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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

A Caça (Cruising) 1980

"Cruising" é um filme único, embora seja um thriller baseado em assassínios reais de homens gays no bairro de Greenwich Village, em Nova Iorque, no final da década de 70, mas onde o interesse do espectador está no estado mental do personagem central,  em vez da resolução dos crimes. O filme retrata uma população gay caracterizada por uma vasta corrente oculta de inquietação enquanto procura saciar experiências. Os homens são retratados como constantemente em movimento, entrando e saíndo de clubes eróticos, tuneis no parque, quartos alugados, e cabines privadas em lojas de pornografia. Quando Steve Burns (Al Pacino), um heterossexual e inexperiente polícia de Nova Iorque é recrutado pelo departamento de homicídios para entrar disfarçado no submundo da cultura gay na busca do serial killer, acaba por apanhar os seus vicios.
"Cruising" de William Friedkin, foi lançado com um aviso de isenção de responsabilidade, destinado a desarmar o feroz antagonismo da comunidade gay, que tinha sido fortemente expressa em protestos durante a produção do filme. Segundo os produtores o filme não era uma acusação ao mundo homossexual, mas sim um pequeno segmento desse mundo, que não pretende ser representativo do todo. O filme provocou uma enorme onde de reacções, Gays do mainstream consideravam que o filme mostrava uma imagem homofóbica e obcecada por sexo da vida gay. Em contrapartida, alguns espectadores envolvidos no subcultura do mundo dos casacos de cabedal, elogiaram o retrato preciso de um estilo de vida pré-Sida, concentrado no sexo rápido.
A estreia de "Cruising" foi precedida por planos de protestos por todos os Estados Unidos, e o filme levou a classificação "R", embora muitos considerassem merecer a classificação "X". O filme estava, por exemplo, programado para estrear em São Francisco, mas antes o teatro que o iria exibir o filme foi pulverizado com graffitis anti-"Cruising", o que levou a Mayor da cidade a mudar a estreia para outro ponto da cidade. Piquetes e protestos marcaram a estreia em mais de 300 salas, o que levaram o filme apenas a ter uma bilheteira moderada. Friedkin era um realizador de primeiro plano, vinha de filmes de primeiro plano na década de 70, como "O Exorcista",  ou "Os Incorruptíveis contra a Droga", mas passados tantos anos "Cruising" é um grande filme de culto.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Angústia... e Obsessão (Windows) 1980

"Windows" conta uma história complicada de obsessão e vitimização sexual. Tímida e introvertida, Emily Hollander deixa o seu marido abusivo para fazer uma vida sozinha, mas logo é notada pela vizinha Andrea, uma mulher lésbica que se apega obsessivamente a Emily. Usando um telescópio, Andrea espia Emily pela janela do seu apartamento, e apesar das numerosas tentativas de se aproximar de Emily, estas saem goradas, e acaba por contratar um homem para a violar e gravar tudo em cassete. 
O lançamento de "Windows" provocou uma considerável controvérsia entre os grupos de direitos gays por toda a América, por causa do estereótipo da lésbica Andrea, como uma homossexual psicopata. Quando o filme estreou a 18 de Janeiro de 1980, vários grupos de direitos gays fizeram piquetes nos cinemas de Nova Iorque e outras grandes cidades, e o filme recebeu criticas contundentes que combinaram com o esforço dos manifestantes para manter o público longe dos cinemas. A Transamerica Company, controladora da United Artists, desistiu dos planos da exibição do filme nos cinemas do norte da Califórnia depois de receber sérias ameaças de interrupção e violência. 
Acabou por ser um fracasso de bilheteira, o que foi uma vitória para os protestantes contra o filme, mas logo a seguir a atenção dos protestantes se virou para um outro filme semelhante. Foi a única obra de Gordon Willis como realizador, conhecido director de fotografia em filmes como "Klute", "The Godfather," (toda a trilogia), "Os Homens do Presidente", "Annie Hall" e uma série de filmes de Woody Allen.
Legendas em inglês.

 

sábado, 29 de janeiro de 2022

A Vida de Brian (The Life of Brian) 1979

Este filme poderia nunca ter sido feito se o músico e ex-Beatle George Harrison não tivesse fornecido o dinheiro necessário para produzir o filme através de uma produtora criada de propósito para o efeito, a Handmade Films ltd. Os Monty Phyton passaram por dificuldades financeiras depois da produção de "The Monty Python and the Holy Grail", uma paródia das lendas arturianas. 
Os intervenientes não esconderam a polémica que esperavam do filme, quando da sua estreia em 1979 e enfatizaram a provocação em slogans como: "See the movie that´s controversial, sacrilegious and blasphemous. But, if that´s not playing see Life of Brian". Tal como um crítico observou, apesar do facto do cristianismo ser apenas a terceira religião com mais seguidores do mundo, os cristãos parecem ser os críticos mais barulhentos do cinema moderno, e mostraram o seu ponto de vista em voz alta. Foi banido na Noruega no primeiro ano de lançamento, Itália baniu o filme até 1991, na Irlanda até 1990. 
Nos Estados Unidos líderes religiosos de várias religiões fizeram piquetes e protestaram contra a exibição dele em várias cidades, principalmente no Sul, e protestaram igualmente contra a distribuidora do filme, a Warner Bros. Os seis membros dos Monty Phyton foram chamados de pagãs, hereges, ateus entre outras coisas.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Calígula (Calígula) 1979

