quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Carne (Carne) 1991



A história é sobre um talhante de carne de cavalo, o único responsável pela sua filha, cuja vida não muda muito enquanto ela cresce, até que suspeita que um homem a violou.
A tensão sexual está no máximo desde o início do filme, como podemos ver o talhante a vestir a sua filha desde o nascimento até à adolescência, enquanto o seu único prazer parece estar em montar um cavalo da feira.
Este não é, definitivamente, um filme para espectadores mais sensíveis. Começa por nos falar sobre a carne de cavalo, e como, apesar de ser comida em França, é geralmente considerada levemente repulsiva. Noé, então, começa a despertar-nos vários níveis de repulsão, com uma representação gráfica de sangue, sexo, morte e nascimento.
Isso tudo acontece com uma névoa de vermelho e preto, aliviada apenas por sinais a preto-e-branco intrusivos. A banda sonora é fortemente reminiscente de Eraserhead de David Lynch, batidas arrítmicas contrastando com silêncios gritantes e zumbidos de baixa frequência. O diálogo é mantido a um mínimo, e quase não pode ser considerado isso, sendo limitado ao talhante a conversar com a sua filha que não responde, presumivelmente por ser deficientes mental. A fotografia é tão desconcertante, com cabeças cortadas, mudanças bruscas de ângulo, e shots aleatórios do cenário.
Média-metragem realizada por Gaspar Noé. Não era o seu primeiro trabalho no cinema, mas era uma anticipação para o seu primeiro trabalho no cinema: "Seul Contre Tous".
No festival de Cannes de 1991, ganhou o prémio SACD para Melhor Curta.

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