostra um humanismo sensível. Preocupa-se com as pessoas de Greenwich, com as suas esperanças vocacionais, com as confusões sexuais, e os traumas pessoais. Há uma ansiedade genuína, evidenciada em várias interpretações e algumas sequências de audições. Mazursky dá aos seus actores liberdade para serem frenéticos, histéricos e até mesmo ridículos. Na sua busca pela realização estas almas lutam contra os demónios da auto-destruição e são assombrados pelo sentimento omnipresente de que podem não ter o que é preciso para ser um artista.
Concorreu para a Palma de Ouro de 1976, que foi ganha por "Taxi Driver".

Link
Imdb

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Basquiat (Basquiat) 1996



Basquiat conta a história da ascenção meteórica do jovem artista Jean-Michel Basquiat, começando como artista de rua. A viver numa caixa de cartão em Thompkins Square Park, Basquiat é descoberto pelo mundo da arte de Andy Warhol (aqui interpretado por David Bowie), e torna-se uma estrela. Mas o sucesso tem um preço alto, e Basquiat paga-o com a amizade, o amor, e, eventualmente, a sua vida.
"Basquiat" é um biopic realizado por Julian Schnabel, que conheceu o verdadeiro Jean-Michel Basquiat, e que iniciava aqui a sua carreira atrás das câmeras. Nascido nos anos 50, em Brooklyn, ficaria famoso nos anos oitenta como pintor neo-expressionista. No cinema, ficaria mais conhecido pela co-produção franco-americana "Le scaphandre et le Papillon", com a qual foi nomeada para o Óscar de Melhor Argumento.
O filme não podia ter sido feito sem Jeffrey Wright, numa brilhante interpretação. Mudando desde um punk sem-tecto a um artista ousado capaz de agradar à elite. Jean-Michel Basquiat era viciado em drogas, e tornou-se num fenómeno da arte antes de uma overdose de heroína dar cabo da sua vida. Infelizmente o filme acaba por não ter muito sucesso na transposição da vida emocional do pintor. A frustração do filme vem na tentativa de recriar a criança dentro do pintor, e estudar o homem por de trás da máscara. Wright interpreta-o como um homem sem medo. Num minuto ele é um anjo ferido em desacordo com o mundo, no outro ele é um malandro que parece nunca se preocupar com as pessoas. Vai buscar influências na mitologia de Rimbaud, Charlie Parker, Jimi Hendrix, e Jim Morrison, acabando por se aniquilar com drogas, juntando-se aos seus heróis no final. 
Um elenco muito interessante, com muitas caras conhecidas em papéis secundários: Michael Wincott, Benicio Del Toro, Claire Forlani, Dennis Hopper, Gary Oldman, Christopher Walken, Willem Dafoe e Courtney Love. Tom Waits colaborou na banda-sonora, com duas músicas: "Who Are You This Time" e "Tom Traubert's Blues (Four Sheets to the Wind in Copenhagen)".

Link
Imdb