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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O Ídolo Caído (The Fallen Idol) 1948

Philippe, filho de um diplomata e bom amigo de Baines, o mordomo, fica confuso com as complexidades e evasões da vida adulta. Tenta guardar segredos, mas acaba por os contar, mente para proteger os amigos mesmo sabendo que deveria dizer a verdade. Resolve não ouvir mais os adultos quando Baines é acusado de assassinar a sua esposa e ninguém ouvir as suas informações vitais.
"The Fallen Idol" é uma história de mal-entendidos vistos através dos olhos de uma criança. Uma amizade improvável entre o solitário filho de um embaixador, interpretado pelo jovem Bobby Henrey, um actor não profissional que só seria visto em mais outro filme, e o mordomo da embaixada, interpretado por Ralph Richardson, um actor já mais experiente.
"The Fallen Idol" seria a primeira de três colaborações entre Carol Reed e Graham Greene, e era baseado num dos contros de Greene chamado "The Basement Room". Ao adaptar a sua história para o cinema Greene alterou a ênfase do filme. Enquanto que na história original a criança testemunhou um crime mas tentou proteger o amigo, no filme o público sabe que o que aconteceu foi um acidente, mas o jovem interpreta mal.
"The Fallen Idol" é ofuscado pela colaboração seguinte entre Reed e Greene, "The Third Man", que veria a luz do dia no ano seguinte, e de certa forma é um filme precursor desse, principalmente em termos visuais. Muitos dos famosos ângulos utilizados em "The Third Man", já encontraram similaridades aqui, e o ambiente que caracteriza mesmo os trabalhos mais sombrios do realizador, também está já aqui presente. 
Conseguiu duas nomeações para os Óscares: realização e argumento. 

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Expresso de Munique (Night Train to Munich) 1940



Quando os alemães marcham para Praga o inventor de armamento, Dr Bomasch, foge para Inglaterra. A sua filha Anna (Margaret Lockwood), foge da prisão para se juntar a ele, mas o líder da Gestapo consegue raptá-los e enviá-los de novo para Berlin. À medida que a guerra se desenvolve o agente secreto britânico Gus Bennet (Rex Harrison), segue-os disfarçado de oficial alemão.
De certa forma este é o protótipo dos primeiros tempos do thriller de espionagem britânico, antes dos bombardeamentos começarem a sério, antes do V-12, antes da extensão do Holocausto ser conhecida, por outras palavras, foi feito no tempo em que o filme de espionagem podia ser uma aventura divertida, um desafio à masculinidade e ao poder britânico. Continuava a ser uma questão de vida ou de morte, mas era possível que com a inteligência podia-se derrotar os alemães. É um filme muito mais light do que os filmes cinzentos realizados no pós-guerra pelo mesmo Carol Reed, como "The Third Man". Esta versão de Munich da Segunda Guerra Mundial servia muito mais como cenário alarmante do que como um desafio visceral à moralidade da espécie humana. Esta abordagem de Reed é um pouco cómica, e teve sucesso mais graças ao excelente elenco do que propriamente ao argumento.
"Night Train to Munich" tem muito a partilhar com um filme de Alfred Hitchcock, realizado no ano anterior "The Lady Vanishes". Tês membros do elenco, os argumentistas Frank Launder e Sidney Gilliat, uma história à volta de uma intriga internacional, e uma extensa sequência a bordo de um comboio. Há um bom balanço entre comédia e acção, e o filme também funciona bem como veículo de propaganda para a entrada da Inglaterra na guerra.

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sexta-feira, 29 de março de 2013

O Terceiro Homem (The Third Man) 1949



Um escritor americano desempregado, Holly Martins, chega a Viena, após a Segunda Guerra Mundial, a convite de um amigo da faculdade, Harry Lime. Imediatamente descobre que o seu amigo foi atropelado num acidente na estrada. Quando questiona as pessoas que testemunharam o acidente, Holly torna-se suspeito de encobrir algo. Um Major britânico informa-o que Lime era, na verdade, um conhecido mafioso e aconselha Holly a regressar para casa. O norte-americano recusa-se e fica determinado a descobrir a verdade sobre a morte do seu amigo...
O melhor e mais famoso exemplo dos filmes noir britânicos, "O Terceiro Homem", de Carol Reed, é um trabalho notável de cinema que facilmente merece o reconhecimento quase universal como uma obra-prima e um clássico. É muito difícil de definir porque é um filme tão grande. Da música evocativa de Anton Karas (agora instantaneamente reconhecida como "The Third Man theme") à fotografia de Robert Krasker, para não falar do argumento, realização interpretações, este é um tour de force para o cinema britânico. 
O que provavelmente melhor define "The Third Man" é o cenário. O filme foi rodado inteiramente em exteriores nos restos devastados pela guerra, da cidade de Viena, uma cidade que foi literalmente dilacerada pela guerra - física e politicamente. Todos os que circulam pela cidade são de certa forma outsiders, de moralidade questionável, tornando este um cenário perfeito para um filme noir. O optimismo ingénuo do americano Holly Martins apenas enfatiza o fatalismo e o cinismo dos europeus.
A Viena de "O Terceiro Homem" tem um caráter perturbador. A cidade que parece tão sedutora e romântica durante o dia, torna-se um mundo sombrio e pertubador favorável ao crime durante a noite. Raramente no cinema os exteriores foram tão habilmente envolvidos no processo de um filme. O uso engenhoso de luz e sombra, com o uso frequente de ângulos de câmera inclinados, criam a ilusão de um submundo, talvez lembrado num pesadelo nebuloso.

"O Terceiro Homem" tem tantos grandes momentos que para qualquer fã do filme seria difícil recordá-los todos. No entanto, a entrada icónica de Orson Welles como Harry Lime, e, claro, a deslumbrante perseguição nos esgotos, destacam-se como sendo determinados momentos de genialidade pura.
En 1949 ganhou o primeiro prémio do Festival de Cannes, numa altura em que este prémio ainda não se chamava Palma de Ouro. Dois anos depois, ganharia o Óscar de Melhor Fotografia.

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