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domingo, 15 de dezembro de 2019

Frankenstein e o Monstro do Inferno (Frankenstein and the Monster from Hell) 1974

O idoso Barão Victor Frankenstein (Cushing) está alojado num asilo de loucos, no qual exerce a função de cirurgião e tem uma série de privilégios, como por exemplo informações secretas sobre Adolf Klauss,, o diretor corrupto e pervertido do asilo (John Stratton). O Barão, sob o pseudónimo de Dr. Carl Victor, usa a sua posição para continuar as suas experiências na criação do homem. Quando Simon Helder (Briant), um jovem médico, chega ao asilo, o Barão fica impressionado com os talentos de Helder e decide torná-lo seu aprendiz. Juntos, eles trabalham no projeto de uma nova criatura. Sem o conhecimento de Simon, no entanto, Frankenstein promove a aquisição de partes de corpos dos seus pacientes assassinados. 
Depois do falhanço que foi "Horror of Frankenstein", o filme seguinte parecia uma reunião da antiga equipa da Hammer. Escrito por Anthony Hinds sob o pseudónimo de John Elder, a Hammer convenceu Terence Fisher a regressar de uma aposentadoria e Peter Cushing a regressar ao papel que o tornou famoso. Tinha tudo parar dar certo, no entanto a nostalgia dos bastidores não se traduziu na tela, e o último Frankenstein da Hammer acabaria por ser um esforço inglório para terminar um franchise que tinha feito história, um pouco ao jeito de Drácula no ano anterior. 
Embora possa ser uma tentativa de recapitulação de glórias passadas, o filme também tem algumas virtudes. O Barão de Cushing é o maior vilão de sempre, com referências a tendências homicidas e a procura de avanços científicos a qualquer custo e sem senso de moralidade. Cushing interpreta sempre bem esta personagem, e é, de longe a maior virtude do filme. 

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Barão Frankenstein (Frankenstein Must Be Destroyed) 1969

O Barão Frankenstein viaja para uma nova cidade para conhecer o Dr. Brandt, com quem tinha correspondido e com quem espera trabalhar. Quando chega, no entanto, descobre que ele está numa instituição mental, tendo ficado completamente louco. Fica numa pensão administrada pela jovem Anna, que por acaso está noiva de Karl, um médico que trabalha no estabelecimento onde o Dr. Brandt está internado. Quando Frankenstein descobre que Karl andava a roubar drogas do hospital, faz-lhe chantagem para que o ajudem a libertar o Dr. Brandt.
A imagem principal deste filme ocorre logo no início, quando um monstro hediondo remove o seu rosto para se revelar o Doutor Frankenstein a usar uma máscara. O quinto capítulo da saga Frankenstein da Hammer vê a transformação completa do médico em monstro. O retrato de Peter Cushing sobre o Barão de Frankenstein é de uma total insanidade e ódio, ao contrário do génio incompreendido (se não ético) dos filmes anteriores. Frankenstein transplanta o cérebro de um médico louco para o corpo de Freddie Jones, criando uma fera patética e disforme enquanto faz uso de outros vícios como a chantagem e violação para controlar as pessoas ao seu redor.
Diz-se que este era o filme preferido de Terence Fisher,  e o seu ritmo e a composição raramente foram melhores. Freddie Jones é óptimo a comunicar a desorientação e a agonia da sua condição, e a personagem de Cushing é mais unidimensional do que é habitual. Ainda haveria mais dois filmes da série de Frankenstein, mas agora Fisher só voltaria para o último.

