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quinta-feira, 31 de julho de 2014
Razorback (Razorback) 1984
Um javali selvagem aterroriza o interior australiano. A primeira vítima é uma criança, que é morta. O avô é levado a tribunal pelo crime, mas absolvido. Segue-se uma jornalista da TV Australiana, mas desta vez o seu marido vai até ao local do crime para procurar a verdade. Os habitantes da zona não o querem ajudar, mas ele junta-se a um caçador e a uma mulher para encontrar a fera.
"Razorback" é uma espécie de versão de "Jaws" de Steven Spielberg, com o mortífero tubarão a ser substituído por um enorme javali. Escrito por Everett de Roche, um dos melhores argumentistas da Ozploitation, e que ao mesmo tempo era a obra de estreia de Russell Mulcahy na realização, futuro realizador de "Highlander" 1 e 2, e de "The Shadow". Everett de Roche já por mais do que uma vez que tinha pegado em argumentos de animais-monstros, e já tinha mostrado o interior da Australia em road movies anteriores, por isso parecia natural juntar estas duas idéias no mesmo filme, a partir de uma novela de Peter Brennan.
A merecer um lugar no panteão dos melhores filmes de género do continente australiano, "Razorback" merece a fama de culto que tem, apesar da relativa obscuridade que teve ao longo dos primeiros anos. A culpa foi da desconfiança que as pessoas tinham relativa a filmes que eram rip-offs de "Jaws", ou o facto de que muitas pessoas não sabiam o que era um javali. Graças ao VHS a fama do filme foi crescendo, nos anos oitenta e noventa.
O trabalho de câmera de Dean Semler, de "Mad Max 2" e "Dances With Wolves", cria um ambiente quase místico para com o interior baldio da Austrália, com longas sombras e estrelas cadentes na noite a serem adicionadas às paisagens desoladas. Ao filme é adicionado levemente alguma crueldade para com os animais, com imagem de um matadouro, e violência para com os porcos e os cães. "Razorback" acaba por ser um divertido filme de terror da década de 80.
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quarta-feira, 30 de julho de 2014
O Asfalto do Medo (Roadgames) 1981
Pat Quid conduz um atrelado através da Australia. Pelo caminho ele encontra vários outros condutores, e os habituais viajantes a pedir boleia. Um passatempo da preferência de Pat é fazer jogos para passar o tempo. Pamela é uma das viajantes a quem ele dá boleia, e quando ela desaparece ele acha que o condutor de uma carrinha tem vindo a agir de modo suspeito, e provavelmente é um serial killer que vem sendo mencionado no rádio. Começa aqui o jogo do gato e o rato, que vai atraír a polícia...
Auto declarado aluno de Alfred Hitchcock, Richard Franklin trabalhou mais uma vez com o argumentista Everett de Roche, para criar uma espécie de homenagem a "Rear Window", excepto que não se passava num quarto, mas numa estrada, na cabine de um semi-reboque. Para este passeio temos Jamie Lee Curtis, a filha da "Psycho" Janet Leigh, que junto com o motorista do camião, Stacy Keach, tenta chegar ao fundo de uma história que pode ligar uma série de corpos que têm aparecido ao redor do continente australiano.
A história é muito simples, com a van e o camião a encontrarem-se sempre em todos os lados que vão. Embora o filme levante claramente a herança de Hitchcock (a personagem de Curtis é chamada de "Hitch", por Keach), "Roadgames" acaba por totalmente diferente de tudo o que vimos antes.
O desenrolar do filme faz-nos suspeitar do pior: o que está dentro dos sacos do lixo? o que está dentro da lancheira do homem da van? Mas o mais sensato será não tomar nada como garantido. Alguém deve ter reparado nas similaridades entre Franklin e Hitchcock, que ele acabaria por ser convidado para realizar a sequela de "Psycho", dois anos depois. E esta sequela até que não foi tão má como isso, tendo recebido algumas críticas agradáveis, e tendo alcançado óptimos resultados de bilheteira. A música é de Brian May (o compositor australiano, não o membro dos Queen).
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terça-feira, 29 de julho de 2014
Long Weekend (Long Weekend) 1978
Numa última tentativa para salvar o seu casamento, um casal parte para uma praia deserta num local distante. Tensão e brigas são uma constante, e só piora à medida que chegam ao destino. Ambos são egoístas, arrogantes, com um grande desrespeito ao meio ambiente em redor. Consumidos pelos seus próprios problemas, ambos espalham lixo descuidadamente, atropelam cangurus, e destroem os ovos das aves. No entanto, o casal vai pagar caro, quando a natureza contra-ataca, e os animais anteriormente dóceis se tornam agressivos.
