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domingo, 27 de novembro de 2016

Capítulo 8 - Heróis do VHS

O tempo do VHS era o tempo dos grandes heróis de acção. Aqueles que entrassem em que filme entrassem, era sempre um sucesso garantido. Se não fosse nos cinemas, era nos clubes de vídeo. Quem é que nunca saíu de um clube de vídeo com uma cassete do último filme do Sylvester Stallone ou do Chuck Norris? Vamos ver alguns destes filmes nos próximos três dias.

Os Falcões da Noite (Nighthawks) 1981
Quando Wulfgar (Rutger Hauer), o mais temido terrorista da Europa, de forma repentina e explosiva, anuncia a sua presença na cidade de Nova Iorque, dois agentes secretos, Deke DaSilva (Sylvester Stallone) e Willis Fox (Billy Dee Williams) são destacados para a tarefa praticamente impossível de localizá-lo antes que ataque novamente. No jogo de gato e rato brutal que se segue, o terrorista fere Willis, mantém diplomatas das Nações Unidas e suas famílias como reféns num teleférico sobre a cidade e consegue estar a um passo à frente de Deke DaSilva.
"Nighthawks" é um filme com um passado muito sórdido. Começou por ser a terceira parte de "French Connection", mas quando Gene Hackman saíu o projecto afundou. Depois tornou-se no filme que conhecemos hoje, mas com bastante tumulto ao longo do caminho. Sylvester Stallone, que gozava de alguma reputação por causa da saga Rocky (já ia no segundo episódio), resolveu fazer a vida negra ao seu antagonista, Rutger Hauer (primeiro filme na América, ainda antes de "Blade Runner"), e a tensão cresceu durante as rodagens. O realizador original, Gary Nelson, foi substituído por Bruce Malmuth e Stallone teve algumas cenas cortadas por causa da violência, e problemas com a MPAA.
Para Sylvester Stallone era o início de uma nova fase da sua carreira, a de herói de acção. No ano seguinte entrava no primeiro Rambo, e a partir daqui, até, pelo menos meados dos anos noventa, entraria num elevado número de filmes de acção com relativo sucesso, independentemente da qualidade dos filmes.

Cobra - O Braço Forte da Lei (Cobra) 1986
Cobra é um policia que sabe tudo sobre o submundo da cidade grande, e, também, é um especialista em tarefas impossíveis que ninguém mais quer fazer. O seu nome faz estremecer de medo a sociedade marginal, e os seus métodos pouco ortodoxos criam uma paranóia extrema, mesmo entre os colegas policias. Agora, um terror igualmente mortal acelerou o pulso da cidade, e Cobra foi escolhido: ele tem total liberdade de ação para encontrar o assassino que anda a matar, de forma impiedosa e selvagem, como uma besta que escapou do inferno. Mas este monstro não age sozinho. Ele é o líder de um bando de assassinos psicopatas, auto denominados Nova Ordem, determinados a eliminar a única testemunha que pode ameaçar o anonimato do grupo: uma bela modelo (Brigitte Nielsen) que felizmente está sob a custódia protetora de Cobra.
Um dos filmes mais polémicos de Sylvester Stallone que abriu inúmeras discussões em relação ao tema abordado pela história, mostrando uma visão distorcida do policia e do seu papel na sociedade, fazendo justiça pelas próprias mãos. Foi também dos filmes de acção mais violentos dos anos oitenta.
Apesar de toda a polémica, acabou por se tornar um êxito, tornando-se uma das personagens mais famosas do actor. O realizador era George Pan Cosmatos, que já tinha realizado no ano anterior a segunda parte de Rambo, e o elenco contava com a super sexy Brigitte Nielsen, uma famosa modelo dinamarquesa então casada com Stallone, e que já tinha protagonizado "Red Sonja".