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domingo, 1 de dezembro de 2019

O Diabo à Solta (The Devil Rides Out) 1968

No interior de Inglaterra o duque de Richelieu, também conhecido como Nicholas, acolhe o seu velho amigo Rex Van Ryn, que voou para se encontrar com ele e com Simon Aron, que é filho de outro velho amigo dos dois que já falecera, e a quem os dois prometeram cuidar. Nicholas e Rex visitam Simon de surpresa, para descobrirem que ele está a receber 12 convidados misteriosos, mas, depressa, Nicholas, que é conhecedor de magia negra, descobre que os 12 convidados são membros de um culto satânico...
Poucas pessoas podiam escrever melhor sobre o oculto como Dennis Wheatley, provavelmente porque ele acreditava nisso e estudou-o extensivamente. O seu trabalho deu aos estúdios da Hammer alguns trabalhos fortes, e "The Devil Rides Out", em particular, impressiona bastante. Pode ter algumas fraquezas estruturais, e até sofrer de alguma considerável descrença, mas é forte na atmosfera e tem alguns desempenhos muito interessantes, como o de Christopher Lee, num papel bem diferente do habitual. 
A incursão da Hammer no satanismo foi adiada por alguns anos. Era para ter sido feita no início dos anos sessenta, mas havia fortes possibilidades de serem reprimidos os seus elementos mais demoníacos. Finalmente foi lançado em produção em 1967, com base num argumento de Richard Matheson, um argumentista americano que já havia trabalhado com Roger Corman várias vezes. 
O resultado é um dos filmes espirituais mais uniformes do estúdio, que dispensa tanta a ambiguidade moral como a sedução das franquias de Frankenstein e Drácula, que tentavam fazer dos seus personagens anti-heróis. Não é o que acontece aqui, pois o tema predominante parece ser "em frente soldados cristãos", liderados por um Christopher Lee de rosto severo, que pela primeira vez está disposto a livrar o  mundo do mal, em vez de espalhá-lo.

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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Frankenstein Criou Uma Mulher (Frankenstein Created Woman) 1967

A "Evil of Frankenstein" seguiu-se esta sequela, novamente com Peter Cushing como o cientista louco obcecado com a reanimação de cadáveres e a criação de criaturas sobre-humanas. O seu último projecto envolve transferir a mente de um homem erradamente executado para o corpo da sua amante, cujo suicídio a deixou terrivelmente desfigurada. 
"Frankenstein Created Woman" está perto de estar entre os melhores filmes da Hammer, dirigido com muito estilo por Terence Fisher e apresentando uma interpretação muito subtil mas sinistra de Peter Cushing como o Barão de Frankenstein. A mulher que ele cria é Susan Denberg, uma playmate da playboy lembrada com carinho pelos fãs de "Star Trek" como uma das "Mudd´s Women". Tal como em muitos filmes da Hammer, a melhor parte é apreciar a rica fotografia de Arthur Grant e o design de produção de Bernard Robinson. O argumento da autoria de Anthony Hinds apresenta uma interessante mudança de género, invulgar para filmes da década de sessenta. 
O quarto filme da série de Frankenstein era o regresso à forma depois do desastre que tinha sido "Evil of Frankenstein". A Hammer mexeu na fórmula, e tentou aproximar o filme com a fórmula da Universal de 1932. Fisher tinha estado fora no capítulo anterior, mas tem aqui um regresso em grande.

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terça-feira, 19 de novembro de 2019

A Morte Passou Por Perto (The Gorgon) 1964

Quando um professor (Michael Goodliffe) chega a uma pequena localidade para investigar a morte do filho, e da sua amante, é transformado em pedra por uma Górgon, levando o seu segundo filho (Richard Pasco) a chegar para uma investigação mais aprofundada. Pasco vai apaixonar-se pela bela assistente (Barbara Shelley) de um doutor (Peter Cushing) , enquanto que um professor (Christopher Lee), especialista em folclore, está convencido que a Górgon incorporou a forma humana.
"The Gorgon" é um dos melhores filmes góticos da Hammer, e um dos pontos altos da carreira de Terence Fisher. Depois de refazer os clássicos monstros da Universal - Drácula, Frankenstein, o Homem Lobo, o Fantasma da Ópera - durante mais de meia década, a Hammer resolveu dedicar-se a algo mais original, e também muito mais antigo. John Gilling escreveu o argumento, inspirado numa história de J. Llewellyn Devine, voltando à mitologia clássica para criar a primeira monstra da Hammer. Megaera, um espírito imortal que de alguma forma encontrou o caminho para a Alemanha, onde toma posse do corpo de uma pessoa a cada lua cheia, transformando-se no Górgon de cabelos de cobra que transforma em pedra qualquer pessoa que olhe directamente para ela.
Apesar de Gilling ficar insatisfeito pelas mudanças feitas por Anthony Hinds no argumento, a história e as personagens garantem a Terence Fisher algum do seu trabalho mais rico, uma mistura complexa de conflitos psicológicos com uma atmosfera romântica de conto de fadas. 

