domingo, 21 de abril de 2013

O Rolo Compressor e o Violino (Katok i Skripka) 1960


"O Rolo Compressor e o Violino" é um filme relativamente desconhecido feito em 1960 pelo eminente cineasta russo Andrei Tarkovsky, ainda como estudante. Quem conhece o trabalho de Tarkovsky estará familiarizado com o facto dele fazer filmes relativamente longos, que são de natureza reflexiva. Enquanto este filme não tenha a natureza reflexiva de outros filmes, tem apenas 45 minutos de duração e movimenta-se rapidamente. 
A premissa básica é sobre a improvável amizade que se inicia entre um jovem (Igor Fomchenko) e um operador de um rolo compressor (Vladimir Zamansky), que pavimenta a rua ao lado da casa do rapaz. Tudo começa quando o homem protege o rapaz de alguns rufias do bairro. A partir daí, o filme mostra-nos de forma elíptica o desenvolvimento da sua amizade. 
Com um título como O Rolo Compressor e o Violino, não se surpreenda se ficar à espera de ver um rolo compressor a atropelar um violino. Não é difícil ter esse estado de espírito, mas, felizmente, o filme não é tão simples como isso. Em vez disso, é uma inteligente história compassiva sobre a bondade da classe trabalhadora e a inocência da infância. Com este filme Tarkovsky provou que tinha um enorme talento como realizador. Particularmente com o uso de ângulos de câmera e pelo modo como ele preenche o movimento de cada frame. Notável também é a edição tensa e as transições entre as cenas, assim como as interpretações naturalistas dos seus principais actores.
Talvez o aspecto mais interessante do filme seja o sentimento emocionante de encontrar um génio à beira de alcançar o seu potencial. Imagens da água abundam, como acontecia nos filmes posteriores de Tarkovsky, que aqui servem como metáfora para a reflexão pessoal e a memória. Os silêncios quase referenciais, são também dispositivos da assinatura de Tarkovsky, cortam constantemente, e muitas vezes, o significado é transmitido através de olhares, em vez de palavras.
Legendado em inglês. 

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1 comentário:

Rafael Barbosa disse...

Adoro este :) Já aqui se começava a afirmar como o génio que se tornaria no futuro. E tal como dizes, notam-se muitos dos seus traços característicos. E quando penso que este foi o seu filme de final de curso ainda fico mais surpreso :)

Cumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori