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sexta-feira, 8 de março de 2019

Terror na Opera (Opera) 1987

Uma jovem cantora de ópera chamada Betty (Cristina Marsillach) é colocada no centro das atenções  antes da noite de estreia de "MacBeth", de Verdi, quando a protagonista da ópera Mara Czekova fica lesionada. Um fã enlouquecido persegue Betty enquanto que mata todos que são próximos a ela. Será   que Betty consegue desmascarar o assassino antes de se tornar na próxima vítima?
Em 1987 Dario Argento realizou aquele que muitos fãs consideram o seu último grande filme, "Opera". O filme supostamente foi feito durante os momentos mais tumultuosos da vida do realizador, ao mesmo tempo que falecia o seu pai, e também na altura em que ele terminava um longo relacionamento com a actriz Daria Nicolodi. A história do filme gira em volta de um assassino sádico que tem laços com um jovem cantora de ópera, é um dos melhores argumentos mais de toda a carreira de Argento, com todos os eventos a desdobrarem-se como se fossem uma tragédia de Shakespeare. 
O filme, tal como a peça, estava amaldiçoado, e isso levou a alguns contratempos pelo caminho. A música de Giuseppe Verdi com a partitura de Claudio Simonetti, junto com o heavy metal que é injectado no filme nas partes de assassinato, são partes integrantes de todo o filme. Apesar de Argento ser conhecido pelos seus visuais barrocos, os seus filmes sempre tiveram uma grande dívida para com os compositores, que ao longo das várias etapas da sua carreira sempre contribuíram com bandas sonoras assombrosas e ameaçadores, que faziam parte do ambiente dos seus filmes. Em termos visuais, "Opera" tinha uma das composições mais elegantes da carreira de Argento. O filme ocorre praticamente apenas em dois lugares: a casa da Ópera e o apartamento de Betty. As cores não são tão vívidas como a maioria dos filmes do realizador, mas os fãs dos primeiros filmes de Argento vão gostar de alguns detalhes que já eram usados anteriormente, como o excessivo uso da chuva ou o assassino de luvas negras, que são usados com grande efeito. Um filme imperdível. 

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quarta-feira, 6 de março de 2019

Tenebre (Tenebrae) 1982

O escritor de best-sellers de mistério Peter Neal (Anthony Franciosa) viaja de Nova Iorque para Roma para promover o seu novo livro, "Tenebre".  Um assassino obcecado por Neal começa uma série de brutais assassinatos tal como estão descritos no livro. São seguidos por notas enigmáticas tiradas do livro, endereçadas ao autor. Quem vai investigar será o capitão dos homicídios Germani (Giuliano Gemma), e a inspectora Altieri (Carola Stagnaro), que suspeitam de todos, inclusive do escritor.
Em 1982, exausto com a experiência que foi fazer "Inferno", Dário Argento voltaria mais uma vez ao giallo puro, com "Tenebrae", um termo latino que significa escuridão ou sombras. Segundo relatos, uma das inspirações de Argento para este filme foi um stalker que o perseguiu na vida real, durante a rodagem de um filme anterior. Outras das inspirações foram "Sherlock Holmes" de Arthur Conan Doyle e "The Red Shoes", de Michael Powell e Emeric Pressburger. 
De um ponto de vista narrativo, "Tenebrae" não se desvia da impressão deixada com "O Pássaro com Plumas de Cristal", e tal como "Deep Red" usa flashbacks / memórias do ponto de vista do assassino. Mas, mesmo assim nenhum giallo de Argento, até agora, se tinha afastado tanto do tema, como este "Tenebrae". 
Do ponto de vista visual, raramente há um momento em que o filme não ostente habilmente o seu trabalho de câmara acrobático e composições difíceis. Um dos momentos mais memoráveis inclui uma jovem que está a ser aterrorizada por um cão feroz, e sem saber como vai parar ao covil do assassino.
Destaque especial para o elenco, que para além de Franciosa e Gemma, contava com um bom naipe de secundários, que incluíam John Steiner, Lara Wendel, Ania Pieroni, e um tal de Jogh Saxon, que Argento foi buscar directamente ao primeiro giallo, "A Rapariga que Sabia Demais", talvez por alguma razão.