 "Caligula" relata de forma directa a história da ascenção e queda do imperador Calígula César, o quarto dos 12 Césares do Império Romano, e um dos mais conhecidos depois de Júlio César. A história conta que Calígula foi um dos mais malvados que controlou Roma, e que o seu reinado foi violento, sangrento e corrupto. Estes factos coloriram a visão artística de Gore Vidal, que escreveu o argumento original do filme. Vidal procurou transmitir a personalidade e as acções de Calígula no contexto de um filme biográfico. Mo entanto, o produtor e realizador Tinto Brass procurou alterar o foco graficamente, ilustrando o comportamento libertino e decadente do governante. Mandava matar membros da familia e conselheiros, obrigava as esposas dos seus senadores a trabalharem num bordel da sua própria construção, dorme com o cavalo, lambe o corpo nú da sua irmã mora, viola uma noiva e um noivo na recepção do seu próprio casamento, até ser vitima de um assassinato sangrento.
O filme foi amplamente discutido antes do seu lançamento. Muita atenção foi dada às cenas sexuais antecipadas, que mais tarde dominariam todas as criticas e considerações do trabalho. O filme foi financiado por Bob Guccione, editor da revista Penthouse, e custou 15 milhões de euros em finais da década de 70. Gore Vidal rejeitou as sugestões de Guccione de escrever cenas de cariz sexual no argumento, e acabou por processar o produtor por trer ignorado o seu pedido, e ter o seu nome removido dos créditos. Depois de verem a versão final, a maioria dos actores principais tentaram dissociar-se do filme, mas os seus nomes foram mantidos nos créditos. 
Guccione sabia que o filme nunca iria ser aprovado pela MPAA, então nunca o submeteu. Em vez disso, rotulou o filme de "apenas para audiências adultas", e instruiu os donos dos cinemas que o filme não podia ser exibido para audiências com menos de 18 anos. Foi produzido em Itália, mas quando chegou à alfândega dos Estados Unidos foi considerado obsceno. O tribunal acabaria por deixar o filme entrar no país alguns meses depois, mas a história de proibições ao filme estava apenas a começar. 


domingo, 16 de janeiro de 2022

O Tambor (Die Blechtrommel) 1979

"The Tin Drum", baseado no polémico livro do mesmo nome de Gunter Grass, é uma história surreal do jovem Oskar Matzerath, cujo crescimento é paralelo à ascensão ao poder dos Nazis da Alemanha. Oskar recusa-se a crescer, até que Agnes, a sua mãe, o suborna, prometendo que ele receberá um tambor no seu terceiro aniversário. Quando esse dia chega, e Oskar recebe o presente tão esperado, ele promete a si próprio que vai deixar de crescer e ficar com 3 anos de idade para o resto da vida, decisão que o acompanhará por 18 anos da sua vida. Toma esta decisão porque não se quer tornar como os adultos hipócritas da sua família. 
 Ganhou numerosos prémios em 1979 e 1980, incluindo um Óscar da Academia, mas reivindicações em 1997 de um grupo religioso fundamentalista americano, em Oklahoma, acusou o filme de pornografia infantil, que levava a abusos civis, e todas as cópias em VHS foram confiscadas por agentes da lei. O filme tinha sido amplamente distribuído em VHS por todo o país, mas até então nenhum estado tinha acusado este filme de alguma coisa. A queixa começou depois de um cidadão de Oklahoma City ter ouvido uma palestra na rádio de um ex-aluno de um seminário do Minnesota que se tinha recusado a fazer uma crítica a filmes como "Do the Right Thing", "Like Water for Chocolate", e este "The Tin Drum", alegando que os filmes eram pornográficos.
O residente de Oklahoma, que ouviu a palestra, foi até à biblioteca local e pegou numa cópia do filme, tendo submetido para a polícia local para revisão, alegando que o filme violava a lei da obscenidade do estado, que proibia a representação de jovens menores de 18 anos de fazer sexo. Citou três cenas em que o menino Oskar é visto em actos sexuais com a jovem Maria, de 16 anos. Horas depois, a polícia da cidade confiscou todas as cópias de seis videoclubes, e usou o registo destes para descobrir as cópias restantes que se encontravam em casa de sócios dos videoclubes. A policia foi a casa de cada individuo, e pediu a devolução das videocassetes. O filme estava protegido pela Primeira Emenda, mas foi confiscado de qualquer forma.
Policias tentaram intimidar quem falasse a favor do filme, mas o caso foi ganho em tribunal pelos distribuidores.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Emmanuelle (Emmanuelle) 1974