Tango e Cash (Tango & Cash) 1989
Ray Tango (Sylvester Stallone) e Gabriel Cash (Kurt Russell) são dectetives do departamento de narcóticos. Ambos são extremamente bem sucedidos na carreira mas, no entanto, não se "cruzam" muito. Enquanto isso Yves Perret (Jack Palance), um chefe do crime, está furioso por perder muito dinheiro, porque Tango e Cash atrapalham os seus "negócios". Assim, Perret articula um plano no qual os dois detectives são incriminados pela morte de um agente, em que além de estarem ao lado da vítima quando foram presos a arma do crime era o revólver de Cash, que foi encontrada no local do crime.
De todos os filmes de acção dos anos oitenta de grande orçamento este tem de ser o mais estupidamente divertido de todos. Um buddy cop movie na tradição de "Lethal Weapon", onde dois polícias se autoproclamam o policia número um de Los Angeles. Nunca se encontram em trabalho, por causa dos seus egos, mas depois de irem parar à cadeia vão ter de se unir para sobreviverem e capturarem os culpados.
Realizado pelo russo Andrey Konchalovsky, que nunca tinha feito algo parecido, o mais próximo tinha sido "Runaway Train", sobre dois proscritos em fuga, num comboio sem travões, tem algumas cenas de acção impressionantemente encenadas, e basicamente é um filme só para os fãs da acção pura e dura.

sábado, 5 de novembro de 2016

Capítulo 3 - Comédia

A prateleira das comédias era sempre das mais concorridas nos clubes de vídeo.Quem procurava uma comédia era sempre pelo sentimento de se divertir, optando por um passatempo inofensivo, por uma diversão que permitia descarregar os maus humores acumulados. Principalmente os anos 80, foram ricos em comédias marcantes, desde os filmes da equipa conhecida por ZAZ, ás comédias românticas que tiveram o seu ponto mais alto em "When Harry Meet Sally".  Vamos lá então conhecer algumas comédias do tempo do VHS.

Os Amigos da Onça (Buddy, Buddy) 1981
Num quarto de hotel Victor Clooney (Jack Lemmon), um homem desajeitado, tenta suicidar-se por ter sido abandonado pela mulher e acaba por perturbar Trabucco (Walter Matthau), um assassino profissional que tem um "contrato" com a Máfia para eliminar uma testemunha.
O derradeiro filme de Billy Wilder é uma comédia negra baseada numa peça de Francis Weber, que já tinha sido adaptada para o cinema francês em 1973, por Edouard Molinaro, num filme chamado "L'Emmerdeur", com o argumento a ser escrito em conjunto pelo próprio Wilder e o seu colaborador habitual, I.A.L. Diamond.
Infelizmente não teve a melhor recepção possível, tanto a nível crítico como comercial, mas no final da década acabaria por ser considerado das melhores comédias dos anos 80. Era a quinta colaboração entre Walter Matthau e Jack Lemmon, uma das duplas de maior sucesso no território da comédia. Só voltariam a colaborar juntos em 1993, com "Grumpy Old Men".
O elenco conta ainda com Paula Prentiss e Klaus Kinski.

Os Dias da Rádio (Radio Days) 1987
As décadas de 30 e 40 foram os momentos áureos do rádio nos Estados Unidos. Inspirado por esse período, Woody Allen escreveu e dirigiu "Radio Days", que conta as lembranças de um jovem e a sua família judia em Nova Iorque, durante a Segunda Guerra Mundial. Woody Allen narra alguns episódios fictícios do tempo de ouro do rádio norte-americana, e também conta histórias, como se fosse o protagonista, Seth Green, relembrando a sua infância preenchida pelos programas de rádio da época.
O período entre finais dos anos setenta e final dos anos oitenta, foi também o período de ouro de Woody Allen. Os êxitos sucediam-se, filme após filme, "Annie Hall", "Manhattan", "Stardust Memories", "Zelig", "Broadway Danny Rose", "The Purple Rose of Cairo", "Hannah and Her Sisters", "September", "Another Woman", "Crimes and Misdemeanors", grande parte deles com lançamento no nosso mercado em VHS.
A partir de certa altura Allen começou a reflectir sobre o espectáculo em geral, e o cinema em particular. Allen parece indetificar-se, simultaneamente, com os estilos de um escritor como um Tchekov e de um realizador como como Ingmar Bergman, escolhendo espaços interiores e retratos, em grande plano, de pessoas.