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sábado, 16 de novembro de 2019

O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera) 1962

Melodrama gótico da Hammer Studios, com um enredo mais ou menos parecido com a história conhecida, das versões anteriores. Em vez de Paris, a acção passa-se a acção acontece na Royal Opera House, em Londres. O Fantasma (Herbert Lom) é um músico / compositor desfigurado, a quem a sua ópera é roubada por um compositor conivente, o lascivo Lord D'Arcy (Michael Gough).  O Fantasma, que vive nos esgotos por baixo da Ópera, faz com que o seu assistente anão rapte Christine Charles (Heather Sears), a actriz principal na produção de D'Arcy, por quem ele se apaixonou, e treina-a para se tornar uma cantora de ópera. Mas o noivo de Christine segue no encalço do Fantasma..
Produção da Hammer que pega em mais um icónico anti-herói do mundo do terror, mas que não foi nenhum êxito na altura da sua estreia. No entanto, o tempo fez-lhe bem. O argumento de Anthony Hinds toma a liberdade em fazer algumas mudanças em relação ao livro de Gaston Leroux, e essas mudanças funcionam: a adição de um vilão forte e a reformulação da história de fundo dão ao filme um tom próprio, singularmente trágico, assim como uma ênfase mais forte nos elementos dramáticos do que nos elementos de terror. 
Terence Fisher tem uma realização cheia de estilo, fornecendo a atmosfera exuberante esperada de um filme da Hammer, mas também mostra um toque de confiança nos seus actores. Os actores são mesmo a alma do filme, com duas brilhantes interpretações de Gough e Lom. Gough é deliciosamente perverso como o magnata desprezível cujas maquinações conduzem o enredo, e Lom é assustador e simpático na personagem do título, um homem decente levado a extremos trágicos pela crueldade da personagem de Gough. 

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terça-feira, 12 de novembro de 2019

A Maldição do Lobisomem (The Curse of the Werewolf) 1961

Sobre um bébé indesejado, nascido na noite de Natal, cai uma terrível maldição. Criado por Don Alfredo (Clifford Evans), o jovem Leon (interpretado na fase adulta por Oliver Reed), passa a sofrer transformações em Lobisomem com a chegada da Lua Cheia. Só o amor verdadeiro e a compreensão podem salvá-lo de um terrível destino...
Adaptado do livro de Guy Endore "The Werewolf of Paris", com a sua história a ser alterada para Espanha para acomodar alguns cenários que a Hammer tinha construido neste país para um projecto abandonado sobre a Inquisição espanhola, "The Curse of the Werewolf" tem a sensação de ser um mini-épico. A história estende-se ao longo de vários anos, no espaço de 93 minutos, e o realizador Terence Fisher consegue manter o filme interessante até ao fim. Era desejo de longa data de Fisher fazer uma história de amor, que realmente vem à tona neste filme - definitivamente tem a sensação de um romance trágico, com a história, a ir tão longe como a estipular que "só o amor verdadeiro" pode manter Reed de se mudar para uma besta selvagem. Fisher e o argumentista "John Elder" (um pseudónimo para o produtor Anthony Hinds, que não queria parecer que estava a fazer o trabalho todo) fazem os paralelos entre a licantropia e sexualidade reprimida num tom muito negro - Reed até se transforma uma vez, enquanto visitava um bordel. Apesar das afirmações de alguns cinéfilos revisionistas, o filme não transparece uma imagem anti-católica. Na verdade, o personagem de Reed é, de certo modo, amaldiçoado por Deus - por ser o filho bastardo nascido da violência no dia de Natal -, mas a Igreja é representada no filme por um favor, com o padre (John Gabriel), a fazer o seu melhor para ajudar, mas é impotente. Se há qualquer coisa que o filme sugere, é que a Igreja é impotente para deter os danos causados ​​por uma aristocracia corrupta (encarnada pelo personagem de Anthony Dawson), tornando-se, assim, em mais uma das muitas parábolas colonialistas da Hammer.
Se o filme tem alguma falha, ela encontra-se na estrutura episódica, um problema comum em muitos filmes da Hammer. O prólogo é forte, mas perguntamos a nós próprios como é que o personagem Don Alfredo é capaz de narrá-lo, uma vez que a acção ocorre muito antes dele entrar na história. Muitos dos personagens secundários infelizmente também fazem pouco. Outro facto, é que Oliver Reed só entra pela primeira vez no filme já numa fase bem avançada. Reed, mesmo nesta fase da carreira (tinha 22 anos quando o filme foi rodado), já é uma presença carismática e Fisher consegue tirar bom proveito disso. 
Em termos de valores de produção, o filme é bastante impressionante. Os cenários de Bernard Robinson são ricamente detalhados e desmentem baixas no orçamento. A fotografia de Arthur Grant é extraordinariamente colorida e imaginativa. Alguns críticos lamentaram a decisão de Fisher de manter o lobisomem off-screen a maior parte do tempo, barrando a visão sombria do monstro, mas os efeitos especiais estão bastante razoáveis para uma obra de 1961. 