O argumento de "Emmanuelle" foi adaptado do romance homónimo escrito por Maryat Rollet-Andriane sob o pseudónimo de Emmanuelle Arsan. O enredo depende muito de cenas de sexo explicito que mostram o elenco a deleitar-se com as alegrias e prazeres da liberdade sexual desinibida. A personagem central é a bela jovem esposa de um diplomata francês, alguns anos mais velho do que ela. Estão ligados à embaixada francesa de Banguecoque, e parecem ter um casamento feliz. Emmanuelle gosta e respeita do seu marido, porque ele lhe ensinou muito sobre sexo, mas começa a ficar chateada com a vida de diplomacia. O marido incentiva-a a encontrar algo excitante para preencher os seus dias.
"Emanuelle" inspirou várias sequelas e numerosas imitações, é um clássico ente os filmes eróticos europeus e até mesmo mundiais. Nunca o público europeu tinha visto um filme erótico onde um casal tão livre fazia amor, um com o outro e com qualquer outra pessoa por quem se sentisse sexualmente atraído, de forma tão bela e exótica.
Apesar de ter tido grande aceitação em França, o filme foi primeiramente banido pelo presidente Georges Pompidou, mas acabou por ser liberto quando este presidente morreu. Nos Estados Unidos levou um X pelo MPPA que lhe limitou a exibição só para alguns cinemas independentes. Na cidade de Covina foi mesmo proibida a exibição do filme, o que obrigou o director do cinema da cidade a colocar um processo contra o estado americano. 

Imdb  

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O Exorcista (The Exorcist) 1973

 Adaptado de um livro do mesmo nome de William Peter Blatty, "O Exotcista" relata a história da jovem de 12 anos de idade cujo comportamento aparentemente normal se torna violento e anti-religioso. O filme traça a sua transformação e mostra como ela coincide com uma descoberta demoníaca de um padre jesuíta no Irão. À medida que Regan vai exibindo a sua faceta destrutiva, a mãe, uma actriz divorciada, começa a temê-la, e a tenta ignorar o seu comportamento agressivo, mas depois do noivo da mãe ter caído das escadas abaixo, e morrido, a jovem torna-se a principal suspeita, o que irá obrigar a mãe a procurar ajuda religiosa.
Os produtores de "The Exorcist" já esperavam polémica sobre o filme, uma vez que em algumas comunidades houve tentativas de censurar o livro no qual o filme era baseado. Várias cenas importantes foram citadas como especialmente questionáveis. Além de uma em que Regan se masturba com um crucifico, o filme mostra o Padre Karras a rezar numa capela enquanto uma estátua da Virgem Maria assume a aparência de uma prostituta. A MPAA atribuiu ao filme a classificação de "R", que a Conferência Católica dos Estados Unidos considerou demasiado tolerante, alegando que o filme merecia um "X". Os produtores também tiveram de lidar com alguns esforços que tentavam impedir o filme de ser mostrado em várias cidades, entre as quais Boston e Washington.
Realizado por William Friedkin, acabaria por se tornar num dos maiores sucessos de cinema de terror, vencendo o Óscar de Melhor Argumento, da autoria de William Peter Blatty, igualmente autor do livro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

O Diabo em Miss Jones (The Devil in Miss Jones) 1973

"The Devil in Miss Jones", foi realizado, escrito e produzido por Gerard Damiano, que ttinha feito "Garganta funda no ano anterior. Conta a história de Miss Justine Jones, uma virgem solitária que se cansa da vida e se mata. Apesar de ter levado uma vida exemplar vai para o inferno por causa do suicídio. Ela argumenta que se irá passar a eternidade no inferno, tem de merecer essa condenação. Desejando ter vivido uma vida mais pecaminosa ela pede para regressar à terra por um curto periodo de tempo para perseguir um dos sete pecados mortais, a luxúria. O secretário do inferno concede-lhe o desejo, o atribui-lhe um professor na Terra que lhe diz que ela tem de se concentrar no prazer.
Considerado pela critica como um dos clássicos dos filmes sexualmente explícitos, "The Devil in Miss Jones" difere consideravelmente dos outros filmes semelhantes, dos anos 70 e anteriores, por causa da sua história coerente, banda sonora especialmente composta para si, e também na ênfase da sensualidade sobre a sexualidade, que era igualmente invulgar. Para além disso foi ainda filmado em película, tal como os filmes para cinema da altura. O diálogo é pertinente ao enredo e a montagem era suave, caracterizada por passagens suaves.
Apesar de todos os esforços em retratar o filme pelos produtores, e e, torná-lo num filme de arte, ainda encontrou alguma resistência nos censores, embora muito menos do que "Deep Throat", e foi proibido em vários estados, como Califórnia, Geórgia, Flórida, Kansas, Michigan, Missouri, Nova Iorque, e sobretudo estados sulistas. A maior parte das proibições ocorreram a nível local, quando os operadores dos cinemas eram confrontados com as autoridades locais censuravam e não deixavam que o filme fosse exibido.O caso mais complicado foi em Wayne Country, no Michigan, quando o oficial da lei processou vários cinemas por exibirem este, e outros filmes na mesma altura. 
Sem legendas.