Porky´s (Porky´s) 1982
No sul da Flórida, em 1954, Pee Wee (Dan Monahan), Billy (Mark Herrier), Tommy (Wyatt Knight) e Mickey (Roger Wilson) têm de enfrentar quatro dolorosos anos na Angel Beach High School. Mas as actividades escolares e desportivas estão em segundo plano, porque o principal interesse deles é o sexo. Assim, a vida deles consiste principalmente em observar as raparigas no chuveiro e transformar num inferno a vida dos seus professores, mas são sempre perseguidos por Beulah Balbricker (Nancy Parsons), a professora de ginástica. Acabam por ir parar ao Porky’s, um misto de cabaret e bordel onde o dono (Chuck Mitchell) arranjará uma prostituta por um preço razoável. Mas nem tudo vai acontecer conforme previsto.
Um clássico campy dos anos 80, um dos maiores, dos mais vistos, pelo menos no território da comédia. Alguns anos depois do sucesso de "National Lampoon's Animal House" (1978), Bob Clark introduz-nos a um novo nível de piadas baixas, dando força a um sub-género dentro da comédia, que estava em clara expansão. Bob Clark era um realizador de filmes de terror, que fez por exemplo o clássico "Black Christmas".

Travões Avariados, Carros Estampados (Used Cars) 1980
Rudy Russo (Kurt Russell), um vendedor de carros usados, necessita de dinheiro para concorrer a senador. Assim fala com Luke Fuchs (Jack Warden), o seu chefe, que concorda em emprestar-lhe os 10 mil dólares de que ele precisa. Entretanto, um “acidente” elaborado por Roy Fuchs (Jack Warden), o irmão gémeo de Luke e ferrenho rival nos negócios, mata Luke. Roy também tem uma loja de carros usados do outro lado da rua e espera o momento para reivindicar a propriedade para si. 
Uma hilariante alusão àqueles tipos de vendedores que usam das mais variadas técnicas de persuasão com os seus clientes e conseguem transformar verdadeiras velharias no carro em segunda mão dos seus sonhos. Era o segundo filme de Robert Zemeckis, realizado dois anos depois de "I Want to Hold Your Hand", e a cinco de fazer o primeiro "Regresso ao Futuro". 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Elvis (Elvis) 1979



Um filme para TV baseado na vida de Elvis Presley parece ser um pouco redundante. Os fãs parecem já saber tudo sobre ele e a sua vida tem sido dissecada desde a sua morte prematura em 1977. Mas este filme foi lançado em 1979. Os detalhes da vida de Elvis Presley podem ter sido conhecidos por muitos, mas ainda havia um certo elemento de mistério sobre o homem, uma mistura de factos com anedotas e lendas. O filme começa com Elvis (brilhantemente interpretado por Kurt Russell) à espera de entrar entrar em palco para o seu famoso concerto no International Hotel, em Las Vegas. Ele esteve longe dos holofotes desde há algum tempo e está muito nervoso. Enquanto pensa em como o concerto irá decorrer, começa a pensar sobre a sua vida e os espectadores são levados ao longo de uma jornada que mostra como um jovem rapaz de Tupelo, no Mississippi, se tornou o rei do rock ‘n’ roll. Este filme, originalmente feito para a TV dos Estados Unidos, teve depois uma versão teatral em outras áreas, por uma importante série de razões. A principal razão é que ele foi a primeira colaboração entre Kurt Russell e o realizador John Carpenter. Os dois homens iriam passar a fazer uma série de excelentes filmes, alguns dos quais poderíamos falar de sólidos clássicos, mas este seria um começo muito bom para a sua relação de trabalho. Além de Russell, contava com Shelley Winters no papel de Gladys Presley, e uma série de actores habituados a trabalhar com Carpenter, como Season Hubley (no papel de Priscilla), e Charles Cyphers (o Sheriff de Halloween). Foi nomeado para 3 Emmys, e um Globo de Ouro.

