sábado, 11 de maio de 2013
Amor Selvagem (Canyon Passage) 1946
Em 1856, um empresário do interior, Logan Stuart (Dana Andrews) acompanha Lucy Overmire (Susan Hayward), a noiva de um amigo, de volta para casa para a remota Jacksonville, no Oregon. No decurso da difícil viagem, Lucy sente-se atraída por Logan, cujo coração parece pertencer a outra. Assim que chegam a Jacksonville, uma confusão de subtramas envolvendo vilões, damas, triângulos românticos, febre do jogo, homicídio, e vigilantismo ... culminando com uma revolta indígena que ameaça todos os colonos.
"Canyon Passage" é um exercício maravilhosamente divertido no subgénero "western psicológico", rodado num glorioso Technicolor, e com algumas interpretações surpreendentemente pesadas pelo excelente elenco. O realizador Tourneur, no auge da sua forma (o filme seguinte a Canyon Passage seria o noir clássico, Out of the Past), manipula de uma forma incrível o argumento deste western (o seu primeiro western, assim como o seu primeiro filme colorido), trazendo um fio condutor, quase hipnotizante. Enquanto os principais elementos da trama são simples (o triângulo amoroso, a cidade civilizada emergente, o valentão da cidade), Tourneur mostra uma atenção quase perversa de intrigantes detalhes ao desenhar os personagens que irão preencher esta trama.Obviamente, Tourneur deu um maior destaque aos canalhas deste filme, deixando Brian Donlevy e Ward Bond criarem vilões memoráveis e complexos que inquietam desenhar a simpatia do espectador. O George de Donlevy, um ladrão que procura sempre o caminho mais fácil, é o suficiente preverso para escolher alguém tão bonita como Lucy para sua noiva, mesmo indo tão longe a ponto de ousar que o seu melhor amigo Logan a beije, para provar que é melhor. Tourneur, na sua busca por personagens mais complexas moralmente, recusa-se a deixar-nos saber, concreta e definitivamente, se George realmente matou o mineiro por causa do ouro, tornando ainda mais desconfortável o personagem George. O tratamento de Tourneur para com o valentão da cidade, Honey Bragg, é talvez o mais estranho neste filme. Bond, dando a Bragg uma inteligência pensativa e astuta ao seu personagem, sai quase como patético na sua luta com Logan (melhor sequência do filme). Espancado, mas não abatido, ele é o desprezo da multidão que instiga a luta. E quando Bragg foge dos índios que querem vingar a sua violação e assassinato de uma jovem india, Tourneur dá-lhe um momento final do simpatia do público, como um quadro do seu rosto aterrorizado preenchido entre as folhas vermelhas de um outono sangrento (o uso da cor por Tourneur não é nada menos do que brilhante neste filme).
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