sábado, 11 de dezembro de 2021

Garganta Funda (Deep Throat) 1972

 "Deep Throat" é um filme extremamente importante na história do cinema, como um dos primeiros filmes pornográficos pesados a ser visto por uma audiência mainstream. A história em si é muito básica, porque o realizador originalmente criou segmentos individuais, que deveriam ser vendidos como curtas metragens individuais de sexo. Mais tarde Damiano decidiu criar uma linha de enredo solta que ligava as curtas metragens numa longa, e que se tornou no célebre "Garganta Funda". Landa Lovelance é uma mulher insatisfeita com a sua vida sexual, mesmo depois de muitos encontros sexuais, incluindo um com 14 homens. Consulta um médico e descobre que o seu clitóris está no fundo da garganta, e para ter prazer tem de...não vou entrar em mais pormenores sórdidos.
Historiadores de Cinema atribuem a "Deep Throat" ter colocado em movimento o género moderno da sexualidade explicita, e por trazer a pornografia para o mainstream. Filmado em Miami, por um custo de apenas 24.000 dólares, arrecadou mais de 25 milhões, e foi exibido em 73 cidades. Foi também o único filme a ser atacado em grande escala pelo governo federal. Mesmo assim, foi proibido em vários estados e tornou-se objecto de um grande numero de desafios, locais e federais. Embora tenha sido produzido antes da  decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no caso Miller vs California, em que aplicava aos padrões da comunidade decidir se um filme era obsceno, a maioria dos desafios voltados para o filme foram julgados com base nos padrões locais, e aqui, os espectadores em locais diferentes, nem sempre concordavam que o filme era obsceno. 
Nos distritos menos liberais o filme esteve envolvido em complicados casos judiciais, incluindo 
California, Colorado, Florida, Georgia, Illinois, Iowa, Kentucky, Louisiana, Maryland, Massachusetts, Michigan, Mississippi, Missouri, Nebraska, New Hampshire, New Jersey, North Dakota, Ohio, Pennsylvania, South Dakota, Tennessee e Texas, de 1972 a 1981. Imaginem quantos milhões teria feito se tivesse sido exibido com igualdade em todos os distritos.
Não tem legendas.

domingo, 5 de dezembro de 2021

O Último Tango em Paris (Ultimo tango a Parigi) 1972

"O Último Tango em Paris" relata a relação sexual e emocional invulgar que se desenvolve entre Jeanne, uma bela jovem parisiense que se vai casar em duas semanas, e Paul, um misterioso americano expatriado de luto pela morte da sua esposa, por suicídio. Os dois encontram-se acidentalmente num apartamento vazio em Paris, quando procuram um apartamento. Eles são instantaneamente atraídos um pelo outro, e envolvem-se em relações sexuais intensas e tempestuosas. Depois da insistência de Paul eles concordam em encontrar-se regularmente, sem revelar informações pessoais, incluindo os seus nomes, um ao outro. 
Classificado com um X (por sexualidade, nudez e linguagem) em 1972, "O Último Tango em Paris" desbravou novo terreno, principalmente porque o seu tipo de paixão, violenta e desinibida, que nunca antes tinha sido mostrada de forma tão claro num filme. Ao contrário do sexo suave visto em outros filmes, a extrema franqueza na fisicalidade das relações sexuais deixou alguns espectadores pouco confortáveis. 
De 1972 a 1987 o filme foi proibido em Itália, depois das autoridades federais terem apresentado acusações de obscenidade contra Marlon Brando, Maria Schneider, Bernardo Bertolucci, Alberto Grimaldi e a United Artists. Embora tivessem todos sido absolvidos no ano seguinte, a proibição ao filme permaneceu até 1987. A Itália chegou mesmo a revogar o direito de votar a Bertolucci, e o filme foi também banido em vários países da Europa, incluindo Portugal.   
Nos Estados Unidos a classificação de X deixou-o longe dos cinemas convencionais, e permitiu-lhe ser exibido apenas em casas de arte. A maioria dos cinemas locais não estava disposto a passar por problemas com a lei, dada a fama que o filme já deixava atrás de si, portanto teve poucos desafios jurídicos.  em Montgomery, no Alabama, o operador de um cinema fez um acordo com a United Artists em exibir o filme sem submeter à aprovação. O chefe da policia alertou o dono do cinema que se exibisse o filme sem aprovação prévia seria detido e acusado. A United Artists antecipou-se, e colocou uma acção na justiça contra a cidade de Montgomery, pedindo que a lei do estado fosse considerada inconstitucional e que as restrições ao filme fossem levantadas. O tribunal concordou, e as restrições foram mesmo levantadas.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A Última Sessão (The Last Picture Show) 1971