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Fuga de Los Angeles (Escape from LA) 1996


Em 1998 um candidato à presidencia (Cliff Robertson) prega na sua campanha que Los Angeles precisa de ser "punida" pelos pecados que contém. No ano 2000 a cidade é separada do continente por um grande terremoto e transforma-se num local para onde todos os indesejáveis são remetidos. No ano 2013 o candidato do final do milénio tornou-se presidente vitalício mas a sua filha (A.J. Langer), não concordando com a política ditatorial do pai, que suprimiu uma série de liberdades individuais, rouba uma "caixa preta", que tem o poder de "desligar" todo o planeta e entrega-a ao principal líder (Georges Corraface) de Los Angeles. Assim, um aventureiro (Kurt Russell), que é um misto de herói e fora-da-lei, mas que em 1997 tinha salvo o presidente dos Estados Unidos, é "convocado" pelo actual presidente para recuperar a caixa e matar a filha, e se ele não cumprir a missão em menos de dez horas será morto por um vírus que foi colocado no seu sangue.
     Escape From New York(1981) continua a ser a dos grandes filmes de acção e sci-fi. Uma obra inteligente, imaginativa e espirituosa de fantasia, que colocava a idéia de que Nova York estava a ser transformada numa prisão de segurança máxima, num mundo de crescente violência e brutalidade. Embora o filme não tivesse feito grande coisa nas bilheteiras (além de Halloween e Starman, poucos filmes de Carpenter fizeram um bom resultado na bilheteria), rapidamente se tornou numa grande peça de culto e os fãs pediram outra aventura de Snake Plissken. Em 1996, Carpenter e o seu protagonista preferido, Kurt Russell, finalmente cederam à pressão, e fizeram uma sequela.

Mais uma vez, Plissken é colocado na posição de ter de salvar o mundo - uma tarefa que ele realmente não gosta de fazer. Com o seu tipo de cansado do mundo, é, em muitos aspectos, um ainda mais escuro anti-herói do que tinha sido no primeiro filme. Claramente inspirado na personagem lacónica de Clint Eastwood, o "Man with No Name", Snake caracteriza uma figura impressionante deslizando através de uma paisagem pós-apocalíptica, impulsionado pelo desejo de auto-preservação em vez de um desejo de ajudar um mundo em que ele não tem mais nada a ver.
     O argumento de Carpenter, Russell e da produtora Debra Hill trabalha sobre um determinado comentário social - Se "They Live" (1988) era uma crítica da era Reagan, "Escape from LA" tem o mesmo efeito sobre a administração Bush. Enquanto o presidente no primeiro filme (interpretado por Donald Pleasence) era humildemente ineficaz e sensível, desta vez o presidente (interpretado com fervor religioso por Cliff Robertson) é um louco que é capaz de tudo para atingir o seu objectivo.

Foi rodado com orçamento consideravelmente grande, mas morreu rapidamente no box-office. As crtiticas não foram muito positivas, no entanto, foi defendido ferverosamente por Roger Ebert (que normalmente não era muito apreciador de Carpenter). Embora longe de ser dos melhores trabalhos do seu talentoso realizador, ainda é muito melhor do que a média dos filmes pós-apocalípticos. 