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segunda-feira, 4 de março de 2019

Suspiria (Suspiria) 1977

Jéssica Harper é Suzy Bannion, uma estudante de ballet americana numa academia alemã, que testemunha os últimos momentos de outra estudante que morre misteriosamente, e de forma cruel, assassinada, o que leva a suspeitar que existe algo mais na academia do que aparenta. Os instrutores parecem um pouco antagónicos, e a equipa um pouco estranha, e alguns acontecimentos levam-na a suspeitar que existem adoradores do ocultismo naquele meio.
"Suspiria" de Dário Argento, é frequentemente considerado um filme de terror clássico, um dos melhores filmes do sub-género giallo, e talvez o melhor do realizador. Mais de 40 anos depois da sua estreia ainda é um filme maravilhoso de se ver, a parte visual uma classe própria , e a forma como usa a cor e a luz que nunca foi correspondida. É uma excursão ao cinema sensorial, onde a história e as personagens estão ali para transmitir o que o realizador e argumentista Argento quer contar: um clima de mau presságio e causar alguns choques horripilantes.
Sem dúvida que o melhor do filme são os seus recursos visuais, preenchidos com composições inventivas e esquemas de cores vibrantes que saltam da tela. Os visuais deste filmes foram inspirados pelo processo Technicolor e pelos filmes sobre contos de fadas, como "Branca de Neve e os Sete Anões". O director de fotografia autor desta obra prima era Luciano Tovoli, não muito conhecido mas que tinha acabado de trabalhar com Antonioni em "Profissão: Repórter" e Zurlini em "O Deserto dos Tártaros", e que voltaria a trabalhar com Argento no seu próximo giallo: "Tenebre".
A música mais uma vez desempenha um papel proeminente num filme de Dário Argento. A partitura musical era composta pelos Goblin, uma banda de rock progressivo que já havia trabalhado com Argento em "Deep Red". Embora os Goblin tivessem vários membros que já tinham trabalhado com Argento noutros filmes, seria com "Suspiria" que eles alcançariam o seu melhor momento. A música funde-se perfeitamente com os seus visuais, e existe uma grande intensidade criada por estes dois elementos. 

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domingo, 3 de março de 2019

O Mistério da Casa Assombrada (Profondo Rosso) 1975

Uma psíquica que tem o poder de ler mentes consegue ler o pensamento de um assassino que está na plateia, e torna-se na sua próxima vítima. Um pianista inglês envolve-se na resolução do crime e começa a investigar, mas descobre que muitas das suas vias de investigação foram interrompidas por novos assassinatos e começa a perguntar como é que o assassino consegue acompanhar os seus movimentos de tão perto.
Depois de ter dirigido três giallos no espaço de dois anos, Dário Argento passaria os anos seguintes a tentar dar um novo rumo à sua produção. Realizou dois episódios e produziu uma série de televisão chamada "La Porta Sul Buio", e para o cinema realizou um híbrido entre a comédia histórica e o drama chamado "Cinco Dias em Milão", que teve resultados muito pobres nas bilheteiras, e depois de uma tentativa de adaptar Frankenstein, voltou ao género que o fez popular, o giallo. O enredo de "Deep Red", como é conhecido internacionalmente, era muito parecido com o dos seus primeiros três filmes. Girava em volta de um detective amador que começa a investigar depois de testemunhar o crime original, que coloca toda a acção em movimento. E tal como nos anteriores, o protagonista terá uma companhia que o irá ajudar nas investigações.
"Deep Red" foi também um filme de transição para Argento. Uma ponte entre os seus giallos de início de carreira e a sua posterior produção de terror e sobrenatural. É também um dos seus melhores filmes, pois prefigura alguns dos seus dispositivos estilísticos que viriam a consumir o seu trabalho posterior, mas ainda estava profundamente enraizado numa narrativa firme e absorvente."Deep Red" é acima de tudo um filme de crime e mistério, mas já está colorido com elementos de horror e sobrenatural.

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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Quatro Moscas de Veludo (4 Mosche di Velluto Grigio) 1971

Roberto, o baterista de uma banda de rock, anda a receber telefonemas estranhos e a ser seguido por um homem misterioso. Uma noite, ele consegue apanhar o seu perseguidor e tenta fazê-lo falar, mas na luta que se segue ele acidentalmente apunhala-o. Ele foge, mas percebe que os seus problemas estão apenas a começar quando recebe um envelope com fotos dele a matar o homem misterioso, e alguém começa a chantageá-lo.
Terceiro filme de Dário Argento, e terceiro filme da sua trilogia dos animais. Historicamente é o mais raro, porque durante muitos anos só podia ser visto através de uma cópia em VHS pirateada, até que em 2009 viu uma bela edição em DVD.
Sendo o terceiro filme lançado numa rápida sucessão, ele partilha muitas particularidades com os outros dois precedentes: um assassino desequilibrado à solta, um mistério imprevisível, uma frequência recorrente a sequências de sonho e flashbacks, sequências de stalking noturnas perfeitamente executadas, um elenco de mulheres bonitas que encontram fins brutais, um protagonista que não resiste brincar aos detectives, e a banda sonora do lendário Ennio Morricone, composta principalmente de rock progressivo. Infelizmente Argento e Morricone desentenderam-se por causa da banda sonora, e só voltariam a trabalhar juntos vinte cinco anos depois, em "La Síndrome di Stendhal".
Não teve o impacto do filme de estreia, nem a atmosfera cheia de suspense de "Deep Red", no entanto é um final muito interessante para a trilogia dos animais, um filme completo, e com muitas marcas pessoais do realizador, além de uma Mimsy Farmer muito bem como co-proganista, a fazer uma boa parelha com Michael Brandon.

