sábado, 11 de maio de 2013

Dias de Glória (Days of Glory) 1944



Primeiro filme grande de Jacques Tourneur para a RKO Radio Pictures depois de terminar a trilogia dos filmes de baixo orçamento para a unidade de terror do produtor Val Lewton, no início dos anos 1940, era uma peça de propaganda de guerra atmosférica, para o qual o realizador pode ser visto a aplicar o mesmo talento para visuais marcantes tingidos de noir, que era o tom de muitos outros filmes do género do mesmo período. O filme é uma elegia cinematográfica ousada, dedicada à bravura e abnegação do povo russo, que assumiu a adesão das unidades partidárias rebeldes organizadas por forças militares de Stalin, em 1941, para combater o sucesso inicial da Operação Barbarossa. A intenção: interromper ou, eventualmente, repelir a invasão de Hitler à Rússia Soviética.  
A estratégia desenvolvida numa longa e brutal campanha de guerrilha, lutaram na frente oriental durante todo o resto da 2 ª Guerra Mundial, que apenas chegava ao fim quando o filme estava para ser lançado nos cinemas norte-americanos. Mesmo com o conflito ainda fresco nos corações e mentes, as complicações e ambiguidades morais da guerra são, no entanto explicitamente abordadas pela narrativa do filme - mesmo com um revestimento do glamour de Hollywood dos anos 40, e o sentimento romântico. Ao mesmo tempo, o Exército Vermelho é aqui retratado de forma inequívoca pela máquina de Hollywood como sendo constituido por lutadores da liberdade de coração valente para serem louvados como grandes heróis, e o pequeno grupo de aldeões rebeldes russos, que são o foco deste conto, fazem esta licitação de bom grado e entusiasticamente em defesa da sua pátria. Nos dias que correm, provavelmente estariamos mais inclinados para vê-los como vítimas comuns, fatalmente presos entre dois regimes totalitários igualmente brutais e opressivos, mas o oficial do Exército Vermelho encarregado de organizar o bando de guerrilheiros numa célula de combate underground eficaz, é aqui interpretado pelo belo actor de Hollywood Gregory Peck, no que foi também a sua estreia cinematográfica, e foi com a guerra ainda a decorrer que o filme entrou em produção em 1944, e a mensagem final era clara: só é um bom nazi, um nazi morto, e nenhum preço é demasiado alto para ser pago pela derrota de Hitler.
 O filme conseguiu arrecadar uma nomeação para o Óscar de Melhores Efeitos Especiais, que acabaria por perder em detrimento de "Thirty Seconds Over Tokyo", outro filme sobre a Segunda Guerra Mundial.

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