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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

As 2 Faces do Dr. Jekyll (The Two Faces of Dr. Jekyll) 1960

O cientista Dr. Jekyll tem na sua esposa, Kitty, uma figura que o trai com Paul Allen, um apostador que está de olho no seu dinheiro. Cansado da sua vida, Jekyll volta-se para o estudo da mente humana, tomando uma das suas poções na espera de uma resposta, mas liberta o ser escondido dentro de si: Mr. Hyde, um homem bonito e charmoso com uma mente assassina.
Esta versão invulgar do arquetipo da história de Dr. Jekyll And Mr. Hyde foi considerada uma falha na altura da sua estreia, mas o tempo foi gentil com a visão pouco ortodoxa desta história familiar. O argumento de Wolf Mankowitz minimiza as emoções e os arrepios por uma exploração psicológica da dualidade entre Dr. Jekyll e Mr. Hyde, e usa esta história para fazer uma crítica da repressão e hipocrisia da era Vitoriana. 
Terence Fisher é mais uma vez o homem ao leme de mais um filme de terror da Hammer, e dá-nos uma imagem um pouco sombria desta história, com um pouco mais de implicações sexuais do que seria de esperar de um filme desta safra. Os efeitos especiais não são dos melhores, mas a história move-se a um bom ritmo, valendo também algumas boas interpretações, como a de Paul Massie a aparecer no duplo papel. Sem Peter Cushing, mas com Christopher Lee no papel de Paul Allen, e Oliver Reed, futura estrela da Hammer, numa breve aparição.

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domingo, 10 de novembro de 2019

As Noivas de Drácula (The Brides of Drácula) 1960

Yvonne Monlaur é Marianne, uma jovem professora de francês que se dirige para uma escola de meninas nas profundezas da floresta na Transilvânia. Quando o seu motorista assustado a abandona numa pousada, os empregados primeiro pedem-lhe que saia, mas depois imploram-lhe que fique, mas não ousam discutir com a baronesa que oferece um quarto a Yvonne no seu castelo. Esta mulher elegante pode muito bem ter motivos sisnistros, mas é o encontro de Marianne com o filho da baronesa que lhe irá levantar problemas realmente profundos. Enquanto isso, desaparecem jovens na região, e o lendário Dr. Van Helsing já vai a caminho.
A Hammer Films e o realizador Terence Fisher deram seguimento ao excelente "Horror of Dracula", com esta sequela igualmente muito bem feita, cheia de ricas cores, e que sofria apenas com a falta do Conde Drácula, porque Christopher Lee tinha recusado em participar em futuras sequelas do primeiro Drácula, pelo menos por enquanto. No seu lugar temos o jovem loiro Barão Meinster (David Peel), a fornecer a ameaça vampiresca necessária. O doutor Van Helsing continua em cena, interpretado pelo habitual Peter Cushing e Jimmy Sangster continua a escrever o argumento, com a ajuda de Peter Bryan e Edward Percy. 
Além de contar com algumas das melhores interpretações, fotografia, e detalhes de período da série do Drácula da Hammer, era também um dos primeiros a mergulhar nos aspectos mais sexuais do vampirismo, com sugestões implícitas de incesto, sadomasoquismo e homossexualidade.
Por volta desta altura, no cinema britânico, era moda colocar actrizes francesas como protagonistas para dar um toque mais continental, e Monlaur foi uma dessas actrizes. Encaixa-se melhor no terror da Hammer do que muitas actrizes britânicas, e a sua beleza acrescenta um toque de beleza à acção. A fotografia de Jack Asher e o design de produção de Bernard Robinson tornam este filme um dos mais visualmente bonitos da Hammer. 

