Mostrar mensagens com a etiqueta Terry Gilliam. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Terry Gilliam. Mostrar todas as mensagens

sábado, 29 de janeiro de 2022

A Vida de Brian (The Life of Brian) 1979

Este filme poderia nunca ter sido feito se o músico e ex-Beatle George Harrison não tivesse fornecido o dinheiro necessário para produzir o filme através de uma produtora criada de propósito para o efeito, a Handmade Films ltd. Os Monty Phyton passaram por dificuldades financeiras depois da produção de "The Monty Python and the Holy Grail", uma paródia das lendas arturianas. 
Os intervenientes não esconderam a polémica que esperavam do filme, quando da sua estreia em 1979 e enfatizaram a provocação em slogans como: "See the movie that´s controversial, sacrilegious and blasphemous. But, if that´s not playing see Life of Brian". Tal como um crítico observou, apesar do facto do cristianismo ser apenas a terceira religião com mais seguidores do mundo, os cristãos parecem ser os críticos mais barulhentos do cinema moderno, e mostraram o seu ponto de vista em voz alta. Foi banido na Noruega no primeiro ano de lançamento, Itália baniu o filme até 1991, na Irlanda até 1990. 
Nos Estados Unidos líderes religiosos de várias religiões fizeram piquetes e protestaram contra a exibição dele em várias cidades, principalmente no Sul, e protestaram igualmente contra a distribuidora do filme, a Warner Bros. Os seis membros dos Monty Phyton foram chamados de pagãs, hereges, ateus entre outras coisas.

domingo, 30 de julho de 2017

12 Macacos (12 Monkeys) 1995

No ano de 2035, James Cole (Bruce Willis) aceita a missão de voltar ao passado para tentar decifrar um mistério envolvendo um vírus mortal que levou à morte da maior parte da humanidade. Tomado como louco, no passado, ele tenta provar a sua sanidade a uma médica (Madeleine Stowe), a sua única esperança de mudar o futuro.
Inspirado pela curta metragem que vimos no início deste ciclo, "La Jetée", de Chris Marker, o realizador Terry Gilliam continua a sua examinação do real vs surreal neste já clássico da ficção científica. Num estilo que já era muito próprio de Gilliam, o filme salta pelo tempo à sua vontade, criando com sucesso os seus vários mundos (cada qual com os seus próprios graus de sombras). 
Um dos maiores sucessos comerciais de Terry Gilliam, "Twelve Monkeys" contém a mesma fórmula de realismo mágico, paranoia, e visuais espectaculares que animaram todo o seu trabalho, embora de um forma mais discreta. Há aqui muitos paralelos com o seu filme anterior "Brazil", de 1985, por vezes dando a impressão que é um clone, cirurgicamente alterado para o mainstream. Para além da incerteza do que é real, há a confusão de um inocente com um criminoso, o amigo traiçoeiro, e aquele favorito obscurecimento contra-racional de Gilliam, o destino romântico revelado pelos sonhos.
Foi um dos filmes que revelou Brad Pitt, garantindo-lhe uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário, no ano em que ele também entrou em "Sete Pecados Mortais", de David Fincher.

Link
Imdb

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Capitulo 13 - Ficção Científica

 Howard e o Destino do Mundo (Howard the Duck) 1986
Howard é um simpático pato de temperamento sarcástico que chega à Terra depois de uma estranha experiência científica. Além de estar num planeta desconhecido, Howard terá de enfrentar outra criatura extraterrestre, que sofreu a mesma experiência que ele, e é bem menos amigável. Embora cercado de problemas, algumas pessoas tentam afastá-lo de cientistas maldosos, oferecendo-lhe ajuda para ele voltar ao seu planeta.
Lendária produção da Lucasfilm, Ltd, foi um dos maiores fracassos de sempre, tendo custado 30 milhões de dólares (que era uma grande quantia para aquele tempo), e rendido apenas 16 milhões, além de ser uma idéia tão ridícula, e tão mal concebida que só trouxe vergonha a toda a gente envolvida, principalmente o produtor George Lucas, que não estava habituado a tamanha má recepção. Um filme com tamanho orçamento nas mãos era um prémio para Willard Huyck, argumentista de "American Graffiti" e "Indiana Jones e o Tempo Perdido", mas depois deste fracasso ele nunca mais pegaria nas rédeas de outra longa metragem.
Aparece muitas vezes em listas dos piores filmes de sempre, mas com o passar dos anos atingiu um certo estatuto de culto, que cresce de dia para dia.

Os Ladrões do Tempo (Time Bandits) 1981
Na companhia de anões caçadores de tesouros, um rapaz parte numa aventura diferente: dotados de um mapa que pertence ao Ser Supremo, eles viajam pelo tempo participando em eventos históricos e encontrando personagens famosos (Robin Hood, Napoleão, Rei Agamemnon). Mas um poderoso vilão cobiça o mesmo mapa, e segue no seu encalce.
Ao fazer "Time Bandits" Terry Gilliam disse que queria fazer um filme que fosse inteligente o suficiente para crianças, e ao mesmo tempo, excitante para adultos, uma inteligente inversão dos padrões normais de Hollywood, que pretende exactamente o oposto (excitante para as crianças e inteligente para os adultos). Gilliam mantém a câmara sempre baixa, e filma tudo do ponto de vista da criança, o que dá substância visual e emocional à essência do filme, que nunca cai no erro de se tornar demasiado infantil. Gilliam recrutou vários dos seus colegas dos Monty Phyton para contribuírem no filme (Michael Palin como co-argumentista e um pequeno papel no filme, e John Cleese que aparece no papel de Robin Hood).
O design do filme é das coisas mais perfeitas desta longa metragem, cheio de detalhes e imaginação, mas não esquecer que foi produzido independentemente do filme, tendo custado um total de 5 milhões de dólares.