Adaptado pelo realizador Peter Bogdanovich e por Larry McMurtry a partir do próprio livro do segundo, "The Last Picture Show" permaneceu fiel à sua fonte, e em quase todos os aspectos o filme segue o livro quase literalmente. Tal como no livro, a história fala do desespero e da claustrofobia da vida numa pequena cidade, onde geração após geração passam pelos mesmos ritos, vivendo as mesmas vidas de frustração e sonhos não realizados. Situado na pequena Anarcne no Texas, entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia, o filme narra um breve período nas vidas de Sonny e Duane, melhores amigos que passam a vida a jogar basquetebol, a ir ao cinema e a perseguir jovens raparigas da sua idade. Duane tem uma namorada estável, desejada por todos os rapazes da escola.
"The Last Picture Show" foi geralmente exibido pelos Estados Unidos sem incidentes, por causa da classificação "R" ( restrito a público de 18 anos e maiores, excepto se acompanhados por adultos) atribuidos pela Administração de Classificação e Rating. A classificação alertou os donos dos cinemas e o público que o filme continha conteúdo sexual, nudez e linguagem. Na verdade, o conteúdo sexual era apenas verbal, a linguagem continha palavrões e referências anatómicas inerentes aos personagens retratados, e a nudez consistia numa cena em que Cybill Sheppard se prepara para nadar numa festa de nudismo numa piscina. Os espectadores podem ver a sua hesitação quando ela percebe o que tem de fazer para se conformar. No entanto, a única tentativa de censurar o filme que entrou nos tribunais federais, obrigou-os a mudar a sua percepção de "obscenidade", no ano seguinte.
Depois de receber queixas de residentes no drive-in local, o procurador da cidade de Phoenix, Arizona, escreveu ao dono do teatro que o filme violava os termos do estatuto de obscenidade estatal, e que poderia ser visto por pessoas que passassem pelo público que estava no drive-in. O procurador da cidade advertiu que se não parassem de exibir o filme poderiam ser processados. A exibição do filme só poderia continuar se o distribuidor concordasse em apagar o segmento de 4 segundos em que Cybill Sheppard aparece em nu frontal, uma ordem rejeitada pelo produtor e pelo distribuidor. Estes avançaram logo com uma acção em tribunal, argumentando que o estatuto de obscenidade violava os seus direitos civis, aos quais os tribunais responderam dando razão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Iniciação Carnal (Carnal Knowledge) 1971

 "Carnal Knowledge" relata a história de dois colegas de quarto na universidade, Sandy e Jonathan, e as suas relações conturbadas com as mulheres, desde o final da década de 40 até à década de 60. Os críticos frequentemente comentam que este é um filme desconfortável para muitos homens assistirem, porque muitas das interacções humanas são comuns, mas também disfuncionais. Sandy e Jonathan abordam as mulheres de formas diferentes. Sandy é tímido e desajeitado e afirma sentir-se atraído pelas mulheres por causa da sua sensibilidade e inteligência. Em contraste, Jonathan é ousado e misógino, selecionando as mulheres com base nos seus recursos físicos. Quando os dois conhecem uma bela rapariga de nome Sandy numa festa da faculdade, Jonathan descarta-a porque os seus seios são muito pequenos. Sandy namora com ela e descobre que ela sexualmente apaixonante, embora virgem. Quando Jonathan descobre, convida-a para saír, e também se envolve com ela.
 "Carnal Knowledge foi aclamado como um dos 10 melhores filmes de 1971, mas em Março de 1972, um júri de Albany, na Geórgia, considerou o filme obsceno, e condenou o operador do cinema Billy Jenkins por distribuir material obsceno. O caso foi a julgamento no tribunal superior de Dougherty Country, e  juiz considerou Jenkins culpado. O júri baseou a sua decisão no estatuto de obscenidade da Geórgia, que podia variar de intérprete para intérprete. 
De apelação em apelação, o caso chegou ao Tribunal Supremo dos Estados Unidos, mais de dois anos depois, e finalmente Jenkins conseguiu ser ilibado do caso. Realizado por Mike Nichols, o filme foi um enorme sucesso comercial, e foi visto por quase 20 milhões de espectadores.

