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sábado, 26 de setembro de 2020

Um Clube só para Cavalheiros (The Cheyenne Social Club) 1970

Do nada, um cowboy recebe uma carta inesperada de um advogado desconhecido na distante cidade de Cheyenne, a dizer que acaba de herdar o Cheyenne Social Club, depois da morte do seu antigo proprietário, seu irmão. Ansioso por trocar as paisagens empoeiradas do Texas por uma vida fácil de empresário, John parte numa longa viagem com o seu melhor amigo, Harley. Acontece que o estabelecimento que ele acaba de herdar, não tem a melhor das reputações..
A carreira de Gene Kelly como realizador foi seriamente subestimada no período pós MGM, embora ele tenha sido responsável pela brilhante versão cinematográfica de "Hello Dolly". Toda a sua sagacidade ganha rédeas soltas neste western cómico sobre uma dupla de cowboys que herda um bordel. Mesmo tendo em conta que o assunto é um bordel, Kelly consegue contornar os duplos sentidos e apresetar uma comédia com bom gosto e que não ofende ninguém. Seria o seu último trabalho como realizador. 
Dois actores de peso como protagonistas, James Stewart e Henry Fonda, uma dupla que se manteve amiga durante mais de 50 anos na vida real, e que se reunia aqui pela ultima vez. Claramene um western esquecido, que lembramos aqui neste ciclo.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O Vento Será a Tua Herança (Inherit the Wind) 1960



Todos os nomes foram alterados, mas os eventos descritos em Inherit the Wind, de Stanley Kramer, baseavam-se numa das mais espectaculares batalhas judiciais da primeira metade do século 20. O nome do julgamento é normalmente conhecido como "Scopes Monkey Trial" que numa única frase combinava o nome do réu (o professor do Tennessee John T. Scopes), o principal ponto de discórdia (a teoria da evolução de Darwin), e a natureza do caso em geral, uma farsa de todo o tamanho. Aconteceu no calor sufocante de Julho de 1925, e marcou uma das batalhas mais quentes e públicas entre as forças do cristianismo fundamentalista, e o progresso científico.
O que fez este julgamento ter sido tão notável não foi apenas o que estava em jogo (particularmente a intromissão de uma religião dominante no campo da educação financiada pelo estado), mas também as pessoas que estavam em jogo. Na defesa estava o advogado agnóstico Clarence Darrow, que era bem conhecido por trabalhar com sindicatos, e um grande opositor à pena capital. A acusação era chefiada pelo grande orador William Jennings Bryan, um senador fundamentalista que já tinha concorrido à presidência três vezes.
"Inherit the Wind" debruça-se sobre os factos mais gerais do caso, desde a prisão do professor na pequena cidade de Hillsboro, no Tennessee (a verdadeira cidade foi Dayton), seguindo-se do julgamento no tribunal. É sobretudo um filme de actores, por completo, desde o advogado da defesa interpretado por Spencer Tracy, que lhe valeu uma nomeação para o Óscar, aos grandes papéis de Fredric March, como advogado de acusação, Gene Kelly, mostrando todas as qualidades dramáticas como um repórter cínico, e um elenco de apoio cheio de nomes conhecidos. O  Hornbeck de Gene Kelly é o infiel numa sala cheia de partidários, e proporciona um alívio cómico consistente.
Adaptado de uma peça da Broadway por Jerome Lawrence e Robert E. Lee, capta o calor e o clamor deste julgamento, embora perca a oportunidade de fazer entender os dois lados do caso. Por ser adaptado por Nedrick Young e Harold Jacob Smith, "Inherit the Wind jogo com um discurso virulento após o outro, em que o discurso científico choca  violentamente com o zelo religioso profundo.
O produtor e realizador Stanley Kramer, habilmente manipula o material incendiário visual, fazendo um bom uso do foco profundo e composições cuidadosas que enfatizam as oposições na sala. Algumas das melhores cenas no filme, são, na verdade, as menos controversas, em que Drummond e Harris, que antes eram velhos amigos, se sentam a conversar, em vez de gritarem um com o outro.
Nomeado para quatro Óscares, foi um filme escolhido pelo Rui Alves de Sousa.

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quinta-feira, 17 de julho de 2014

O Pirata dos Meus Sonhos (The Pirate) 1948



O terceiro filme de Vincente Minneli com a sua mulher, Judy Garland, era uma espécie de aquecimento para "Um Americano em Paris" (1951), mas sem a finesse deste. Passado nas Caraíbas, a acção gira em torno da donzela Manuela (Judy Garland) que anseia por um lendário pirata chamado Macoco, ou Mack, the Black. Mal ela sonha que o homem a quem ela está prometida, Don Pedro Vargas (Walter Slezak), é realmente o próprio Macoco reformado. Um homem que está de olho em Manuela, Serafin (Gene Kelly), vai tentar fazer passar-se por Macoco.
"The Pirate" tem sido um dos musicais mais debatidos a saír dos estúdios da MGM, nos seus anos de ouro. Alguns fãs consideraram-no um dos maiores musicais de todos os tempos, à frente do seu tempo, no que diz respeito a concepção e execução, e desde então tem sido mal compreendido ao longos dos anos. Alguns detratores consideraram-no um filme menor de Minneli, uma obra demasiado auto.consciente, e um filme sobrecarregado pelo drama por detrás dos bastidores.
Com acontece normalmente, a verdade está algures no meio destes dois extremos: o filme mostra o talento visual de Minneli no seu auge (a sua experiência como director de arte está bem aqui bem patente, no design de produção), e há várias sequências de tirar o fôlego (a sequência do ballet pirata é incrível),  mas grande parte do filme também é exagerado.
A música é de Colo Porter, e embora não seja o seu melhor trabalho, mesmo fraco Porter é melhor do que a maioria dos compositores. O destaque vai para a música "Be a Clown", plagiada quatro anos mais tarde para criar "Make ‘Em Laugh", para "Singing in the Rain". interpretada primeiro como uma coreografia atlética de Gene Kelly e os The Nicholas Brothers, e depois como um dueto cómico entre Kelly e Garland.
Foi nomeado para um Óscar de "Best Music, Scoring of a Musical Picture".

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