segunda-feira, 18 de novembro de 2019

O Louco (Paranoiac) 1963

Onze anos antes, a rica família Ashby foi abalada quando o Sr. e a Sra. Ashby morreram num acidente de avião, e o seu filho de luto, Tony, cometeu suicídio. Tudo o que resta da família é o cruel Simon, um alcoólatra que precisa desesperadamente de fundos, a irmãm mentalmente frágil, Eleanor, e a tia protectora, Harriet. Simon está apenas a alguns dias de receber a herança quando o há muito tempo julgado morto, Tony, chega de repente, e o que trás consigo não é bom para o resto da família.
Mais um bom exemplo da vaga de thrillers inspirados por "Psycho", dos quais eu já falei anteriormente, os chamados "mini-Hitchcock", lançados pela Hammer durante a década de sessenta, escrito mais uma vez por Jimmy Sangster, que assim aos poucos abandonava o território do terror gótico, terreno onde tinha sido uma peça fundamental da produtora. Freddie Francis estreava-se atrás das câmaras, um mestre na direcção de fotografia, que tinha ganho o Óscar dois anos antes nesta categoria com "Sons and  Lovers", e que já tinha no seu currículo trabalho em filmes como "The Innocents", "Um Lugar na Alta Roda" e "Sábado à Noite, Domingo de Manhã". Durante um período de mais de quinze anos ele faria para se dedicar à realização, principalmente de filmes de terror, onde se incluiriam alguns trabalhos para a Hammer, que veremos aqui futuramente.
O argumento de Sangster é um pouco leve na caracterização, mas compensa com uma narrativa firmemente construída onde se acumulam twists atrás de twists, que mantém o espectador constantemente a adivinhar sobre as motivações de cada personagem. Do elenco destaca-se Oliver Reed no papel de Simon, com excessos melodramáticos que podem parecer um pouco exagerados para a época que corre, mas a intensidade visceral do seu trabalho encaixa-se perfeitamente no tom do filme.

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