domingo, 21 de novembro de 2021

Três Mulheres na Intimidade (The Killing of Sister George) 1968

O enredo de "The Killing of Sister George" centra-se em June Buckridge, uma actriz de meia idade de uma longa série da BBC, que descobre que a sua personagem, uma enfermeira chamada Sister George, irá ser morta passados tantos anos. Buckridge é ultrajante, sádica, e dominadora com a sua namorada Childie, que mora com ela, e gosta de puni-la ritualisticamente por quebrar as regras que ela própria criou. A relação das duas é tempestuosa, e o comportamento abusivo de Buckridge aumenta quando ela começa a perceber que já não tem o mesmo sex appeal de outrora. A relação entre as duas irá ficar mais tensa quando uma terceira mulher entra na vida das duas, Mercy Croft, uma executiva lésbica que tenta viver num mundo hétero,  e se irá envolver com Childie.
Baseado numa peça teatral com o mesmo nome, "The Killing of Sister George" ganhou notoriedade pelo assunto do lesbianismo e também por ter representado a primeira cena de amor lésbico num filme de grande orçamento. Os críticos focaram a sua atenção numa cena gráfica entre Childie e Croft. Pauline Kael intitulou a sua crítica de "Frightening Die Horses", e expressou choque sobre "os 119 segundos que mostravam exactamente o que as lésbicas podiam fazer". 
De uma forma geral, a abordagem de Robert Aldrich, realizador e produtor, é uma abordagem imparcial para lidar com este tema controverso, um tema que era muito controverso na Inglaterra dos anos sessenta. No entanto, embora tenha sido pensado para defender os direitos dos homossexuais, o seu retrato das lésbicas como doentes, depravadas ou infelizes, causaram uma péssima imagem da comunidade, mesmo com o público homossexual a opor-se ao retrato de June Beckridge como demasiado masculino e demasiado agressivo.
Na américa o filme recebeu o rating de "X", por causa do seu tema lésbico. Muitas cidades proibiram totalmente o filme, noutras um reel inteiro foi removido para que o filme pudesse ser mostrado. Até o anúncio do filme foi censurado pelo Los Angeles Times, que alterou o desenho de uma figura feminina e apagou referências à temática da longa metragem. Hoje em dia, o filme adquiriu um status de "camp" pela representação estereotipada dos papéis lésbicos.

sábado, 13 de novembro de 2021

Vixen! (Vixen!) 1968

 A trama do filme é sobre as escapadelas sexuais de Vixen Palmer, que possui uma pousada na Columbia Britânica, com o marido Tom. Enquanto Tom Palmer está longe de casa, trabalhando como piloto no mato ou servindo como guia para caçadores hóspedes da pousada, a sua esposa aborrecida procura agressivamente outros homens e mulheres para parceiros sexuais. Como diz uma crítica da revista Time, ela tem "casos com todos, desde a polícia montada do Canadá até à esposa de um pescador. A história também procura lidar com questões da contemporaneidade como o racismo, antimilitarismo,  comunismo, que o tribunal viu como, simplesmente "um comentário social inventado totalmente sem relação com o tema dominante do filme".
O filme foi classificado com um "X" (apenas para adultos) pela MPAA, para que não pudesse ser reproduzido em cinemas comerciais, mas foi-lhe permitido ser exibido em cinemas de arte. Em Ohio o distribuidor foi proibido permanentemente de exibir o filme no estado depois das autoridades locais entrarem com um pedido de liminar contra o filme. Os advogados do distribuidor levaram o caso para a Suprema Corte do Ohio, para levantar a proibição. O tribunal manteve a proibição depois de se recusar a distinguir legalmente a diferença entre a "representação de supostos actos sexuais na tela e a realização de tais actos". O tribunal também alegou que qualquer valor social que o filme pudesse ter foi negado pela evidência de que "o expositor do filme foi motivado principalmente pela perspectiva de ganho financeiro, equivalente a ceder a lascivos interesses em sexo, e por isso era tão negativo qualquer valor social ou importância que o filme possa ter".  
Sem legendas.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Candy (Candy) 1968

Baseado num livro clássico do mesmo nome, escrito por Terry Southern e Mason Hoffenberg, sob o pseudónimo de Maxwell Kenton. A história apresenta uma banda sonora bastante animada de música contemporânea, e goza com algumas das modas dos anos sessenta, como o uso de LSD, religiões orientais, protestos antimilitares e hippies. Os críticos denegriram "Candy", alegando que faltava um enredo coerente, mas o público gostou da sátira social e auto-crítica, pontuada por um elenco de excelência com estrelas de topo daquele período, como Charles Aznavour, Richard Burton, Marlon Brando, John Astin, Ringo Starr, Walter Matthau, James Coburn e John Huston. 
O filme é sobre o despertar sexual de uma jovem que embarca numa série de aventuras sexuais bizarras com um bando de personagens estranhas e perturbadoras. Ao longo do caminho para se tornar uma mulher, Candy encontra um médico que incentiva a masturbação prolífica e frequente, um ginecologista exibicionista que examina Candy publicamente, e um corcunda ladrão. Enquanto que a maior parte do filme se desenvolve como se fosse um filme pornográfico com enredo, uma trama subtil surge. Através das suas estranhas façanhas sexuais Candy torna-se uma adulta auto-suficiente, capaz de ter emoções e decisões independentes.
O filme, que defende a liberdade sexual e a experimentação, foi censurado quando estreou em França e nos Estados Unidos. A versão original tinha 124 minutos, mas foram cortados 14 para ser em exibido em França. Nos Estados Unidos, a reputação do livro, que tinha sido lançado 10 anos antes, era muito má,  o que levou muitos cinemas a rejeitarem o filme, mesmo depois dele receber a classificação "R" pelo MPAA. Em Jackson, no Mississippi, o director do cinema resolveu exibir o filme, e foi preso com o seu projecionista por exibir um filme obsceno. 