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domingo, 28 de abril de 2013

As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim (Big Trouble in Little China) 1986



Kurt Russell interpreta como o camionista Jack Burton, que se vê no meio de uma antiga guerra, quando a noiva de um grande amigo é raptada diante dos seus olhos. O mais estranho neste rapto, é que os homens que a levaram não são exatamente homens, mas fantasmas à procura do regresso do maligno feiticeiro Lo Pan, para a mortalidade através do casamento e do sacrifício de uma certa mulher de olhos verdes. Com a ajuda de um grupo de homens do bairro de Chinatown de San Francisco, Jack agora entra no mundo do sobrenatural para resgatar a jovem e derrotar Lo Pan de uma vez por todas.
A homenagem de John Carpenter aos filmes de kung fu e aos seriados de aventura à moda antiga, estava uns bons 10 anos à frente do seu tempo - naturalmente, foi um fracasso na bilheteria. Mas Big Trouble in Little China viria a tornar-se num favourite cult nos clubes de vídeo e na TV por cabo. E merecidamente, por uma razão muito simples: é um dos melhores filmes de aventuras dos anos 80.
Carpenter e os argumentistas não estão muito preocupados com a lógica ... Nem deve estar o espectador. O filme está virado para a aventura, fantasia e o humor. O ritmo é furioso, a acção abundante e bem encenada. Carpenter claramente gosta do cinema de artes marciais asiáticas, e diverte-se com as convenções do género, sem gozar com elas. Os efeitos especiais, embora tenhamos de ter em conta que estavamos em 1986, são bastante competentes.
Big Trouble in Little China marca a quarta colaboração entre o realizador John Carpenter e o actor Kurt Russell, que pela primeira vez se juntaram em 1979, no filme feito para TV, Elvis. Dois anos mais tarde, Russell seria a estrela principal  em Escape from New York, seguido pelo clássico Sci Fi/terror, The Thing, duas obras que dariam o tom para a mistura entre o herói solitário, camp humor, e o cinema de terror, que eram tão típicos na obra do realizador.
Big Trouble é uma miscelânea de Carpenter, pois é um cruzamento de vários géneros, e na maioria das vezes, a pura loucura da mistura fornece a maior parte do combustível para o fogo do sucesso do filme em ser interessante. Era o filme mais caro de Carpenter até então, tendo custado um total de 25 milhões de dólares, que já era muito para aquela altura. Tendo feito apenas metade nas bilheteiras, viria a tornar-se em mais um filme de culto.


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sábado, 27 de abril de 2013

Veio do Outro Mundo (The Thing) 1982



"The Thing" é a tentativa do realizador John Carpenter para refazer um clássico da ficção científica de 1951, "The Thing from Another World" (ambos com base na história de John Campbell, "Who Goes There?"), mas aqui tinhamos algo muito diferente. Carpenter agita as emoções e arrepios, e cobre tudo em gore, e neste caso, raramente falha. A construção é magistral, como é a qualidade das caracterizações, que são fracas, mas eficazes, e quando tudo está a ferver, há um enorme poder nas interpretações. alguns desenvolvimentos implausíveis, aqui e ali, mas no final, pouco importa,e "The Thing" leva-nos até sitios onde nunca fomos, e alcança um pantamar que poucos filmes dos anos 80 alcançaram.
A história começa na Antártida, onde um grupo de cientistas estão instalados, até que um dia são perturbados pelos sons de tiros vindos de um helicóptero norueguês, aparentemente tentando matar um cão fugitivo. Eles falham a sua presa, e o helicópetero norueguês acaba por despenhar-se, sem nenhuma explicação de qual é o problema. Temendo mais violência, a tripulação americana viaja para o acampamento norueguês, apenas para descobrir acontecimentos muito estranhos, incluindo um corpo mutilado humanóide que possui órgãos internos normais. De seguida, o cão revela que não é realmente um cão, mas uma espécie de organismo alienígena com o poder de imitar outras formas de vida e dominar até que assuma o controle de tudo ao seu redor. Os outros ciêntistas são as próximas vítimas e, em breve, ninguém pode confiar nos outros.
A falta de informações sobre a criatura, a incapacidade de realmente saber quem está "infectado", e o facto de que os personagens estão basicamente presos na Antártida levam a construir a tensão, enquanto algumas criações extremamente grotescas fazem o resto. Temos dificuldades em decidir quais partes são mais eficazes, se estas criaturas incríveis e repugnantes ou os momentos em que os personagens têm de decidir quem entre eles está infectado. No fim das contas, provavelmente é a grande combinação de sustos e tensão insuportável que fazem de "The thing" tão grande, e perder um destes componentes seria arruinar o filme.
Na sua essência, é um filme derivado, não só porque é um remake, mas também é muito semelhante a outros filmes que saíram em anos anteriores, inclusive "Alien", e "Invasion of the Body Snatchers", mas consegue destacar-se dos filmes anteriores pela acção fantástica, e pela assombrosa banda sonora de Ennio Morricone, para não falar das grandes interpretações de Kurt Russell e Keith David, ambos habituais colaboradores de Carpenter. 