Filme de culto/choque de Christopher Eggleston, lançado na época alta da New Wave australiana, é um filme de terror ecológico, reportando todos os aspectos da mãe natureza como estando interligados, e a humanidade poluente como tendo de ser erradicada. Com argumento de Everett De Roche, cujos outros argumentos como "Patrick" e "Razorback" também veremos neste ciclo, oferece-nos uma visão sinistra do sistema imunológico do planeta, fechando fronteiras, e lutando contra os corpos estranhos indesejáveis.
Colin Eggleston faz uma mudança bastante acentuada na sua carreira, depois do softporn "Fantasm Comes Again". Muito da atmosfera quase onírica e inquietante, é fornecida pela beleza da fotografia em exteriores, em vez da tentativa de pregar sustos baratos (embora haja alguns efeitos mínimos datados), e com o tempo a passar para os protagonistas destrutivos, a ensolarada figura pitoresca da praia, assim como a fauna e a flora, se tornam gradualmente mais escuras, sombrias e assustadoras.
Alguns criticos, na altura do lançamento do filme, reclamaram que a dupla de protagonistas (John Hargreaves e Briony Behets) tinham sido um erro de casting como protagonistas, mas é precisamente por se sentirem deslocados que o seu estado não natural dentro da narrativa é fortalecido. Embora não seja um filme sem falhas, consegue na sua "exploitation" e variação das convenções dos géneros, com temas como o terror ecológico ou o reposicionamento da humanidade como uma ameaça exterior, ser uma experiência eficaz e enquietante.
No auge do sucesso do terror australiano, ganhou vários prémios em Festivais, três eles no festival de Sitgés.
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segunda-feira, 28 de julho de 2014
Patrick (Patrick) 1978
Depois de uma morte chocante da sua mãe e da sua amante, o sinistro Patrick está em coma num hospital privado, e a sua única acção passa por cuspir. Quando uma jovem e bela enfermeira, separada recentemente do marido, começa a trabalhar no hospital, sente que Patrick tenta comunicar com ela, e que tenta usar os seus poderes psíquicos para controlar a sua vida.
Depois do sucesso de "Carrie" (1976), estava aberto mais um caminho para explorar no cinema. Os filmes sobre poderes psíquicos de repente faziam parte da linguagem dos filmes de terror, e estava na hora de apanhar boleia, e aproveitar a onda enquanto era possível. Estava na hora de prender os fios invisíveis aos objectos, e arremessá-los contra as paredes, graças ao poder da mente liberta. Estes filmes representavam o maior medo de todos os pais, e, simultaneamente, a sua grande esperança. Os poderes sobrenaturais que Carrie White usava para decretar a sua vingança sobre os seus colegas de escola, eram o sonho de qualquer jovem reprimido, maltratado ou abusado na infância.
A beleza de "Patrick", produção australiana, é não seguir pelo caminho mais fácil, em que nos sentimos identificados pelos personagem principal. Em vez disso, mostra o que ele realmente é - uma criança mimada num corpo de adulto, sem qualquer preocupação com os outros sempre que ele faz alguma coisa contra alguém ao seu redor.
"Patrick" foi essencialmente feito como uma resposta a "Carrie", mas conseguiu ir muito mais longe do que isso, graças ao seu realizador, Richard Franklin, discípulo de Hitchcock, que depois faria filmes como "Road Games"ou "Psycho 2". Na altura ele tinha feito apenas filmes para TV, e filmes de softcore como "Fantasm". Fez enorme sucesso em alguns países da Europa, e conseguiu prémios importantes, em festivais como Avoriaz ou Sitgés.
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sábado, 26 de julho de 2014
Ozploitation
A Austrália atravessou um deserto cinematográfico nos anos 60. Para além de duas produções de Michael Powell que por lá foram filmadas, pouco mais foi feito, e era preciso inverter o rumo dos acontecimentos.
Na década de 70 aconteceram duas coisas que alteraram tudo. Primeiro, para aumentar a produção cinematográfica, o governo australiano cortou drasticamente as taxas a aplicar no cinema, e isso veio a incentivar a que fosse investido em produções cinematográficas. Foi aqui que começou a chamada "New Wave do Cinema Australiano", da qual fazem parte filmes como "Walkabout"(1971), "Picnic at Hanging Rock" (1975), "The Last Wave" (1977), ou "The Chant of Jmmie Blacksmith" (1978), entre outros. Mas calma, que não é destes filmes que vamos falar...
