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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Uma Semana de Férias (Une Semaine de Vacances) 1980

Nathalie Baye é uma jovem professora que tira uma licença médica de uma semana e aproveita para fazer um balanço da sua vida e das suas  relações  com o ex-marido e o atual namorado, enquanto vê um outro homem entrar na sua vida.
Um filme sobre perguntas, dúvidas, medos, ansiedades, que os adultos podem sentir socialmente, e, em particular, através do papel de Miss Laurence Cuers (Nathalie Baye), uma jovem professora. Além deste sentimento de ansiedade social e depressiva que emerge, o filme critica a Educação Nacional Francesa, que trinta anos depois apresenta as mesmas falhas fundamentais do próprio processo educacional nacional e até o ambiente contemporâneo geral.
Bertrand Tavernier é um grande realizador do cinema francês dos últimos anos.Os seus filmes sempre tiveram um grande sentido de realidade, assim como têm criatividade e inteligência. Neste filme, o seu sexto, conseguiu a primeira nomeação para a Palma de Ouro, que viria a repetir mais 3 vezes.
Legendas em inglês.

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Laissez-Passer (Laissez-Passer) 2002

Durante a ocupação alemã na França, na 2ª Guerra Mundial, uma produtora alemã chamada Continental começa a produzir filmes franceses. Jean-Devaivre (Jacques Gamblin) é um assistente de realização que decide trabalhar na Continental, com o intuito de disfarçar as suas atividades na resistência. Ele é um homem de ação. Já o argumentista Jean Aurenche (Denis Podalydès) prefere recusar todas as ofertas feitas pelos alemães. É um homem reflexivo, que se encontra dividido entre as três diferentes amantes e que faz da escrita a sua forma particular de negar-se ao cerco nazi. Outros dez personagens são retratados, alguns aderindo aos nazis e outros rebelando-se, mas todos envolvidos na luta pela sobrevivência.
O argumento é baseado nas conversas de Bertrand Tavernier com o realizador Jean Devaivre e o argumentista Jean Aurenche. As suas histórias são o núcleo central do filme, que é a causa do deslocamento emocional do filme à medida que a câmara muda de uma personagem para outra. Embora os dois homens habitem o mesmo ambiente, eles nunca se encontram, excepto de passagem, e as suas vidas são muito diferentes. Tavernier consegue recriar as condições sob as quais os filmes eram feito na França do início dos anos 40. Os chefes de estúdio alemães são recriados, não como filisteus, mas como mestres de tarefas difíceis. Mais do que tudo, eles querem que os seus projectos sejam entregues dentro do prazo, e do orçamento, mantendo os mais altos padrões de qualidade artística. A polícia secreta nazi vai pairando pelo ar, e a paranoia alimenta-se do medo. Isso é garantido.
A melhor forma de acabar este ciclo. Espero que tenham gostado.
Legendas em inglês.

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

À Volta da Meia-Noite ('Round Midnight) 1986



Dexter Gordon é o homem. Mesmo no final dos anos 60, quando grandes músicos como John Coltrane ou Miles Davis foram empurrando os limites do jazz com um exprimentalismo dissonante, Gordon foi encantando outros músicos com os seus velhos hábitos de escola. Superficialmente, o seu estilo é lírico e simples, mas tudo é uma questão de gosto. Muitos músicos podem ser capazes de imitar algum dos seus grandes solos, nota por nota, mas nunca teriam a inspiração para escolher as notas que ele escolheu, tudo por conta própria, para depois reproduzi-las no seu saxofone tenor. Com uma carreira que começou na era do bebop e durou até à sua morte, em 1990, Gordon nunca foi um músico sobre a técnica, mas sobre a elegância, beleza em cada nota que ele tocava.
Em Round Midnight, de Bertrand Tavernier – um pastiche das vidas atribuladas do pianista de jazz Bud Powell e do saxofonista tenor Lester Young – Gordon interpreta Dale Turner, um músico de jazz americano a viver como expatriado em Paris no final da década de 1950. Turner actua regularmente na boate Blue Note. Cansado, afastado da família, um alcoólatra, a música é o seu único consolo num mundo triste de outra forma. Isto é, até que conhece Francis Borler (François Cluzet), um fã que primeiro se torna seu amigo, e depois o leva para debaixo das suas asas.
Uma das coisas mais surpreendentes sobre este filme é que o argumento é, em muitos pontos, como o próprio jazz. A história foi escrita por David Rayfiel e Tavernier, mas foi depois reforçada por improvisações acrescentadas pelos próprios músicos, para dar-lhe uma certa verossimilhança. O ritmo é bastante vagaroso, com uma profundidade de sentimentos reminiscente. Os espectadores terão a sensação de ser parte da audiência no Blue Note em Paris, a relaxar com uma bebida fresca e completa imersão no ambiente, em vez de estar num cinema ou no sofá em casa. O personagem central foi criado como um amálgama de vários músicos de jazz da vida real. A relação entre Dale e Francis foi modelada conforme o relacionamento na vida real entre o pianista de jazz Bud Powell e Francis Paudras, um entusiasta do jazz francês que ajudou Powell. Alguns dos outros aspectos da história vem das histórias de grandes músicos como Lester Young e Charlie Parker, ou do actor e grande músico, Dexter Gordon. Tavernier criou assim um filme que é uma verdadeira fusão de duas grandes tradições artísticas – jazz e cinema.

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