quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
A Vida de Jesus (La vie de Jésus) 1997
Na pacata cidade do norte de França, chamada Bailleul, Freddie um jovem desempregado alivia a sua existência monótona a andar de moto com o seu gang de amigos, e a dormir com a namorada. Sem qualificações e a sofrer de epilepsia, Freddie tem pouca esperança de conseguir um emprego, e a sua frustração transforma-se em ódio quando vê um jovem árabe a tentar conversar com a sua namorada ...
Este notável filme estreia de Bruno Dumont pinta um quadro sombrio da frustração adolescente, tendo algumas semelhanças com o filme de Mathieu Kassovitz de 1995, La Haine, que também abordou os temas do racismo e da exclusão social. Em claro contraste com La Haine, o filme de Dumont é muito menos intenso e está muito menos preocupado com o estilo visual. Enquanto La Haine ocorre num cenário urbano lotado (onde as tensões racistas são quase inevitáveis), Dumont faz passar o seu filme numa pitoresca cidade do interior. De alguma forma, os males do racismo assumem um tom mais escuro quando passados num local bucólico mais remoto.
O filme tem um estilo visual distinto, alternando entre o sedutor e o chocante, com uma simplicidade minimalista, que lembra muito os filmes de Robert Bresson da sua fase da carreira mais tardia. Como Bresson, Dumont usou actores não profissionais, embora alguns tenham sido treinados para dar um desempenho mais naturalista. A influência Bresson é mais que evidente no final do filme, quando o personagem central, Freddie, depois da sua queda impressionante da graça, descobre a redenção, numa sequência extremamente comovente e muito bem filmada.
Ganhou uma série de prémios em diversos festivais. Em Cannes ganhou a Menção Especial da Câmera de Ouro.
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