quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Os Anjos Exterminadores (Les Anges Exterminateurs) 2006



"Les Anges Exterminateurs",de Jean-Claude Brisseau, começa em San Francisco no Roxie Cinema, e é baseado em eventos que supostamente ocorreram durante e depois do seu filme de 2002, Coisas Secretas (aka Choses Secrètes), onde o realizador foi acusado de assediar sexualmente jovens atrizes, obrigando-as a masturbarem-se durante as audições. Foi multado, mas nunca chegou a ser preso. Aqui, ele conta a história de um realizador de cinema, François (Frédéric Van Den Driessche), que tem intenção de fazer um filme sobre a sexualidade feminina. Infelizmente, a sua ideia de sexualidade feminina joga muito com as lúgubres fantasias lésbicas de um homem. François entrevista várias jovens mulheres. Muitas recusam os seus pedidos de se exibirem para ele, mas acaba com três actrizes aventureiras, Charlotte (Maroussia Dubreuil), Julie (Lise Bellynck) e Stéphanie (Marie Allan), e cada uma delas começa a agir se uma forma obsessiva, cruel e depravada, enquanto François observa. (aparentemente ele não tem autoridade como realizador sobre elas.) Dormem juntos para a audição, decidem que gostam e continuam a dormir juntos, tocam-se, e muito mais.
Como acontece em Coisas Secretas, Brisseau recusa-se a deixar o filme caír em exploitation. Continua a insistir que está a fazer algo artístico e/ou verdadeiro, levando o filme para terrenos perigosos: o pretensionismo. O olhar da câmera de Brisseau é análogo ao voyeurismo de François, interligando o processo com um tom autobiográfico, e a presença de anjos/demónios que assistem e comentam sobre (e manipulam?) François e as suas actividades, a principal preocupação é a dinâmica compartilhada entre o observador e o observado. É uma relação multifacetada sobre a qual Brisseau não está interessado em dar respostas concretas, mas sim, com este, um filme quase pornográfico, e estranhamente metafísico, criando uma mistura de confusão, medo, e emoções.

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