Com um aumento tão significativo de produções cinematográficas, algumas de cariz sexual, os australianos viram-se obrigados a criar um "rating R", destinado a espectadores com mais de 18 anos. Este facto criou um mercado que muitos realizadores estavam ansiosos por explorar. Levou a um aumento substancial de filmes de "sexploitation", do qual "Alvin Purple" é um dos mais famosos exemplos.
Nos anos seguintes tivemos um grande aumento de filmes do tal "rated R", não só obras de cariz sexual, mas também um grande número de filmes de terror, suspense, comédias, etc. Tudo produções de baixo orçamento, que atraíam vários produtores a tentarem explorar este filão no mercado. O exemplo mais famoso deste tipo de filmes, foi, é claro, a saga de "Mad Max", o único que conseguiu fama a nível internacional.
Tarantino chamou a este movimento "aussiesploitation", do qual ele era grande fã, mas a partir de 2008, surgiu um documentário, por sinal produzido por Tarantino, e onde o realizador Mark Hartley resolveu abreviar o termo para "Ozploitation". Este termo é assim conhecido desde 2008, e para iniciarem este ciclo aconselho mesmo a verem o documentário. Podem tirá-lo daqui, legendado em português.
Esta semana vamos dar uma vista de olhos pela "Ozploitation", e para isso fiz uma selecção de cinco dos seus mais famosos filmes. Deixei os "Mad Max" de fora, porque obviamente toda a gente já os conhece.
Eis a programação desta semana:
Segunda: Patrick (1978), de Richard Franklin
Terça: Long Weekend (1978), de Colin Eggleston
Quarta: Roadgames (1981), de Richard Franklin
Quinta: Razorback (1984), de Russell Mulcahy
Sexta: Fair Game (1986), de Mario Andreacchio
Na década de 70 aconteceram duas coisas que alteraram tudo. Primeiro, para aumentar a produção cinematográfica, o governo australiano cortou drasticamente as taxas a aplicar no cinema, e isso veio a incentivar a que fosse investido em produções cinematográficas. Foi aqui que começou a chamada "New Wave do Cinema Australiano", da qual fazem parte filmes como "Walkabout"(1971), "Picnic at Hanging Rock" (1975), "The Last Wave" (1977), ou "The Chant of Jmmie Blacksmith" (1978), entre outros. Mas calma, que não é destes filmes que vamos falar...
Com um aumento tão significativo de produções cinematográficas, algumas de cariz sexual, os australianos viram-se obrigados a criar um "rating R", destinado a espectadores com mais de 18 anos. Este facto criou um mercado que muitos realizadores estavam ansiosos por explorar. Levou a um aumento substancial de filmes de "sexploitation", do qual "Alvin Purple" é um dos mais famosos exemplos.
Nos anos seguintes tivemos um grande aumento de filmes do tal "rated R", não só obras de cariz sexual, mas também um grande número de filmes de terror, suspense, comédias, etc. Tudo produções de baixo orçamento, que atraíam vários produtores a tentarem explorar este filão no mercado. O exemplo mais famoso deste tipo de filmes, foi, é claro, a saga de "Mad Max", o único que conseguiu fama a nível internacional.
Tarantino chamou a este movimento "aussiesploitation", do qual ele era grande fã, mas a partir de 2008, surgiu um documentário, por sinal produzido por Tarantino, e onde o realizador Mark Hartley resolveu abreviar o termo para "Ozploitation". Este termo é assim conhecido desde 2008, e para iniciarem este ciclo aconselho mesmo a verem o documentário. Podem tirá-lo daqui, legendado em português.
Esta semana vamos dar uma vista de olhos pela "Ozploitation", e para isso fiz uma selecção de cinco dos seus mais famosos filmes. Deixei os "Mad Max" de fora, porque obviamente toda a gente já os conhece.
Eis a programação desta semana:
Segunda: Patrick (1978), de Richard Franklin
Terça: Long Weekend (1978), de Colin Eggleston
Quarta: Roadgames (1981), de Richard Franklin
Quinta: Razorback (1984), de Russell Mulcahy
Sexta: Fair Game (1986), de Mario Andreacchio
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