domingo, 10 de novembro de 2019

Never Take Sweets From a Stranger (Never Take Sweets From a Stranger) 1960

Peter Carter mudou-se com a família para uma pequena cidade canadiana para ser o director da escola. É um lugar agradável, mas onde um velho gosta de dar doces a crianças para elas se despirem e dançarem nuas pela casa dele. É o que acontece com a filha de Peter, mas o velho sujo é dono da fábrica que emprega a maior parte da população da cidade, e a guerra que Peter irá travar contra ele não será fácil.
Cyril Frankel começou a fazer curtas documentais no início dos anos 50, e embora tenha mudado para as longas metragens em 1954 nunca deixou as raízes documentais, injectando problemas sociais nas suas obras. Por isso, não seria de surpreender que a sua estreia para a Hammer seja um drama sobre questões sociais, atípico para o estúdio, com elementos de suspense. Mais tarde ele faria um filme de terror mais directo, "The Witches", que também veremos neste ciclo.
"Never Take Sweets from a Stranger" é um projecto surpreendente para a Hammer, tratando do assunto muito complicado da pedofilia. O argumento de John Hunter, adaptado de uma peça do americano Roger Garis, trata do assunto com seriedade enquanto envolve questões melodramáticas. Na sua estreia o filme não recebeu boas críticas e fez pouco dinheiro nas bilheteiras, em parte por causa do tema inerentemente problemático, e também porque não encaixava facilmente em nenhuma categoria comercializável. A Hammer estava a ser identificada com filmes de terror sangrentos e tanto o público como os críticos não estavam preparados para um drama de questões sociais como este.
A peça de Garis era originalmente passada numa cidade americana, mas o filme muda a acção para o leste do Canadá. Era uma escolha incómoda, provavelmente para distanciar um pouco o material de Inglaterra, comercialmente era arriscado sugerir que o abuso sexual de crianças poderia acontecer dentro de portas, mas contava com um elenco maioritariamente britânico. Um destaque especial para a interpretação de Felix Aylmer no papel do velho pedófilo.
Era a estreia de Freddie Francis como director de fotografia para a Hammer, com um excelente trabalho a preto e branco. Ele passaria depois para a frente das câmaras, para realizar alguns filmes para esta produtora. Veremos mais para a frente, neste ciclo. 
Legendas em espanhol. 

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