sábado, 6 de novembro de 2021

Sou Curiosa (Jag är nyfiken - en film i gult) 1967

"I Am Curious - Yellow" cria a impressão de ser quase totalmente improvisado. Inclui números musicais aleatórios, comerciais, concursos para entrar por correio, e uma séries de outros inovações que pontuam a busca da heroína pela verdade. Lena, de 22 anos, quer saber tudo o que puder sobre a vida e sobre a realidade. A sua busca centra-se no questionamento social, moral e político que a rodeia, e fantasia em manter uma conversa com Martin Luther King, manifesta-se contra a guerra do Vietname, e entrevista homens e mulheres nas ruas de Estocolmo, enquanto mantém um caso com um homem casado que vende carros. Os dois envolvem-se em actividades sexuais em vários locais, incluindo numa varanda do Palácio Real, e numa árvore.
Embora o filme seja conhecido pelo conteúdo sexual, é pouco mais do que atrevido para os padrões actuais. Os actores, o realizador e a equipa de filmagem são mostrados num enredo paralelo humorístico, sobre a produção do filme e a reação à história e uns e aos outros. Ao mesmo tempo, o questionamento sexual exige atenção, porque contém ampla nudez e cenas atrevidas de sexo.
Quando estreou, o filme inspirou centenas de artigos em jornais e revistas, debatendo o seu impacto no cinema internacional. Segundo os criticos, foi responsável por "atiçar as chamas de uma nova era em Hollywood", e foi banido não só por todo os Estados Unidos, mas também em muitos países na Europa. A realização era de Vilgot Sjoman, de quem já tinhamos visto neste ciclo, "491".

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Titicut Follies (Titicut Follies) 1967

Este documentário regista cenas de maus tratos a presidiários e as condições numa prisão para criminosos loucos, contrastando com cenas de uma musical executado pelos pacientes e pela equipa dentro do mesmo local. Um dos documentários mais perturbadores já feitos, é honesto e inflexível no seu retrato dos horríveis abusos nesta instituição. Mais importante, Frederick Wiseman, esperava que o filme lançasse luz sobre o tipo de sociedade que trataria os menos afortunados dos seus membros, nesta forma desumanizante e cruel.  
"Titicut Follies" foi o único documentário a ser mostrado no festival de Nova Iorque de 1967. Recebeu algumas críticas bastante positivas e foi também assunto de vários artigos nos jornais e revistas que elogiavam a coragem do realizador, condenando as condições que este expôs. Pouco depois do filme estar concluido, Wiseman tentou mostrar o filme em Massachusetts, mas os legisladores estaduais proibiram de imediato, quando um juiz decidiu que as representações de reclusos nús, ou exibindo manifestações de extrema "doença mental" constituíram uma intrusão indecente nos aspetos privados das suas vidas. Os advogados do distribuidor apelarem da decisão, e o tribunal modificou a proibição para que o filme pudesse ser exibido para "legisladores, juízes,  advogados, médicos, psiquiatras, estudantes desses ou campos relacionados, e organizações que lidam com os problemas sociais de cuidados de custódia e enfermidades mentais. 
Segundo um juiz, o filme era ao mesmo tempo uma acusação contundente das condições desumanas que prevaleciam dentro de uma instituição do estado, e uma inegável violação da privacidade dos prisioneiros do filme, que são mostrados nus e envolvidos em actos que inquestionavelmente embaraçariam um individuo de sensibilidade normal.  O público pode e tem o direito de saber o que se passava nas instituições públicas, mas aqui este direito estava em conflito com o "interesse do indivíduo na privacidade e dignidade". Assim, a recusa do tribunal em rever o caso afirmou as limitações do tribunal inferior. 
Os funcionários da instituição de Bridgewater também entraram com uma acção contra o filme para proibir este de ser exibido por motivo de difamação e invasão de privacidade. O tribunal não lhes deu razão, mas até 1991 o filme permaneceu restrito aos profissionais que eu referi em cima. 

domingo, 24 de outubro de 2021

A Raposa (The Fox) 1967

"The Fox", a adaptação de uma história curta do mesmo nome, escrita por D. H. Lawrence, contém apenas quatro personagens principais. A história gira à volta de duas mulheres, Jill Banford e Ellen March, que se conheceram na universidade, e que vivem juntas numa quinta isolada no Canadá. Jill assume o papel da mulher tradicional, a tomar conta da casa e a cozinhar, enquanto Ellen assume os tradicionais deveres masculinos, de fazer os trabalhos na quinta e servir como protectora de Jill. Cada uma veste-se para acomodar os seus deveres, tornando Jill a mais feminina das duas. O filme pega na criação de Lawrence sobre uma inconsciente atracção lésbica, e torna-o numa relação lésbica intensa e obsessiva, o público vê as duas mulheres na cama a beijarem-se e a abraçarem-se apaixonadamente.
Esta harmonia é ameaçada por uma raposa que ameaça o galinheiro. Ellen tenta matar o animal várias vezes sem sucesso, mas o animal é na realidade uma metáfora para o que está a chegar. Irá chegar um homem que irá atrapalhar as suas vidas, o neto do falecido proprietário da quinta onde as duas jovens vivem, e que decide visitar o lugar de onde tem muitas memórias de infância.
O filme não foi selecionado para passar em muitos cinemas, por causa do selo "Mature Audiences Only", que foi dado pela MPAA. Em 1968, em Jackson, Mississippi, dois polícias acompanhados por um advogado, compraram bilhetes para ver uma das sessões do filme. Imediatamente após a exibição, sem qualquer mandato, apreenderam o filme e prenderam os operadores do cinema, acusando-os de ter violado uma leita estatal do Mississippi, que fazia da exibição do filme um espectáculo "obsceno", sujeito a punição. Os operadores do teatro foram logo julgados e condenados sem poderem apresentar contestação, os seus advogados foram acusados das mesmas violações, e não foi um caso fácil de resolver. Segundo um juiz, o filme era sórdido e bizarro, e continha cenas repulsivas e ofensivas, e que excedia todos os limites de propriedade e decência. A decisão não viria a ser revertida, revelando a profundidade do medo que tópicos lesbianos motivaram na década de 60.