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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O Cão dos Baskervilles (The Hound of the Baskervilles) 1959

Sir Charles Baskerville acaba de morrer nos pântanos da sua propriedade, perto de Devonshire, devido à aparente agressão de um animal gigante. A sua morte e a história da maldição da sua família são relatadas ao detective Sherlock Holmes (Peter Cushing) e ao seu assistente Dr. Watson (André Morell) pelo seu médico e amigo, que lhe implora que resolva o mistério antes que a maldição seja transferida para o seu descendente, Sir Henry (Christopher Lee).  Sherlock Holmes e Watson partem para investigar e solucionar este mistério.
"The Hound of the Baskervilles", da Hammer, é a versão preferida de muitos aficionados por Sherlock Holmes, particularmente aqueles que apreciam o personagem como ele aparece nas obras de Arthur Conan Doyle. Peter Cushing dá ao personagem a mesma confiança que ele tem nos livros, rindo subtilmente enquanto explora o caso que outras mentes inferiores não podiam fazer. O filme tem a aparência elegante dos melhores filmes da Hammer, um tom gótico que o leva para perto do território dos filmes de terror, embora não o seja, pelo menos totalmente. 
Terence Fisher sabe bem como fazer o material funcionar, mantendo os aspectos mais cinematográficos da história original e criando novos elementos conforme necessário. Talvez o seu maior problema seja a aparência pouco convincente do cão, mas, mesmo assim, isso não prejudica em nada a reputação do filme. E mais uma vez temos o triplete Fisher, Cushing e Lee.

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A Múmia (The Mummy) 1959

Enquanto trabalhava numa escavação no Egipto, o arqueólogo britânico John Banning (Peter Cushing) profanou o túmulo da princesa Ananka, despertando o seu  amante mumificado (Christopher Lee). Com a vingança em mente, a Múmia segue Banning e a sua equipa até Inglaterra, mas a Múmia fica bastante impressionado com a esposa de Banning (Yvonne Furneaux), com a qual a sua amada se parece muito.  
O argumento de Jimmy Sangster apropriou-se da maior parte da história dos filmes anteriores da Universal sobre o monstro "A Múmia". Ele reclama que foi totalmente acidental, mas o certo é que a história principal reflete clássicos como "The Mummy´s Hand" e "The Mummy´s Tomb", até mesmo no nome de algumas personagens. Depois do sucesso da recuperação de dois monstros da Unuversal, Drácula e Frankenstein, este era o terceiro monstro a ser acordado, e pela mesma equipa: Terence Fisher na realização, Sangster no argumento, e os actores Peter Cushing e Christopher Lee, cada vez mais os rostos da Hammer.
Politicamente era um filme interessante para a época, quando a Crise do Suez tinha terminado apenas três anos antes, e o Reino Unido estava a ver o seu poder colonial a ser drasticamente reduzido. Portanto, há uma sensação de vingança contra o país por aqueles que o Reino Unido tentou controlar, com o público a ficar com uma sensação de que havia pouco respeito pelas terras que acabaram de perder. Aqui, embora sejam os heróis, e raramente houve um herói britânico mais destacado do que Peter Cushing, há uma forte tensão de culpa e punição subsequente que atravessam os percalços que os protagonistas passam.
 Longe de ser dos filmes mais marcantes da Hammer, ainda rendeu mais três sequelas neste período de ouro da produtora.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O Homem Que Enganou a Morte (The Man Who Could Cheat Death) 1959