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Nova Iorque, 1997 (Escape From New York) 1981



Sempre houve um sentimento de distopismo e ansiedade apocalíptica no género ficção científica, e os anos 70 - com a sua recessão mundial, a escassez de petróleo, o conflito do Vietname, e as sempre presentes  tensões entre o Ocidente capitalista e o Leste comunista - ajudaram a alimentar um tensão especial de que a fixação que encontrou caminho para uma série de filmes de baixo orçamento que dominaram a série B e as  prateleiras dos clubes de vídeo no início da década de 1980. Foi um breve período de ansiedade, encravado no meio dos sonhos da morte da contracultura dos anos 60, e renovado orgulho em Ronald Reagan.
Ao lado de Mad Max, de George Miller (1979) e a sua sequela The Road Warrior (1981), Escape From New York é sem dúvida o melhor candidato para o progenitor desta vaga particularmente moderna de distopismo na ficção científica (o facto de que Carpenter e o co-argumentista Nick Castle originalmente escreverem o argumento em 1974, o ano de Watergate, diz tudo). A história passa-se no ano, então futurista de 1997, depois de uma terceira guerra mundial e um aumento épico em crime que levou o governo dos EUA para a decisão radical de transformar a ilha de Manhattan numa prisão federal gigante da qual ninguém tem permissão para sair. Não há guardas lá dentro, apenas uma população de criminosos violentos que desenvolveram sua própria sociedade depravada. 
Logo no início do filme um grupo socialista radical rapta o Air Force One e fá-lo caír na cidade, esperando matar o presidente conservador (Donald Pleasence). O Presidente sobrevive, no entanto, e deve ser resgatado a partir da cidade que se tornou prisão, dentro de 24 horas. Num acto de desespero, o comissário da polícia Bob Hauk (Lee Van Cleef) contrata Snake Plissken (Kurt Russell), um veteranos das operações especiais que se tornou ladrão e que estava previsto para ser exilado para Manhattan, mas agora pode ser a única hipótese que o governo tem para resgatar o presidente. Snake é enviado para a prisão da ilha, com ordens para encontrar o presidente e trazê-lo de volta em segurança, e por uma boa razão, é que Haul implantou-lhe uma bomba relógio no seu pescoço. Assim, a vida de Snake está em jogo, e se os fora-da-lei de Manhattan não o matarem, os explosivos nas suas artérias o farão.
 A maior parte do filme segue Snake no interior da prisão, navegando no escuro, por uma selva de ruínas tentando evitar os vários gangues enquanto procura pelo Presidente, que rapidamente cai nas mãos de The Duke (Isaac Hayes), o líder do maior gang da ilha, e que quer usar o novo refém como moeda de troca para a amnistia. Snake é ajudado por vários insiders, incluindo o "cérebro" (Harry Dean Stanton), um informante desonesto que traiu Snake no passado; a namorada deste, Maggie (Adrienne Barbeau), e um motorista de táxi (Ernest Borgnine), que aparece em conveniência da narrativa para fornecer transporte e fuga ( muito poucos carros a trabalhar que restam na ilha, e ninguém tem uma arma). 
Como outros filmes do género, há elementos em Escape from New York, que não envelheceram muito bem, mas ainda assim é um dos grandes filmes de John Carpenter, bastante acima do seu futuro remake.

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