domingo, 19 de janeiro de 2014

Sheitan - Pacto com o Diabo (Sheitan) 2006



A história segue os amigos Thai (Nicolas Le Phat Tan), Bart (Olivier Bartelemy), Ladj (Ladj Ly) e Yasmine (Leïla Bekhti), que conhecem Eve (Roxane Mesquida) numa discoteca e concordam segui-la a uma casa no campo para continuar a sua festa. É de manhã, na véspera de Natal, e quando chegam a esta casa no meio da nada, são recebidos por um rebanho de cabras e estranho governante... Joseph (Vincent Cassel).
Joseph é a verdadeira estrela do filme e a interpretação de Vincent Cassel é incrível. A sua personagem psicótica, maníaca, de olhos arregalados, sorrindo, é ao mesmo tempo divertida e assustadora, em igual medida, e desde os início sabemos que os outros personagens devem ser cautelosos. Ele saúda os jovens - um pouco calorosamente - para dentro de casa, onde Eve mostra a coleção de bonecas da sua família. Essas bonecas fazem Chucky parecer um simpático brinquedo. A mise-en-scene diz "Corram, seus tolos". É óbvio que eles devem fugir dalí o mais rápido possível.
"Sheitan" pertence a uma produtora chamada Kourtrajme (gíria em francês para "curta-metragem"), um coletivo urbano de jovens realizadores, músicos e designers gráficos, onde Kim Chapiron, o realizador deste filme, pertence. Depois de algumas curtas postadas no site da Kourtrajme ganharam fama no submundo do cinema francês, e uma certa hype na imprensa francesa, ajudada pelo realizador de "La Haine" Matthieu Kassovitz, e o actor Vincent Cassel - tanto que ambos apareceram em algumas das suas curtas, e Cassel é o protagonista deste filme. Mesmo Chris Marker, o lendário realizador de La Jetée (1962), não hesitou em compará-los como a nova onda do cinema francês. 
Pelo que é visto em Sheitan, a sensibilidade de Chapiron está algures entre Gaspar Noé (Irreversível) e Harmony Korine (Gummo), um surrealismo desprezível povoado por imagens grotescas e uma aberrante violência extrema. Em muitos aspectos, é um exercício de culto juvenil, o que provavelmente explica por que ganhou tanta fama, e o cobiçado prémio Midnight Madness no Toronto Film Festival. Mas o filme tem um trunfo enorme em Vincent Cassel, e só por isso já vale a pena uma visualização.

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