O doutor George Bonnet parece nem ter 40 anos de idade, mas na realidade tem 104. Mantêm o seu aspecto jovem graças a transplantes de glândulas paratireoides que faz para o seu corpo de dez em dez anos, só que para isso tem que matar o doador. Agora, o cirurgião que fazia as operações está velho demais para continuar, e tem de encontrar alguém novo. Felizmente uma paixão antiga regressa à sua vida na companhia de um cirurgião mais novo (Christopher Lee), e Bonnet tem de encontrar uma forma de o convencer a fazer a operação.
Terence Fisher tinha lançado a tradição do terror gótico da Hammer com três filmes, as novas versões de Frankenstein e Drácula e a sequela do primeiro, em 1957 e 1958. Enquanto que o estúdio continuava o seu trabalho também por outros géneros, como os filmes de suspense, guerra, aventuras e comédias de época, estes dois monstros referidos em cima praticamente definiram o cinema da Hammer na década de sessenta. Mas ainda antes, em 1959, Fisher e a sua equipa procuravam formas de expandir o género que tinham popularizado. Foi o ano que Fisher lançou "The Stranglers of Bombay" (filme histórico vendido como de terror), "The Hound of the Baskervilles" (filme de detectives vendido como de terror), "The Mummy" (mais um monstro popular), e um filme menos conhecido, chamado "The Man Who Could Cheat Death". 
Este último era uma tentativa de romper os laços do estúdio com os monstros clássicos da Universal, mas teria menos sucesso do que outros realizados por Fisher na década seguinte. Baseado numa peça de 1939 de Barré Lyndon chamada "The Man in Half-Moon Street", filmada pela Paramont em 1945, a história tem uma vaga semelhança com "The Picture of Dorian Gray" de Oscar Wilde, mas remonta à lenda do alquimista do século XVIII St. Germain, que supostamente descobriu o segredo da imortalidade. 
Quando o filme começou a ser planeado Peter Cushing foi originalmente escolhido para interpretar Bonnet, continuando a associação no grande ecrã com Christopher Lee e os rostos do terror da Hammer, mas acabou por desistir poucos dias antes de começarem as rodagens. O protagonista acabaria por ser o alemão Anton Diffring que já tinha feito o mesmo papel na televisão, e acabou por ser a escolha mais óbvia para um curto espaço de tempo em que era preciso encontrar um actor para o papel. Mas claro que Diffrin não tinha as mesmas capacidades de Cushing.

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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A Vingança de Frankenstein (The Revenge of Frankenstein) 1958

O Barão Victor Frankenstein foi condenado à morte, por ter trazido um corpo de volta à vida e ter feito de Deus, mas quando se aproxima da forca, o padre a quem ele contou a história é decapitado e enterrado no seu lugar com a ajuda de um corcunda chamado Karl. Três anos depois, agora com o nome de Dr. Stein, tornou-se um médico de sucesso em Carlsbruck, trabalhando num hospital onde tanto atende os ricos como os pobres. Depressa, com a ajuda de um assistente e de Karl, vai voltar ás suas experiências de transplantar um cérebro vivo para um corpo morto...
Primeira sequela da Hammer para "The Curse of Frankenstein", volta a trazer Terence Fisher na realização, Jimmy Sangster no argumento, e Peter Cushing no papel do Conde, embora desta vez sem Christopher Lee no papel do monstro. E claro que com uma equipa destas era difícil para as coisas falharem. Apesar do nome do filme, este não funciona como uma vingança, mas sim, quase como um remake.
Considerado por muitos como o melhor filme da série Frankenstein da Hammer, é no entanto uma decepção para aqueles que Frankenstein é sinónimo do monstro, e não do médico que o criou. Aqueles que estavam em sintonia com a abordagem mais sangrenta do primeiro filme não terão problemas com a sequela. 
Cushing consegue absorver as facetas contraditórias da personagem, conseguindo ser subtil e exagerado, mas manter-se credível nos dois extremos. O seu Frankenstein é terno e diabólico, reconcilia o desdém e o desprezo que sente pelas elites, e a indiferença que sente pelos pobres que são meros fornecedores de partes de corpos com o genuíno sentimento de preocupação que sente pelos membros do seu círculo íntimo. Fisher dirige com uma excelente mistura de ironia e manipulação, "The Revenge of Frankenstein" não é para todos os fãs de terror gótico, mas muitos considerarão um dos pináculos do género. 

