sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Matei Jesse James (I Shot Jesse James) 1949



Depois de anos de reportagens do mundo do crime, argumentos e novelas pulp, Samuel Fuller fez a sua estreia na realização com a balada solitária de Robert Ford, que fatalmente traiu o seu amigo, o famoso Jesse James. Ao mesmo tempo modesto e intenso, I Shot Jesse James é um retrato fascinante da culpa e do tormento psicológico, e um começo auspicioso para o cineasta independente.
Samuel Fuller realmente não parece muito preocupado com a história de Jesse James, como um mito ocidental. Em todos os seus filmes, ele anda muito ocupado a aprofundar os cantos escuros da natureza humana para entrar no aspecto mais abstrato de mitificação (ou o seu inverso iconoclasta em filmes como The Ballad of Cable Hogue e O Homem Que Matou Liberty Valance ) à la John Ford, Leone, ou Peckinpah. I Shot Jesse James não vive de qualidades míticas, mas principalmente como elas surgem em conjunto com a dissolução psicológica e a mortalidade iminente de Robert Ford ( John Ireland), enfaticamente, o homem que matou Jesse James. O termo "western psicológico", repleto de nuances freudianas, parece uma descrição perigosa, uma simplificação do drama complexamente humano de Fuller, as pessoas de Fuller são as pessoas, em vez de símbolos. Ele recebe na sua humanidade através de uma narrativa intensamente subjectiva, enfatizando, através de um ambiente de close-ups, o espaço interior da consciência de Bob Ford. No processo, Jesse James, o lendário fora da lei, não só desromantiza (a aparência de Reed Hadley como Jesse definitivamente faz com que seja difícil simpatizar com ele), como é praticamente ignorado. A angústia de um homem confuso que iria atirar no seu melhor amigo para ganhar amnistia é um assunto muito mais atraente para Fuller. O título do filme em si é um sinal dessa subjetividade agonizante, sugerindo tanto a confissão como a propaganda, os eixos ordenados da culpa e da potência que delíneam os planos da luta interior de Robert Ford.
O filme é essencialmente uma versão melodramática sobre a vida de Robert Ford, depois de assassinar Jesse James, onde ele seria considerado covarde. Enquanto o filme não explora a complexidade da relação de Ford com James, também iria mostrar algumas razões sobre as quais porque ele matou James, que viria a ser a sua ruína. Enquanto alguns factos permanecem fiéis sobre alguns dos acontecimentos do verdadeiro crime, há muita liberdade dramática que é levada pela motivação de Ford sobre a idéia de ele matar James por causa de uma mulher (Barbara Britton).A realização de Samuel Fuller é bastante atraente para a forma como ele cria um clima de suspense no primeiro acto, como ele iria apresentar o assassinato de James pelas mãos de Robert Ford. Mostra um ar de emoção nas cenas de luta, bem como em alguns dos confrontos que ocorrem.

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