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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Rapariga do Fim da Rua (The Little Girl Who Lives Down the Lane) 1976

Rynn Jacobs (Jodie Foster) é uma jovem de treze anos, que vive numa casa isolada numa pacata comunidade à beira-mar, que o seu pai alugou. Sempre que alguém da cidade tenta satisfazer a curiosidade, o pai nunca está por perto, e a menina aparece sempre sozinha. Rynn é colocada à prova por várias pessoas, que tentam descobrir o segredo que ela está a esconder, incluindo a senhoria snob e o seu filho desprezível.
Uma atmosfera assustadora, cativante e cheia de suspense, é o que se pode encontrar neste filme. Feito com um orçamento muito pequeno para a American International Pictures (AIP), e filmado no Canadá. Destaca-se como um thriller psicológico original, com um excelente argumento de Laird Koenig, baseado num livro seu. Era, sobretudo, um veículo para a jovem Jodie Foster, que no mesmo no entraria em "Bugsy Malone" e "Taxi Driver", onde conseguiria uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Nicholas Gessner, um realizador de nacionalidade hungara, dirige como se fosse uma peça de teatro, com muita imaginação.
Na altura do seu lançamento foi um pouco chocante, por ter uma jovem de treze anos a morar sozinha, ter relações sexuais, e matar pessoas, sendo ainda por cima uma estrela da Disney, mas com o passar dos anos foi recolhendo uma série de seguidores, tornando-se um filme de culto.

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Taxi Driver (Taxi Driver) 1976



Houve poucos filmes que criaram e sustentaram um sensação de medo constante, como a que permeia cada frame de "Taxi Driver", obra-prima urbana de Martin Scorsese. É um filme que de forma lenta e quase insuportavel constrói uma enorme tensão até que literalmente explode num clímax sangrento de violência, que era diferente de tudo o que o público tinha visto antes. A direcção soberba de Scorsese - tão confiante, tão intensa na sua mistura dos clássicos de Hollywood com vários estilos europeus de novas vagas - juntamente com o desempenho escaldante de Robert De Niro no papel do título, argumento fantástico de Paul Schrader, e banda sonora de Bernard Herrman assegurando algo único e memorável, assim como aterrorizante e perturbador.
O filme mostra-nos a sórdida cidade de Nova York através dos olhos cada vez mais psicóticos de Travis Bickle (De Niro), um solitário veterano do Vietname, que é incapaz de compreender a sociedade em que vive. Um solitário à deriva do mundo, ele é o epítome da alienação, constantemente (e muitas vezes patéticamente) tentando dar-se com os outros, mas nunca conseguindo. O filme obriga-nos a seguir a subjectividade desconcertante de Bickle: estamos sempre com ele, a ouvir os seus pensamentos, como ele os expõe num diário que nunca ninguém vai ler, vendo os crimes da cidade e da pobreza através dos seus devastados olhos errantes, e vê-lo a falar para si mesmo no espelho, decretando delirantes papéis de duro e praticando a confrontação.
Scorsese não poupa nada no seu retrato de uma cidade em guerra consigo próprio. Bickle é um homem doente, mas a ironia é que ele está tão doente como o mundo ao seu redor. Capturada num estilo quase documental-realista, Nova York é um submundo húmido e sujo, os sinais de néon berrante e ruas mal iluminadas onde os traficantes de droga e as prostitutas apenas se movem por entre nuvens gasosas de vapor que escapa através dos buracos do esgoto das ruas molhadas. Entendemos a fascinação perversa e o ódio de Bickle, pecaminoso e contaminado, e a tensão do filme emerge da nossa crescente percepção de que acabará por empurrá-lo para o limite.
Bickle aceita um emprego a dirigir táxis, porque não consegue dormir à noite. Não se importa a que hora da noite conduz, ou através de que bairros o faz. O banco traseiro é constantemente preenchido com a escória da sociedade, seja ela um político a pegar uma prostituta, ou um marido homicida a perseguir a sua esposa adúltera (interpretado por Scorsese num papel particularmente assustador). No final da noite, Bickle limpa o sangue e o sémen do banco de trás e regressa ao pequeno apartamento decadente apenas com os pensamentos como companhia. Nunca plenamente capaz de se comunicar com alguém, excepto ele mesmo, e é por isso que os seus pensamentos irão finalmente explodir em violência. 
É a reviravolta final, irónica mas estranhamente compreensível, num filme que é uma descida ao inferno em linha recta, levando-nos do um mundo superficial do crime e da corrupção, para a visão do mundo de um vigilante preverso, no processo de criação de um dos retratos mais enervantes do heroísmo.
Ganhou, com todo o mérito, a Palma de Ouro em 1976. No ano seguinte, conseguiria 4 nomeações aos Óscares. Mas, estava muito à frente, para ganhar algum.

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