terça-feira, 19 de outubro de 2021

Viva Maria! (Viva Maria!) 1965

"Viva Maria!" é um western cómico que relata as aventuras de um circo itinerante e uma troupe de música no fictício país de San Miguel. O filme apresenta inúmeras sequências cómicas, incluindo granadas de mão lançadas por um pombo, Brigitte Bardot a balançar por entre as árvores com uma corda, um presidente corrupto, revolucionários ineptos cujos comportamentos põem em causa a sua capacidade de se conduzirem. O filme caricatura a infância revolucionária de Maria O´Malley, desde 1891 na Irlanda até 1907, na América Central, quando a jovem Maria explode uma ponte que o soldados coloniais britânicos estão a cruzar enquanto tentam alcançar o seu pai, um anarquista irlandês. Ela foge dos soldados e junta-se a um grupo itinerante em San Miguel. Durante uma perfomance, acidentalmente faz um número de striptease, que a torna muito famosa na região.
"Viva Maria" não se levou muito a sério, mas os censores do Texas, sim. O distribuidor submeteu o filme para a MPCB, em Dallas, para solicitar licença de exibição. Oito membros do MPCB votaram no filme como impróprio para menores, enquanto um nono membro se absteve. Uma portaria local permitia que o MPCB pudesse fazer esta classificação se acreditasse no seu julgamento que um filme "descrevesse ou retratasse brutalidade, violência criminal ou depravação de forma a incitar os jovens ao crime, delinquência ou promiscuidade sexual". A lei previa também que se um exibidor não aceitasse as regras, a MPCB devia entrar com um processo judicial para impedir a exibição do filme. O exibidor, neste caso, não aceitou a avaliação do filme, e fez uma exposição por escrito alegando que o filme tinha sido mal avaliado. 
O juiz da primeira instância alegou que o filme tinha duas ou três cenas que poderiam influenciar negativamente os jovens, mas o exibidor voltou a apelar até o caso ser julgado na Suprema Corte dos Estados Unidos, que deu razão ao filme realizado por Louis Malle, num caso que levaria a indústria de Hollywood a abandonar o Production Code. 


sábado, 16 de outubro de 2021

Desafiando o Perigo (The Bedford Incident) 1965

 "The Bedford Incident" retrata o choque de vontades nacionalistas durante a guerra fria, e os resultados de um confronto entre as forças dos Estados Unidos e da Rússia. O capitão Eric Finlander, um capitão naval experiente, ganhou uma reputação de capitão confiante, que pode ser duro com as suas tropas de vez em quando. É especialmente exigente com o desempenho de Ensign Ralston, um jovem oficial novo no contratorpedeiro, que Finlander acredita ter potencial se for treinado da maneira correcta - a  sua maneira. A nova missão de Finlander é a atribuição do comando do USS Bedford, um recém lançado destruidor naval, cuja missão é erradicar submarinos hostis do Atlântico Norte.
Devido ao aumento de atenção dos média sobre a guerra fria, o governo deu autorização a um jornal para entrevistar o capitão e documentar as actividades do navio. Ben Munceford é o civil selecionado para acompanhar o navio na sua patrulha de rotina. É um jornalista veterano queparece pouco hesitante sobre o poder, e o capitão deixa claro desde o inicio que vê o jornalista como uma distração desnecessária. Finlander também está chateado com outra decisão do alto comando, a quem ele sente terem prestado um péssimo serviço, enviando um médico substituto.
"The Bedford Incident" é o outro filme selecionado pela Columbia, em conjunto com "Bunny Lake is Missing", para testas as leis da censura inconstitucionais do Kansas.  Apesar de uma condenação informal do filme por exibir uma visão demasiado liberal ao retratar o confronto de um destruidor da marinha com um siubmarino russo como uma situação sem saída, o filme não foi banido nem censurado em mais nenhuma cidade do país. Em Novembro de 1965 a Columbia tentou exibir o filme no Kansas sem pedir selo de aprovação, decisão que foi vedada pelo tribunal. O caso seguiu para julgamento em conjunto com "Bunny Lake is Missing", o filme que vimos no post anterior, tendo a distribuidora levado a melhor.