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domingo, 27 de outubro de 2013

Os Invasores de Marte (Invaders from Mars) 1953



Enquanto observava as estrelas o pequeno David MacLean (Jimmy Hunt) testemunha a aterragem de um objecto voador verde, nos campos atrás da sua casa. O pai cientista aventura-se para investigar, mas quando ele não volta, David teme o pior. As suas suspeitas são confirmadas quando na manhã seguinte o pai mostra-se muito diferente, um homem mudado - e com uma ferida misteriosa na parte de trás do pescoço... 
Este filme seria o arquetípo, paranoico, sobre as invasões alienígenas da década de 1950, escrito por Richard Blake, e dirigido pelo famoso designer de arte William Cameron Menzies, um de vários estranhos filmes, obras de baixo orçamento que ele dirigiu na sua carreira. O filme, obviamente, é feito para as crianças da época, com o seu herói juvenil que tem problemas para fazer os adultos acreditarem que os extraterrestes estão a tomar os corpos de pessoas importantes para sabotar a corrida espacial da Terra, mas na verdade é um apelo para os fãs de sci-fi de todas as idades.
Menzies também tratava do design de produção do filme, e os seus cenários simples davam uma qualidade extra para esta obra - olhemos para a esquadra da polícia, que consiste num corredor comprido e branco, um escritório austero e uma cela de prisão. A atmosfera de pesadelo é agravada por ter figuras de autoridade, nomeadamente os pais do jovem, a transformarem-se em pessoas más, sabotadores malévolos, mesmo uma pequena jovem que queima a sua própria casa. Sabemos quando os personagens foram transformados porque são tratados com close-ups sinistros dos seus rostos hostis. 
O amor à tecnologia da década de 50 está lá, mas tem de ser nas mãos certas, ou seja, não nas mãos dos comunistas, isto é, quero dizer, dos marcianos. O equipamento militar é mostrado com imagens de arquivo de tanques e lançadores de mísseis quando a América desperta contra os seus agressores - os aliens querem nos parar e tomar conta da terra. A menos que façamos alguma coisa.
David recebe pais substitutos na forma de uma médica gentil (Helena Carter) e um astrónomo (Arthur Franz), enquanto a sua própria mãe e o pai estão sob o controlo dos extraterrestes, mas irá haver um final reconfortante onde tudo vai voltar ao normal ... ou não? Depende de qual das versões estivermos a ver. O remake da década de 80 teve um orçamento maior, mas nenhum do poder alucinatório do original.

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quinta-feira, 6 de junho de 2013

A Vida Futura (Things to Come) 1936



Este épico de ficção científica de 1936 tem a notável honra de ter sido banido por Hitler e Mussolini. A sua mensagem é decididamente anti-guerra e pressiona tal objectivo a uma escala enorme. O argumento de HG Wells prevê a eclosão da Segunda Guerra Mundial, situando-a no Natal de 1940. Não vemos nada do inimigo através do mar. Em vez disso, vemos o bombardeamento aéreo de Everytown, antiga Londres. Esta é uma sequência impressionante e não apenas porque é uma previsão estranha dos métodos de guerra que seriam utilizados por ambos os lados. Ao contrário de um filme de guerra, esta cena não apresenta bravura. O foco é sobre as vítimas civis. O gás agora não pertence mais a um campo de batalha da Primeira Guerra Mundial, e agora é empregado directamente sobre a população.
A guerra continua sem fim ao longo de décadas. A humanidade está reduzida a um estado de selvageria, dos que vivem fora das ruínas de Everytown, vestidos com trapos. A tecnologia regride. Não há gasolina, carros antigos são usados ​​como carros puxados por cavalos. Ainda assim, a guerra continua, mas continua num mundo cada vez menor. Na década de 1970 os habitantes de Everytown ainda lutam contra os inimigos, interessados ​​em obter o seu óleo numa interessante sugestão de guerra de recursos. 
O filme é pesado em ideias e, obviamente, didático. As ideias são claramente as questões que interessam a Wells e ao romance no qual o filme é baseado. Quando a guerra reduz a humanidade a uma nova Idade das Trevas, uma praga, conhecida como a "Doença Errante", devasta a terra. Não está claro se é o resultado de uma arma biológica ou da miséria em que vivem, mas, sem a ciência, o homem não tem meios de resistir à doença. Fora deste desiquilibrio social um líder chamado "Boss" surge, um senhor da guerra que é tanto pomposo como violento. O desempenho de Ralph Richardson atraiu a ira de Mussolini, que acreditava que o personagem era baseado em si próprio.
"Things to Come" é um filme fascinante de se ver, especialmente considerando o seu período histórico. Os temas abordam todas as questões que preocupavam Wells; o possível início da guerra e as consequências devastadoras de uma guerra mundial. Outros filmes da época, como Frankenstein (1931), perpetuavam a imagem do cientista louco que era uma ameaça para a sociedade. Aqui, o cientista é o herói e a sua ciência é a resposta para os males do mundo. Ele é extremamente optimista. No filme, o mais racional é o mais moral. Realizado por William Cameron Menzies.
  
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