Nas Asas da Imaginação (The Boy Who Could Fly) 1986
Depois da morte dos pais, num acidente de avião, um jovem fecha-se sobre si mesmo  e não conversa com ninguém. Ele vive com o tio alcoólico e é tratado como um autista. Na escola, contudo, torna-se amigo de uma bela jovem, que conquista a sua confiança e o faz "voar" sobre a cidade.
Terceiro filme de Nick Castle, um colega de escola de John Carpenter que interpretou o assassino no primeiro "Halloween", sempre a navegar pelo campo do fantástico. "The Boy Who Could Fly" é um filme encantador. O ritmo é lento, principalmente no inicio, mas nunca funcionaria se assim não o fosse. A ligação entre Eric e Milly (interpretados pelos jovens Jay Underwood e Lucy Deakins) cresce lentamente mas desenvolve-se de uma forma bastante credível. 
Embora o filme tenha uma grande parte de sentimentalismo fácil, também tem alguns complexos subtextos: os ajustes emocionais depois das morte dos pais, fazendo novos amigos numa nova vizinhança, crianças assumindo responsabilidades parentais, mas de um modo geral é um filme para toda a familia.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Aventuras em Terras do Rei Bruno, o Discutível (Jabberwocky) 1977

A história conta a aventura, a saga de Dennis Cooper, um plebeu da Idade Média, que, sendo deserdado pelo pai no leito de morte, parte para a cidade a fim de tentar a vida no Castelo e ter condições de se casar com sua amada, a glutona Griselda (plebeia que não dá a mínima hipótese a Cooper). A vida do pobre homem, que já não é fácil, se torna ainda pior quando Jabberwocky começa a atacar o vilarejo, derretendo a carne das pessoas, deixando apenas as cabeças presas aos esqueletos. Desajeitado, Cooper acaba se envolvendo com a filha do Rei e tendo de ir à caça do monstro.
Baseado num poema de Lewis Carroll, era o primeiro filme de Terry Giliam depois de saír dos Monty Python, e acaba por se confundir com uma obra desta equipa, já que quase todos os membros do grupo estão presentes embora alguns apenas com cameos, embora a qualidade global esteja muito aquém da qualidade desta equipa.
Neste filme temos o elemento de Fantasia que Gilliam herdou dos Python, e a sua capacidade de criar histórias bizarras e envolventes.
Não foi muito bem visto pela crítica, normalmente considerado um filme de extremos, mas, ainda assim uma obra a ser descoberta pelos fãs de "Brazil", "Fisher Kings" ou "Twelve Monkeys".

Link
Imdb

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Rei Pescador (The Fisher King) 1991



Jack Lucas (Jeff Bridges) é um DJ de rádio e o homem da cidade, prestes a tornar-se a estrela da sua própria sitcom. Tudo lhe corre bem e a sua influência no ar é tão grande como o seu ego. O seu mundo desmorona quando um homem influenciado por uma resposta sua no ar comete um monstruoso acto e consegue colocar as culpas em Lucas. Três anos depois vamos encontrá-lo como um bêbado suicida e depressivo, vivendo o que poderia ter sido a sua vida se não tivesse estragado tudo. Conhece Perry (Robin Williams) um estranho que parece quase tão louco como ele, e de certa forma parecem estar ligados.
Os dois tentam ajudar-se um ao outro, para se verem livre das suas misérias.
O ex-Monthy Phyton Terry Gilliam realiza um filme que é mais humanista e menos fantasiasta do que a sua obra prima, Brazil. Mesmo tendo em conta que a luta de Perry é da grandeza de um Rei Artur, os cenários de Nova Iorque do inicio da década de noventa, e o drama que representa, parecem ser temas dificeis de se ver em Gilliam. Apenas o parece porque a abordagem pessoal de todo o filme pode parecer um pouco Felliniana ou perturbadora, mas o uso de ângulos de câmara invulgares e as transições entre a fantasia e a realidade são assuntos muito bem tratados aqui. Assim como os melhores filmes de Fellini foram uma grande influência em Gilliam.
As palavras têm um poder potencialmente devastador,  e é esse fenómeno que desencadeia o filme de Terry Gilliam, uma mistura pecualiar de drama e comédia que explora as dificuldades da culpa e do poder da cicatrização. É acompanhado por grandes interpretações, que valeram um Óscar de Melhor Actriz Secundária a Mercedes Ruel, e as grandes interpretações do duo Bridges/Williams. Por fim, temos Tom Waits, num papel muito secundário, como veterano da guerra. 

Link
Imdb