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domingo, 3 de novembro de 2019

O Horror de Drácula (Drácula) 1958

Depois de Jonathan Harker, um caçador de vampiros, atacar Drácula no seu castelo, e falhar o seu objectivo, o vampiro viaja para uma cidade próxima onde poderá caçar a família da noiva de Harker. O único que pode ser capaz de protegê-los é o Dr. Van Helsing, amigo de Harker e colega caçador de vampiros, que está determinado a deter Drácula a qualquer custo.
Estreado em 1958, em todo o mundo como "Horror of Drácula", e no Reino Unido simplesmente como "Drácula", seria o primeiro de uma longa série de filmes da Hammer com a criação imortal de Bram Stoker como centro da acção. Interpretado pela mesma dupla de actores que havia feito em "The Curse of Frankenstein", Peter Cushing e Christopher Lee, e realizado pelo mesmo homem que o filme anterior, Terence Fisher, estava claro que este trio iria ser um trio de peso no universo Hammeriano, e realmente foi. "Horror de Drácula" transporta o conde do universo gótico a preto e branco da Universal para um mundo fantasticamente realizado, cheio de côr de energia.
Muitos dos elementos familiares do livro e do filme de 1931 são encontrados aqui, mas outros são drasticamente alterados. O filme começa com Harker previsivelmente a chegar ao castelo do conde, no entanto, em vez de ser um advogado, é um caçador de vampiros disfarçado de bibliotecário. Em minutos o personagem revela as suas intenções de destruir Drácula, mas os seus planos falham e acaba nas garras do conde, mas não antes de matar a noiva de Drácula. O vampiro irá assim mover-se por vingança, ao contrário do filme da Universal.
Logo depois somos introduzidos ao verdadeiro herói do filme, Van Helsing, o mítico caçador de vampiros interpretado por Peter Cushing, e o filme irá tornar-se num duelo entre este e o Conde Vampiro, interpretado soberbamente por Christopher Lee. Em "Revenge of Frankenstein", do ano anterior, eles eram o criador do monstro e o próprio monstro, aqui passariam a ser O Vampiro e o caçador de Vampiros. A Lee era dado um papel mais central, como vilão, ao qual ele daria uma entrega excepcional, tornando-se talvez o Drácula mais bem sucedido da história.
Por varias razões, o filme tornou-se uma referência para os fãs do cinema de terror. Apesar de ser visto de uma forma diferente nos dias de hoje, os tons sexuais e a violência gráfica foram considerados chocantes para a altura em que estreou. Não é por acaso que este é o Drácula mais sinistro e animalesco, mas também o mais sexualmente carregado, principalmente porque a contaminação dos inocentes era um dos maiores medos daquela época. 

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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

A Máscara de Frankenstein (The Curse of Frankenstein) 1957

Um padre é chamado a uma prisão numa localidade isolada da Suiça e quando chega é informado pelo carcereiro de que é a única pessoa com quem o Barão Victor Frankenstein (Peter Cushing) conversará. Quando o padre entra na cela, fica convencido que aquilo que irá ouvir são os delírios de um louco. O Barão começa a contar a sua história desde a infância, de quando os seus pais morreram e se viu obrigado a contratar um tutor...
Se alguma vez perguntaram porque é que os filmes de terror deixaram de ser assustadores e passaram a ser sangrentos, não é preciso ir muito mais longe do que esta versão inovadora da Hammer sobre o famoso romance de Mary Shelly. No início era para ser um remake directo do livro da escritora, até que a Universal, que tinha feito uma fortuna com as versões da década de 30, protagonizadas por Boris Karloff, ameaçou processar a Hammer caso houvesse muitas similaridades. Foi assim que o argumentista Jimmy Sangster e o realizador Terence Fisher tiveram uma ideia genial: fazer do barão o centro das atenções, em vez do monstro. E fazer do barão um vilão também.
Peter Cushing era bem conhecido na Grã-Bertanha pelo seu trabalho na televisão, principalmente por causa de uma adaptação de "1984" de George Orwell, e quando a Hammer procurou um actor para protagonista ele acabou por ser a escolha mais óbvia por causa da imagem que já trazia da TV. Este barão era intelectual, mas perigoso, pouco se importando com a ética quando achava que o avanço da ciência era mais importante. A entrega que Cushing deu ao personagem e a natureza motivadora que ele trouxe para o personagem significavam que o cinema britânico tinha agora uma nova estrela para ter em conta. Como o monstro, Christopher Lee estava destinado a ser outro actor a ser lembrado pelos seus papéis no cinema de terror. Embora não tivesse nenhuma fala, a sua presença é simplesmente ameaçadora.
Se "The Quatermass Xperiment" não era a 100% um filme de terror, o mesmo já não pode ser dito deste "The Curse of Frankenstein". Seria a primeira vez que reunia os três nomes centrais deste ciclo da Hammer, Terence Fisher, Christopher Lee e Peter Chushing, e seria também a primeira vez que era usado este ambiente gótico que tão famoso ficaria nos filmes da produtora.

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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Drácula, O Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness) 1966



A Hammer Films deu seguimento ao seu muito bem sucedido "Horror of Dracula" (1958) com "Brides of Dracula", em 1960. Embora Peter Cushing tenha aparecido novamente como o caçador de vampiros Professor Van Helsing no último filme (cujo vilão era o "Barão Meinster", não Dracula), Christopher Lee não regressaria como o morto-vivo da Transilvânia até este "Dracula - Prince of Darkness", em 1966. Descontente com o diálogo dado ao rei vampiro no argumento de John Sansom, Lee interpretava o papel - além dos rosnares habituais - completamente em silêncio.
    Dez anos depois de Dracula ser espetacularmente morto por Van Helsing durante o clímax do filme de 58 (que é mostrado aqui como uma sequência pré-título), dois casais Ingleses estão de férias nos Cárpatos: os irmãos Kent, Alan (Charles Tingwell) e Charles (Francis Matthews), juntamente com as suas esposas Helen (Barbara Shelley) e Diana (Suzan Farmer). Numa pousada encontram o Padre Sandor (Andrew Keir), um corpulento abade. Ele aconselha-os a não desprezar algumas das superstições locais, incisivamente alertando-os para ficarem longe de um castelo nas proximidades. O conselho do monge só contribui para a sensação de mal-estar que tomou conta de Helen desde que chegou à região.

Naturalmente, este quarteto acaba por ir parar ao castelo que foram avisados . Abandonados pelo cocheiro supersticioso, são surpreendidos quando um coche sem condutor aparece na estrada - uma dádiva de Deus. Embarcam neste novo transporte mas rapidamente descobrem que os cavalos não irão responder ao seu controle. E rapidamente os cavalos levam-nos directamente para o pátio do castelo aparentemente deserto. A partír daqui este quarteto vai passar uma noite de horrores...
Christopher Lee, como um Drácula silencioso, usa a sua altura, fisicalidade escura para um grande efeito no filme, continuando a sua história do Conde Drácula de um modo realista, e cruel, composto ainda por selvagens explosões de violência. Esta é uma produção de primeira linha, muito bem interpretada por todo o elenco - Barbara Shelley é o verdadeiro destaque - e enquanto se pode lamentar a ausência de Peter Cushing (que trouxe tal dinamismo a "Brides of Dracula"), mas o substituto do professor Van Helsing, o padre Sandor, é um personagem memorável, imposto por Keir. O filme é habilmente dirigido por Terence Fisher, o homem por trás de muitos dos melhores e mais amados filmes do estúdio, um mestre da atmosfera gótica e um realizador muito hábil em obter o máximo de quilometragem de um orçamento limitado. 

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