sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

La Vie Nouvelle (La Vie Nouvelle) 2002



Um mosaico de cenas, a maioria delas sombrias e cruas. Vemos os seres humanos serem vendidos como peças de carne, uma cena infinitamente depressiva de uma prostituta forçada a ter o seu cabelo cortado com uma faca, um americano que se apaixona por uma prostituta, um cliente perturbadoramente abusivo, alguns chulos e criminosos, um clube de strip e uma disco party. Lentamente vamos juntando a história de um rapaz que se apaixona por uma prostituta e que quer salvá-la do seu submundo.
O corpo humano é o tema mais frequentemente fotografado no cinema, por isso, quando um realizador consegue encontrar maneira de fazê-lo com que pareça erótico e emocionante, é difícil ignorarmos o acontecimento. Passado primeiro num hotel do Leste Europeu abandonado, La Vie Nouvelle, a segunda longa-metragem do realizador francês Philippe Grandrieux, visa aproximar-se de um estado de espírito em que os sentidos de um indivíduo tornam-se oprimidos. Empurrando os seus personagens a tais extremos, embora sexuais e emocionais, o realizador cria um estilo no qual os seus visuais experimentais e auditivos têm tanta justificação narrativa como qualquer outra coisa no filme. Ao mudar de stock de filme, permitindo que o foco da câmera produza efeitos, e colocando a câmera tão perto dos seus atores que se torna totalmente conivente com o elenco, trazendo emoção para as suas interpretações, Grandrieux cria uma atmosfera tátil.
Enquanto Sombre encarna a categorização do conto de fadas gótico, quase alegórico, La Vie Nouvelle pode ser descrito como quase-mitológico no seu argumento subjacente. A implementação de um lento revelar das trevas para uma imagem nervosa, contextualmente ambígua que ocorre da mesma forma na sequência de abertura de Sombre, o efeito é de uma abstrata dissociação, de um mundo físico real para um subconsciente. 
Legendas em inglês.   

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