sábado, 13 de abril de 2013
Intriga Internacional (North by Northwest) 1959
A vida do publicitário Roger Thornhill, de repente fica um pouco complicada quando é confundido com um agente federal chamado George Kaplan. Num minuto ele está a ter um almoço civilizado com a sua mãe, no próximo está a ser empacotado num carro por bandidos ao serviço de um agente inimigo. Mal Thornhill consegue frustrar as intenções homicidas dos seus raptores que logo se encontra implicado no assassinio de um diplomata das Nações Unidas. Numa altura como estas, em que tudo parece estar contra nós, há apenas uma coisa que um homem pode fazer: Fugir!
North by Northwest é considerado por muitos como a quintessência de um filme de Hitchcock - uma mistura delirante de mistério, suspense, acção e romance, elevado a uma escala operática e servido com a marca do realizador, do humor negro. Pode não ter a profundidade e a sofisticação de outras obras-primas de Hitchcock, mas é o seu maior filme para agradar ao público, e é tão agradável de se assistir hoje como quando foi lançado pela primeira vez, em 1959.
O argumento é um pouco kafkiano, no qual um homem comum é vítima de um caso de identidade trocada e encontra-se preso numa luta de vida ou de morte contra os inimigos invisíveis, sem saber quem, se alguém, pode ser confiável. Este mesmo cenário tem formado a base de muitos filmes de Hitchcock, mais notavelmente "The 39 Steps (1935) e "Saboteur" (1942), mas de alguma forma o realizador consegue dar um força diferente, fazendo com que este pareça fresco e emocionante. De facto, há lugares onde North by Northwest parece suspeitamente como uma paródia atrevida a The 39 Steps", embora isto seja desmentido pelo seu quociente de emoção muito alto.
Aqui vemos Cary Grant, na altura um dos actores mais bem pagos de Hollywood, no seu papel mais famoso, ele que já tinha aparecido em dois outros filmes de Hitchcock: Notorious (1946) e To Catch a Thief (1955). Contracenando com ele temos Eva Marie Saint, que deslumbra como a encarnação perfeita da heroína ambígua hitchcockiana - bonita, misteriosa e, possivelmente, muito mortal. A atriz é talvez mais conhecida por ter contracenado com Marlon Brando em On the Waterfront (1954).
James Mason e Martin Landau são os dois vilões, o charme do primeiro faz um contraste eficaz com a psicose reprimida do segundo. Há apenas a sugestão de tensão homoerótica, dando a entender que a relação entre os dois personagens pode ter um lado mais escuro do que vemos retratado na tela. Jessie Royce Landis desempenha um outro papel habitual dos filmes de Hitchcock - a mãe dominadora. Landis e Grant eram quase da mesma idade, e isto acrescenta uma estranha dimensão edipiana à relação mãe-filho dos seus personagens - talvez um prenúncio do que estava por vir num próximo filme de Hitchcock ...
North by Northwest é, naturalmente, famoso pela incrível sequência em que Cary Grant é perseguido por um avião agrícola - a sequência de aventura mais ambiciosa e icónica de qualquer filme de Hitchcock. Quase tão memorável é a cena de acção final sobre o Monte Rushmore, monumento que lembra o desfecho emocionante de Saboteur, mas feito numa escala muito maior. Outra característica inesquecível deste filme é a banda-sonora de Bernard Herrmann, que serve de forma brilhante o ritmo alucinante e a escala épica do filme, ao mesmo tempo, evoca o romance, paranóia e humor malicioso que formam um mundo tão essencial para esta peça de Alfred Hitchcock deliciosamente deformada.
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