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O Gato das Sete Vidas (Il Gato a Nove Code) 1971

Franco Arnò (Karl Malden) é um cego que vive com a sua sobrinha e ganha a vida a escrever palavras cruzadas. Uma noite, enquanto caminha pela rua, ouve uma estranha conversa entre dois homens dentro de um carro estacionado frente a um instituto medico onde são realizadas experiências genéticas. Na mesma noite alguém invade o instituto e derruba um guarda. Arnò decide investigar com a ajuda do repórter Carlo Giordano (James Franciscus).
Depois do seu primeiro filme Dario Argento era chamado do Alfred Htichcock italiano, muito embora o seu estilo estivesse mais próximo do que seria o estilo de Brian de Palma, por exemplo. "O Gato das Sete Vidas" era o seu segundo filme, e o segundo da trilogia animal. que começara com "O Pássaro das Plumas de Cristal", e acabaria com  "Quatro Moscas de Veludo", com Ennio Morricone a compôr a música para os três filmes. 
Enquanto que muitos dos seus contemporâneos do giallo trabalhavam com orçamentos minúsculos, os recursos de Dário Argento eram muito maiores, por causa do deu pai, o produtor Salvatore Argento, que lhe dava o luxo, por exemplo, de contratar actores americanos. No caso deste "O Gato das Sete Vidas", contava com Karl Malden, um actor bem experiente que já tinha ganho um Óscar, e James Franciscus, que tinha acabado de ser estrela da sequela de "O Planeta dos Macacos". 
Argento referiu que não gostou do resultado do filme, e o considerava dos seus menos favoritos. Embora não tivesse o gore e a violência que fariam parte dos seus giallos posteriores, era compensado pela exuberância do seu estilo visual. Era também um dos seus filmes mais experimentais, mas apenas ao seu segundo filme ele ainda não se tinha encontrado como realizador. 

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sábado, 16 de fevereiro de 2019

O Pássaro Com Plumas de Cristal (L'uccello Dalle Piume di Cristallo) 1970


Em Roma, o escritor americano Sam Dalmas testemunha uma tentativa de assassinato à dona de uma galeria de arte, Monica Ranieri, pouco tempo antes de voltar para casa. O inspector Morosini, encarregado de investigar os três assassinatos anteriores do suposto mesmo serial killer, pede ajuda a Dalmas e confisca-lhe o passaporte. Dalmas decide então ficar mais um tempo com a namorada Julia, e ajudar na investigação, mas o assassino começa a ameaçar Dalmas e a sua namorada.
"O Pássaro com Plumas de Cristal" seria o filme de estreia de Dario Argento, e é aquele tipo de filme que deixa muito para a imaginação, ao encenar os seus crimes com um mínimo de sangue, e uma dependência estratégica do trabalho de câmara. Estas sequências geralmente têm uma sensação claustrofóbica, pois concentram-se em mãos, facas e partes do corpo, e usam o som e a montagem para fazer o resto. O director de fotografia era Vittorio Storaro, e a banda sonora a cargo de Ennio Morricone, e está tudo dito.
Argento era um jovem argumentista, já tinha colaborado em diversos filmes como "Aconteceu no Oeste" de Sérgio Leone, e a sua estreia na realização valeu-lhe imediatamente a alcunha de "novo Hitchcock". Mas o filme consegue ir muito mais além do se possa imaginar. Havia uma tentativa clara desde os anteriores filmes de Mario Bava, de fazer pegar o género "giallo" entre o  cinema popular italiano. Apesar desses dois filmes (já vistos neste ciclo), serem bastante bons, e seguirem as principais características deste sub-género, seria com "O Pássaro das Plumas de Cristal" que se daria o verdadeiro "boom" do Giallo. 
O filme de Argento segue a tradição dos misteriosos assassinos giallos que eram populares em Itália, nas contracapas dos jornais, com um interesse sinistro pelos próprios crimes, tramas labirínticas muito bem planejadas, e personagens bidimensionais. Não seria o melhor filme de Argento, mas é dos seus filmes mais importantes. 

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