quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eles Vivem (They Live) 1988



Um ex-banqueiro (Roddy Piper) com pouca sorte na vida, vem para Los Angeles para tentar encontrar um novo rumo, num mundo competitivo onde os ricos parecem ficar cada vez mais ricos. Quando se começa a aperceber de um movimento subterrâneo, descobre um par de óculos de sol que o deixam ver o mundo tal e qual como ele é. Uma invasão alienígena está em ascensão e está a tomar conta de tudo através do mundo das finanças, e do poder político... levando as pessoas até a vender a raça humana. Agora Nada (o apelido do personagem) e o amigo Frank Armitage (Keith David) estão dispostos a revelar a verdade, custe o que custar.
Dirigido por John Carpenter, Eles Vivem é uma mistura de sci-fi e horror escrito por John Carpenter (sob o nome de Frank Armitage ... que também é o nome do personagem de Keith David), que vem de um conto de Ray Nelson chamado de "Eight O’Clock in the Morning", publicado na revista de fantasia "The Magazine of Fantasy and Science Fiction" combinando com uma história dos comics chamada" Nada "de Alien Encounters. O filme foi inicialmente recebido com críticas muito más (Carpenter foi ridicularizado por Roger Ebert e Gene Siskel), mas com o tempo tornou-se num filme de culto.
"They Live" é uma grande idéia. Ao contrário de "Invasion of the Body Snatchers", onde os alienígenas assumiam o corpo das pessoas, substituindo-as, aqui eles misturam-se com elas causando o mercantilismo desenfreado que foi especialmente elevado nos anos 80. A sequência onde Nada descobre que os óculos lhe permitem ver a "verdade" é divertida, mas quando o filme realmente atinge o auge é na sequência depois do tumulto de Nada no banco. 
Nada, é quase a encarnação dos valores tradicionais americanos. É um homem simples, de poucas falas, que acredita que no seu país e está disposto a trabalhar no duro para um dia de salário. Em contraste estão os próprios alienígenas, que podem ser melhor descritos como uns yuppies do espaço, representam tudo o que é feio na humanidade, seja a ganância, a indiferença ou apenas a simples desumanidade. Precorrem o planeta como se fossem uma corporação gigante, e as vozes de dissidência são rapidamente esmagadas pela polícia. Ao colocar um personagem como Nada contra os aliens, a batalha é simbolicamente dos pobres contra os ricos, com o filme apresentando uma noção de esperança de que os ideais tradicionais vão sempre vencer no final.
Todas as marcas clássicas de John Carpenter estão aqui presentes. Compôs a banda-sonora, escreveu o argumento (sob um pseudónimo) e mais uma vez este é um western disfarçado: o herói solitário, que neste caso anda a pé pela cidade, e desmascara os vilões. E além disso temos o contexto e o simbolismo político. O filme leva também algum tempo a impôr o ritmo, e assim dá-nos tempo para conhecermos os personagens e o mundo, antes da história principal se desenvolver. Este ritmo deliberado também nos dá uma falsa sensação de segurança. Uma cena pode começar serenamente antes de ser explorada com uma súbita explosão de violência.

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