sábado, 9 de março de 2013

Matá-Lo! (¡Mátalo!) 1970


Os primeiros tempos do Spaghetti Western viram os produtores italianos tentando disfarçar os seus filmes da melhor forma possível. Actores americanos ou britânicos foram trazidos para os papéis principais,  nomes americanizados foram dadas ao restante elenco e o argumento e a realização foram desenvolvidos, tanto quanto possível para imitar os westerns americanos. Tudo isto mudou quando Leone e Corbucci transformaram o género em 1966, e os realizadores europeus começaram a perceber que poderiam fazer westerns do seu próprio modo. Mais marcante foram as vezes em que a marca europeia do surrealismo foi aplicada no velho oeste. 
Numa pequena cidade do Oeste, Bart (Corrado Pani) tem a cabeça num laço esperando a sentença de morte, quando um gang de bandidos mexicanos invade a cidade, matando toda a gente à vista e libertando o condenado. Já fora da cidade, Bart compensa os bandidos, apenas para matá-los momentos depois. Encontra-se com os velhos amigos Ted e Phil, e retiram-se para uma desolada cidade fantasma, para planear uma emboscada numa carruagem que leva uma grande quantidade de ouro. A emboscada é bem sucedida, mas Bart é abatido. Como o regresso do grupo, com menos um membro, para a cidade, dois outros viajantes aproximam-se para um confronto com este bando mortal ...
Embora Matalo! seja um remake de "Kill the Wickeds", é um western bem único. Há algumas semelhanças com os westerns de Monte Hellman, mas sente-se mais próximo em espírito de filmes como "The Wild Angels" ou "Easy Rider", com os membros do bando a agirem como se fossem membros dos Hells Angels. Claudia Gravy, a mulher do grupo, poderia ser a namorada de qualquer um, mas submete-se a Pani, o líder do bando. A maioria dos elementos da história original foram respeitados, mas há uma pequena alteração que parece bastante essencial: no filme original não era Bart, mas um dos outros membros do gang (o Braxter deste filme, interpretado por Luis Davila), que ìa ser enforcado na cena de abertura. É uma melhoria definitiva para o filme terminar com a sua presença, Pani realmente torna-se o personagem central da narrativa, mesmo que esteja está ausente durante a maior parte do filme.
O realizador Cesare Canevari é o homem que faz o filme único, e é ajudado extensivamente pelo compositor Mario Migliardi com uma banda-sonora completamente psicadélica, que soaria melhor num Giallo de Dario Argento - mas desde o ínicio fica claro que este não é um spaghetti normal. A cenografia é particularmente digno de nota, a cidade fantasma é uma das melhores de todos os westerns e garante dezenas de ângulos surpreendentes para os cinegrafistas poderem trabalhar. Canevari toma muito bem proveito de todas estas características, combinado com uma montagem distintamente rápida para dar ao filme uma atmosfera única e memorável.

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